Médiuns Sensacionalistas - Vianna de Carvalho 

A frase de João Batista: "É necessário que Ele cresça, e que eu diminua", tem atualidade no comportamento dos médiuns de todas as épocas, especialmente em nossos dias tumultuados.

À semelhança do preparador das veredas, o médium deve diminuir, na razão direta em que o serviço cresça, controlando o personalismo, a fim de que os objetivos a que se entrega assumam o lugar que lhes cabe.

A mediunidade é faculdade neutra, a que os valores morais do seu possuidor oferecem qualificação.

Posta a serviço do sensacionalismo entorpece os centros de registro e decompõe-se. Igualmente, em razão do uso desgovernado a que vai submetida, passa ao comando de Entidades, perversas e frívolas, que se comprazem em comprometer o invigilante, levando-o a estados de desequilíbrio como de ridículo, por fim, ao largo do tempo, empurrando o médium para lamentáveis obsessões.

Entre os gravames que a mediunidade enfrenta, a vaidade e o personalismo do homem adquirem posição de relevo, desviando-o do rumo traçado, conduzindo-o ao sensacionalismo inquietante e consumidor.

Neste caso. o recolhimento, a serenidade e o equilíbrio que devem caracterizar o comportamento psíquico do médium cedem lugar à inquietação, à ansiedade, aos movimentos irregulares das atrações externas, passando a sofrer de irritação, devaneios, e à crença de que repentinamente se tornou pessoal especial, irrepreensível e irreprochável, não tendo ouvidos para a sensatez nem discernimento para a eqüidade.

Torna-se absorvido pelos pensamentos de vanglória, e, disputado pelos irresponsáveis que lhe incensam o orgulho, levam-no à lenta alucinação, que o atira ao abismo da loucura.

A faculdade mediúnica é transitória como outra qualquer, devendo ser preservada mediante o esforço moral de seu possuidor, assim tornando-se simpático aos Bons Espíritos que o inspiram à humildade, à renuncia, à abnegação.

Quando ao personalismo sensacionalista domina o psiquismo do homem, naturalmente que o aturde, tornando-se mais grave nos sensores mediúnicos cuja constituição delicada se desarticula ao impacto dos choques vibratórios dos indivíduos desajustados e das massas esfaimadas, insaciadas, sempre à cata de novidades e variações, sem assumirem compromissos dignificantes.

S. João Bosco, portador de excelentes faculdades mediúnicas, resguardava-as da curiosidade popular, utilizando-as com discrição nas finalidades superiores.

Santa Brigida, da Suécia, que possuía variadas expressões mediúnicas, mantinha o pudor da humildade, ao narrar os fenômenos de que se fazia objeto.

José de Anchieta, médium admirável e curador eficiente, agia com equilíbrio cristão, buscando sempre transferir para Jesus os resultados das suas ações positivas.

S. Pedro de Alcântara, virtuoso médium possuidor de vários "dons", ocultava-os, a fim de servir, apagado, enquanto o Senhor, por seu intermédio, se engrandecia.

Santa Clara de Montefalco procurava não despertar curiosidade para os fenômenos mediúnicos de que era instrumento, atribuindo-os todos à graça divina de que se reconhecia sem merecimento.

Os médiuns que cooperaram na Codificação do Espiritismo, sensatamente anularam-se, a fim de que a Doutrina fixasse nas almas e vidas as bases da verdade e do amor como formas para a aquisição dos valores espirituais libertadores.

Todo sensacionalismo altera a face do fato e adultera-lhe o conteúdo.

Quando este se expressa no fenômeno mediúnico corrompe-o, descaracteriza-o e põe-no a serviço da frivolidade.

Todos quantos se permitiram, na mediunidade, o engano do sensacionalismo, não obstante as justificações sob as quais se resguardam, desceram as rampas do fracasso, enganados e enganando aqueles que se deixaram fascinar pelos seus espetáculos, nos quais, o ridículo passou a figurar.

O tempo, este lutador incessante, encarrega-se de aferir os valores e demonstrar que a "árvore" que o Pai não plantou "termina" por ser arrancada.

Quando tais aficionados da mediunidade bulhenta se derem conta do erro, caso isto venha acontecer, na Terra, possivelmente, o caminho de retorno à sensatez estará muito longo e o sacrifício para percorrê-lo os desencorajará.

Diante do sensacionalismo mediúnico, recordemo-nos de Jesus, que após os admiráveis fenômenos de socorro às massas jamais aceitava o aplauso, as homenagens e gratulações dos beneficiários, recolhendo-se à solidão para, no silêncio, orar, louvando e agradecendo ao Pai, a Eterna Fonte geradora do Bem.

Mensagem psicografada por Divaldo P. Franco em 1989, transcrita em o Reformador.

Fonte: http://www.mediunato.com.br/ 

Advertência aos médiuns

Allan Kardec afirmou com sabedoria que a mediunidade é “apenas uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos dúctil aos Espíritos em geral.”

Por essa e outras razões, os médiuns não se podem vangloriar de haverem sido eleitos como missionários da Nova Era, deixando-se sucumbir aos tormentos da fascinação sutil ou extravagante.

A atividade mediúnica, por isso mesmo, constitui oportunidade abençoada para o aperfeiçoamento intelecto-moral do indivíduo, que se permitiu dislates em reencarnações anteriores, comprometendo-se em lamentáveis situações espirituais.

A mediunidade é, portanto, um ensejo especial para a autorrecuperação, devendo ser utilizada de maneira dignificante, em cujo ministério de amor e de caridade será encontrada a diretriz de segurança para o reequilíbrio.

Quando se trata de mediunidade ostensiva, com mais gravidade devem ser assumidos os deveres que lhe dizem respeito, porquanto maior se apresenta a área de serviço a ser desenvolvido.

Em qualquer tipo de realização nobilitante sempre se enfrentam desafios e lutas, em face do estágio evolutivo em que se encontram os seres humanos e o planeta terrestre. É natural que haja alguma indiferença pelo que é bom e elevado, quando não se apresentam hostilidades em trabalho impeditivo da sua divulgação.

Sendo a mediunidade um recurso que possibilita o intercâmbio entre o mundo físico e o espiritual, as mentes desprevenidas ou ainda arraigadas na perversidade tudo investem para impedir que o fenômeno ocorra de maneira saudável, proporcionando, assim, os meios para restabelecer-se a ordem moral e confirmar-se a imortalidade do ser, propondo-lhe equilíbrio e venturas no porvir.

Não são poucos os obstáculos a serem transpostos por todo aquele que se candidata ao relevante labor mediúnico. Os primeiros encontram-se no seu mundo íntimo, nos hábitos doentios a que se acostumou no pretérito, quando permaneceu distanciado dos deveres morais, criando problemas para o próximo, que resultaram em inquietações para si mesmo. A luta a ser travada, para a superação do desafio, ninguém vê, exceto aquele que está empenhado no combate em favor da autolibertação, impondo-se a necessidade de rigorosas disciplinas que possam proporcionar-lhe novas condutas saudáveis, capazes de facilitar-lhe a execução das tarefas espirituais sob a responsabilidade e comando dos Mensageiros do Senhor.

O estudo consciente da faculdade mediúnica e a vivência dos requisitos morais são, a seguir, outro grande desafio, por imporem condições de humildade no desempenho das tarefas, tomando sempre para si as informações e advertências que lhe chegam do Mais Além, ao invés de transferi-las para os outros.

O médium sincero, mais do que outro lidador laborioso em qualquer área de ação, encontra-se em constante perigo, necessitando aplicar a vigilância e a oração com frequência, de modo a manter-se em paz ante o cerco das Entidades ociosas e vingadoras da erraticidade inferior. Isto porque, comprazendo-se na prática do mal, a que se dedicam, as mesmas transformam-se em inimigos gratuitos de todos aqueles que lhes parecem ameaçar a situação em que se encontram.

Por isso mesmo, a prática mediúnica reveste-se de seriedade e de entrega pessoal, não dando espaço para o estrelismo, as competições doentias e as tirânicas atitudes de agressão a quem quer que seja...

Devendo ser passivo o médium, a fim de bem captar o pensamento que verte das Esferas superiores, o seu comportamento há de caracterizar-se pela jovialidade, pela compreensão das dificuldades alheias, pela compaixão em favor de tudo e de todos que encontre pelo caminho.

As rivalidades entre médiuns, que sempre existiram e continuam, defluem da inferioridade moral dos mesmos, porque a condição mais relevante a ser adquirida é a de servidor incansável, convidado ao trabalho na Seara por Aquele que é o Senhor.

Examinar com cuidado as comunicações de que se faz portador, evitando a divulgação insensata, de temas geradores de polêmica, a pretexto de revelações retumbantes, e defendê-los, constitui inadvertência e presunção, por considerar-se como o vaso escolhido para as informações de alto coturno, que o mundo espiritual libera somente quando isso se faz necessário. Jamais esquecer, quando incluído nessa categoria, que o caráter da universalidade do ensino, conforme estabelecer o mestre de Lyon, é fundamental para demonstrar a qualidade e a origem do ensinamento, se pertencente a um Espírito ou se, em chegando o momento da sua divulgação entre as criaturas humanas, procede da Espiritualidade superior.

Quando se sente inspirado a adotar comportamentos esdrúxulos, informações fantasiosas e de difícil confirmação, materializando o mundo espiritual como se fosse uma cópia do terrestre e não ao contrário, certamente está a desserviço do Bem e da divulgação do Espiritismo.

O verdadeiro médium espírita é discreto, como corresponde em relação a todo cidadão digno, evitando, quanto possível, o empenho em impor as revelações de que se diz instrumento.

De igual maneira, quando o médium passa a defender-se, a criticar os outros, a autopromover-se demais, encontra-se enfermo espiritualmente, a caminho de lamentável transtorno obsessivo ou emocional.

A sua sensibilidade é considerada não apenas pelo fato de receber os Espíritos superiores, mas pela facilidade de comunicar-se com todos os Espíritos, conforme acentua o insigne Codificador.

Assim deve considerar, porque a mediunidade é, em si mesma, neutra, podendo ser encontrada em todos os tipos humanos, razão pela qual não se trata de uma faculdade espírita, porém, humana, que sempre existiu em todas as épocas da sociedade, desde os tempos mais remotos até os atuais.

No trabalho silencioso e discreto do atendimento aos sofredores, seja no seu cotidiano em relação aos companheiros da romagem carnal, seja nas abençoadas reuniões de atendimento aos desencarnados em agonia, assim como àqueles que se rebelaram contra as Leis da Vida, encontrará o medianeiro sincero inspiração e apoio para a desincumbência da tarefa que abraça.

Dedicando-se ao labor da caridade sem jaça, granjeia o afeto dos Espíritos elevados, que passam a protegê-lo sem alarde e a inspirá-lo nos momentos de dificuldades e de sofrimentos, consolando-o nos testemunhos e na solidão que, não raro, dominam-lhe as paisagens íntimas.Consciente da responsabilidade que lhe diz respeito, não se preocupa com as louvaminhas e os aplausos da leviandade, em agradar os poderosos e os insensatos que o buscam, por compreender que está a serviço da Verdade, que, infelizmente, ainda, como no passado, não existe lugar para a sua instalação. Dessa forma, mantém-se fiel à sua implantação interna, vivendo-a de maneira jovial e enriquecedora, dando mostras de que o Reino de Deus instala-se a princípio no coração, de onde se expande para o mundo transcendente.

Tem cuidado na maneira pela qual exterioriza as informações recebidas, dando-lhes sempre o tom de naturalidade e de equilíbrio, evitando o deslumbramento que a ignorância em torno da sua faculdade sempre reveste com brilho falso os seus portadores.

Jamais se deve permitir a presunção, acreditando-se irretocável, herdeiro da memória e dos valores dos missionários do passado próximo ou remoto, tendo em Jesus Cristo, e não em pessoa alguma, o seu guia e modelo.

Despersonalizar-se para que nele se reflita a figura incomparável do Mestre de Nazaré, eis uma das metas a conquistar, recordando-se de João Batista, que informou sobre a necessidade de diminuir-se para que Ele crescesse, considerando-se indigno de atar as amarras das Suas sandálias...

A mediunidade é instrumento que se pode transformar em vínculo de luz entre a Terra e o Céu, ou furna de perturbação e sofrimento onde se homiziam os invigilantes e desalmados, em conflitos e pugnas contínuas.

A faculdade, em si mesma, é portadora de grande potencialidade para proporcionar a felicidade, quando o indivíduo que a aplica no Bem procura servir com bondade e alegria, evitando a disputa das glórias mentirosas do mundo físico, assim como os desvios de conduta responsáveis pelas quedas morais da sua aplicação indevida.

As trombetas do mundo espiritual ressoam hoje, como em todos os tempos, nas consciências alertas, convocando os corações afetuosos para o grande empreendimento de iluminação de vidas e de sublimação de sentimentos, atenuando as dores expressivas deste momento de transição de mundo de provas e expiações para mundo de regeneração.

Aos médiuns dignos e sinceros cabe a grande tarefa de preparar o advento da Era Nova, conforme o fizeram aqueles que se tornaram instrumento das mensagens libertadoras que foram catalogadas por Allan Kardec, nos seus dias, elaborando a Codificação Espírita, e que se mantêm atuais ainda hoje, prosseguindo certamente pelos dias do futuro.

Que os médiuns, pois, se desincumbam do compromisso e não da missão, como alguns levianamente a interpretam, gerando simpatia e solidariedade, unindo as pessoas numa grande família, que a constituem, e sustentando-lhes a sede e a fome de luz e de paz, de esperança e de amor, como somente sabem fazer os Guias da Humanidade a serviço de Jesus. 

Manoel Philomeno de Miranda
Página psicografada por Divaldo Pereira Franco, na tarde de 16 de abril de 2009, na Mansão do Caminho, Salvador, Bahia, Brasil.

 Cientistas mapeiam a atividade cerebral de médiuns

17/11/2012

Por jeronimomendonca1

Pesquisadores examinaram o cérebro de médiuns brasileiros e descobriram que áreas ligadas à linguagem tiveram atividade abaixo do esperado, o que poderia mostrar um estado de falta de foco e de perda da autoconsciência

Os médiuns mais experientes apresentaram redução na atividade de determinadas áreas do cérebro (iStockphoto)

A atividade cerebral em determinadas partes do cérebro dos médiuns diminui nas sessões de psicografia, revela um artigo científico publicado nesta sexta-feira na revista PLOS ONE. Realizado por pesquisadores da Universidade Thomas Jefferson, nos Estados Unidos, e da Universidade de São Paulo (USP), o estudo mapeou, por meio de tomografias, os cérebros de uma dezena de médiuns brasileiros enquanto eles psicografavam.

As áreas do cérebro que apresentaram redução no fluxo sanguíneo cerebral foram o hipocampo esquerdo, o giro temporal superior direito e regiões do lobo frontal, que são associadas ao raciocínio, planejamento, geração de linguagem, movimento e solução de problemas. Para os autores, entre eles Andrew Newberg, professor da Universidade Thomas Jefferson, e Julio Peres, professor do Instituto de Psicologia da USP, essa pouca atividade pode indicar falta de foco, de atenção e de autoconsciência durante as psicografias. O curioso, no entanto, é que a complexidade das cartas redigidas durante o transe da psicografia deveria estar relacionada com uma maior atividade nessas áreas do cérebro.

“Experiências espirituais afetam a atividade cerebral, e isso é conhecido. Mas a resposta cerebral à prática de uma suposta comunicação com um espírito ou uma pessoa morta recebeu pouca atenção científica. A partir de agora, novos estudos devem ser realizados”, diz Newberg.

De acordo com o espiritismo, os médiuns, quando psicografam, recebem mensagens de espíritos de pessoas mortas. No Brasil, o mais conhecido dos médiuns foi o mineiro Chico Xavier (1910-2002), que produziu mais de 400 livros.

Para comparar o nível de atividade cerebral durante as psicografias, os cientistas aplicaram exames nos médiuns enquanto eles escreviam textos sem estar em estado de transe.

Experiência — A redução da atividade no lobo frontal ocorreu em níveis diferentes nos participantes. Eles foram separados entre médiuns experientes e iniciantes, sendo que o tempo de exercício da atividade variava de 5 a 47 anos. Para os noviços, a atividade no lobo posterior foi consideravelmente mais intensa. De acordo com os pesquisadores, isso pode indicar um maior esforço para tentar atingir com sucesso o estado de transe.

Outra questão levantada pela pesquisa é a complexidade dos textos produzidos. Uma análise mostrou que o conteúdo das cartas psicografadas era mais complexo do que as redigidas para outros fins. “Particularmente, os médiuns mais experientes produziram um material mais complexo, o que na teoria deveria requerer mais atividade nos lobos temporal e frontal. Mas este não foi o caso”, escrevem os estudiosos. O conteúdo das cartas psicografadas, por exemplo, envolvia princípios éticos e abordava questões de espiritualidade e ciência.

Uma das hipóteses para esse fenômeno, segundo os pesquisadores, é que, ao reduzir a atividade do lobo frontal, outras partes do cérebro sejam acionadas, aumentando o nível de complexidade. “Enquanto as razões exatas para isso são ainda desconhecidas, nosso estudo sugere que há uma correlação neurofisiológica envolvida”, afirma Newberg.

Essa correlação, no entanto, não é, absolutamente, um indicativo de uma suposta conexão com o mundo espiritual, ou algo do gênero. O mesmo fenômeno observado no cérebro dos médiuns ocorre com o cérebro de pianistas, por exemplo. Enquanto eles estão aprendendo a tocar e é preciso se concentrar em cada nota musical, o cérebro é ativado. Mas às medida que se tornam experts e tocar não requer mais tanta concentração, o cérebro não produz tanta atividade. “Podemos estar vendo um fenômeno parecido, no qual os médiuns treinam seus cérebros para desempenhar uma atividade psicográfica”, diz Newberg.

“O estudo contribui para o nosso entendimento da relação entre o cérebro e as experiências e práticas espirituais”

Andrew Newberg

Diretor de Pesquisa no Myrna Brind Center of Integrative Medicine da Universidade Thomas Jefferson

Por que houve essa diferença na atividade cerebral de acordo com a experiência dos médiuns?

Eu acho que isso reflete como o cérebro pode ser treinado para uma tarefa particular — um efeito de treino. Por exemplo: quando uma pessoa começa a aprender a tocar piano, ou outro instrumento musical, ela precisa, a princípio, focar em aprender cada nota — presumivelmente ativando o cérebro. Mas, na medida em que ela se torna um expert, o cérebro fica mais eficiente e pode até diminuir sua atividade, uma vez que tocar torna-se uma coisa fácil, que pode ser feita sem pensar. Podemos estar vendo um fenômeno parecido, no qual os médiuns treinam seus cérebros para desempenhar uma atividade psicográfica.

O que a redução da atividade em certas partes do cérebro sugere?

Neste caso, o estudo sugere que áreas que normalmente funcionam quando estamos escrevendo ou realizando outras tarefas cognitivas, de certa forma, desligam quando a pessoa entra em estado de transe. Isso é consistente com a experiência (dos médiuns) segundo a qual eles não estão no comando da prática e do que estão escrevendo. Quando a atividade do lobo frontal diminui, a pessoa não sente que está realizando uma tarefa, e sim que essa tarefa está sendo feita para ela.

Qual a relação entre experiências espirituais e a atividade cerebral?

As experiências espirituais são muito diversificadas e incluem processos cognitivos, emocionais, de percepção e de comportamento. Dependendo do tipo de experiência, nós vemos diferentes maneiras no modo como o cérebro responde. Para a psicografia, o lobo frontal diminui sua atividade porque o transe faz com que eles sintam que não estão escrevendo.

Na opinião do senhor, qual a maior contribuição do estudo?

Eu acho que o estudo contribui para o nosso entendimento da relação entre o cérebro e as experiências e práticas espirituais. Também nos leva a pensar se os médiuns de fato estão conectados a um reino espiritual, ou se simplesmente estão usando seus cérebros para construir essas experiências. Esse estudo não nos dá uma resposta definitiva. Mas traz muita coisa para pensarmos.

PSICOGRAFIA

Habilidade atribuída a médiuns de escrever mensagens ditadas por espíritos, estabelecendo uma espécie de elo entre o mundo terreno e o espiritual.


HIPOCAMPO

São estruturas localizadas nos lobos temporais do cérebro humano responsáveis pelas memórias de curto e longo prazo. A relação entre seu tamanho e capacidade, no entanto, ainda não está clara. A região atua também no sistema de navegação espacial e na ativação de hormônios que respondem a situações de estresse, adaptando o corpo.

Desenvolvimento Mediunico - fase 1


A mediunidade é a ponte de ligação entre 

o mundo material e o espiritual. Segundo 

os ensinamentos espíritas, todos somos 

médiuns. Então, como desenvolver 

a mediunidade?

 

http://www.tvmundialdeespiritismo.com/indexGeral.php?programa=9&video=9&bloco=1 

http://youtu.be/zNq3wbJQHog

A Ciência Caminha!

Autor: Denise Paraná. DA FILADÉLFIA, ESTADOS UNIDOS.
Fonte: Revista Época 19/11/2012 
 
Os avanços da ciência da alma

Uma pesquisa inédita usa equipamentos de última geração para investigar o cérebro dos médiuns durante o transe. As conclusões surpreendem: ele funciona de modo diferente

Estávamos no mês de julho de 2008. Na Rua 34 da cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos, num quarto do Hotel Penn Tower, um grupo seleto de pesquisadores e médiuns preparava-se para algo inédito. Durante dez dias, dez médiuns brasileiros se colocariam à disposição de uma equipe de cientistas do Brasil e dos EUA, que usaria as mais modernas técnicas científicas para investigar a controversa experiência de comunicação com os mortos. Eram médiuns psicógrafos, pessoas que se identificavam como capazes de receber mensagens escritas ditadas por espíritos, seres situados além da palpável matéria que a ciência tão bem reconhece. O cérebro dos médiuns seria vasculhado por equipamentos de alta tecnologia durante o transe mediúnico e fora dele. Os resultados seriam comparados. Como jornalista, fui convidada a acompanhar o experimento. Estava ali, cercada de um grupo de pessoas que acreditam ser capazes de construir pontes com o mundo invisível. Seriam eles, de fato, capazes de tal engenharia?       (*) (Continua...)

MEDIUNIDADE SOB INVESTIGAÇÃO
Uma médium brasileira psicografa no laboratório do Hospital da Universidade da Pensilvânia
(Foto: Denise Paraná/ÉPOCA)
 

Essa imagem é de emocionar... MOMENTO SINGULAR e RARO...

Um grupo de médicos, ora sempre antes de começar o trabalho!
Reconhecem que a medicina é avançada, mas limitada. O limite está na vontade Deus. E para Deus, tudo é possível!

Este é um exemplo de que a ciência e religião podem e devem caminhar lado-a-lado.
http://www.facebook.com/edilson.oliveira.509

 FENÔMENOS MEDIÚNICOS DENTRO DA BÍBLIA

Desde que os Espíritos alcançaram condição para prosseguir na sua caminhada evolutiva, através das múltiplas reencarnações, na espécie humana, o homem há recebido, pela inspiração ou por outros meios que lhe facultam os sentidos, comunicações do plano espiritual.

Quando manuseamos a Bíblia, livro considerado sagrado pelas religiões cristãs, encontramos nela expressos inúmeros fenômenos mediúnicos, fenômenos esses classificados, hoje, nas mais variadas categorias.

1 - Voz direta

Este fenômeno encontramos relatado em Êxodo, 20:18, que diz: "Todo o povo, porém, ouvia as vozes e via os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando: e amedrontado e abalado com o pavor parou longe”.

Em Apocalipse, 1:10, lemos: "Eu fui arrebatado em espírito um dia de domingo, e ouvi por detrás de mim uma grande voz como de trombeta...”

2 - Materialização

A luta de Jacob com um Espírito é um fenômeno típico de materialização, pois esta só poderia realizar-se na condição do relato bíblico, se o Espírito contendor se encontrasse materializado (Gen. 32:24).

3 - Pneumatografia ou escrita direta

Por ocasião em que se realizava um banquete oferecido pelo rei Balthazar, ao qual compareceram mais de mil pessoas da corte, no momento em que bebiam vinho e louvavam os deuses, apareceram dedos que escreviam defronte do candeeiro, na superfície da parede da sala do rei, o qual via os movimentos da mão que escrevia (Daniel, 5:5).


4 - Transporte

O profeta Elias alimentou-se, graças a um anjo que lhe depositava, ao lado, pão cozido debaixo de cinza (Reis III, 19:5,6).


5 - Levitação

Em Ezequiel, 3:14, lemos o seguinte: "Também o Espírito me levantou e me levou consigo; e eu me fui cheio de amargura, na indignação do meu Espírito; porém a mão do Senhor estava comigo, confortando-me."

Felipe é levado, também, pelo Espírito do Senhor, após receber o batismo (Atos, 5: 39). Estes fatos enquadram-se, perfeitamente, na classe dos fenômenos de levitação e transporte, obtidos, no século passado, pelo notável médium Daniel D. Home e outros.

6 - Transe

No cap. 15:12 e 13, do Gênese, encontramos o seguinte fato: "Ao pôr do sol, vem um profundo sono sobre Abrahão, e um horror grande e tenebroso o acometeu, e lhe foi dito: saiba desde agora que tua posteridade será peregrina numa terra estrangeira, e será reduzida à escravidão, e aflita por quatrocentos anos." Daniel também cai em transe e tem visão (Daniel 8:18).

Saulo, a caminho de Damasco, cai em transe e ouve a voz do Senhor (Atos, 9:3 e seguintes).

7 - Mediunidade auditiva

Moisés, no monte Sinai, ouve a voz dos Espíritos,  julgando ser a do próprio Deus. (Êxodo, 19:29,20). Jesus, por ocasião do batismo no rio Jordão, ouve uma voz que lhe diz:"Tu és aquele meu filho especialmente amado; em ti é que tenho posto toda a minha complacência."

Em João, 12:28, lemos: "Pai glorifica o teu nome. Então veio esta voz do céu – "Eu não só o tenho já glorificado, mas ainda segunda vez o glorificarei." Todos esses fatos comprovam a mediunidade auditiva, tão comum em nossos dias.

8 - Mediunidade curadora

Ao tempo do Cristo, a mediunidade curadora disseminou-se por entre os discípulos, que produziam curas, algumas, pela imposição das próprias mãos, outras, através de objetos magnetizados. Em Atos, 19:11 e 12, encontramos o relato de que lenços e aventais pertencentes a Paulo eram aplicados aos doentes e possessos, e, graças à ação magnética desses objetos, ficavam curados.

As curas à distância também foram realizadas. O criado do Centurião de Cafarnaum e o filho de um régulo foram curados (Mateus, 8:5,13; e João, 4:47, 54). Jesus recomendara, quando esteve entre nós, que curássemos. Dizia ele: "Curai os enfermos, expulsai os maus Espíritos, dai de graça o que de graça recebestes.”(Mateus, 10:8, Lucas 9,2 e 10:9). É em cumprimento desse preceito que o Espiritismo, além de ser uma obra de educação, procura dar atendimento aos enfermos do corpo e da alma, com a ajuda dos abnegados irmãos espirituais, que se servem dos médiuns passistas, receitistas, doutrinadores e de todos os que, de boa vontade, trabalham em prol da construção de um mundo melhor.

9 - Outras formas de mediunidade

Encontramos, ainda, na Bíblia, Saul consultando o Espírito de Samuel, na gruta de Endor.

Moisés conduzia o povo hebreu, no deserto, acompanhado por uma labareda que seguia à sua frente.

Jeremias o profeta da paz era médium de incorporação. Quando o Espírito o tomava, pregava contra a guerra aos exércitos de Nabucodonosor.

É interessante notar que as práticas mediúnicas, daquele tempo, eram semelhantes às de nossos dias. Para a formação do ambiente, alguns profetas (médiuns) exigiam a música. Assim o profeta Eliseu, para profetizar, reclamava um bom harpista. David afasta os Espíritos obsessores de Saul, tangendo sua harpa. Podíamos citar ainda muitos outros fatos, que se acham registrados no antigo Testamento, os quais provam que os fenômenos mediúnicos sempre ocorreram, desde a mais remota antiguidade; estes já bastam para provar que a Bíblia é um repositório de mediunismo. A vontade dos guias era, naquele tempo, transmitida ao povo através dos profetas videntes, audientes e inspirados, que vieram à Terra na qualidade de missionários do Cristo. Fonte: ABC do Espiritismo.

Gabriel Delanne foi um dos cientistas que deram continuidade ao trabalho de Kardec, na divulgação da Doutrina Espírita.

Nesta obra, o autor demonstra que o Espiritismo, longe de contrariar a Ciência, é nela que se firma, não havendo incompatibilidade entre um e outro.

Aprecia casos comprovados experimentalmente de aparições materializadas, telepatia, transportes, visão a distância e premonição, entre outros, relatando a adoção, por grande número de cientistas, da teoria espírita como a única explicação geral de todos os fenômenos investigados.

Aconselha a pesquisa séria da mediunidade e reprova energicamente os que, por preconceito ou fanatismo, não admitem a adoção de medidas preventivas contra as mistificações no campo experimental.

Acrescenta um Apêndice que visa informar sobre a consagração pela Ciência de algumas das mais importantes teorias da obra, várias décadas após a sua publicação.

Livro: O Espiritismo perante a Ciência 

Vista medianímica pelos olhos


          Quando um médium vê um Espírito, pode-se, a priori, estabelecer a seguinte questão: é o médium que experimenta uma modificação ou o Espírito? Com efeito, no estado ordinário, não vemos os Espíritos, porque nossos órgãos são muito grosseiros para nos fazer perceber certas vibrações que lhes escapam. Mas quando se realiza a visão, ou nossos órgãos adquiriram maior sensibilidade ou o Espírito fez com que seu invólucro experimentasse certas modificações que, diminuindo a rapidez das vibrações moleculares perispirituais, pudesse torná-lo visível.
          Se este último modo de encarar o fenômeno fosse exato, o Espírito seria visto por todas as pessoas presentes: é o que se dá, no caso das materializações, que já estudamos com Crookes; mas, quando numa assembleia, só uma pessoa vê os Espíritos, é que esta experimenta uma variação orgânica do sentido da vista, que é interessante estudar.
          O olho, como se sabe, é uma verdadeira câmara escura, no fundo da qual se desenham as impressões luminosas. A retina, formada pela expansão do nervo ótico, transporta ao cérebro as vibrações luminosas; aí elas se transformam em sensações. Os fisiologistas não se limitaram a estudar a participação da retina na função visual, remontando dos efeitos às causas, mas procuraram a explicação desses fatos.
          Para explicar a sensação da cor, a do claro, a do escuro, eles admitiram velocidades diferentes nas ondas de um fluido (éter), que estivesse espalhado em todo o Universo. Essas ondas impressionariam a retina, de maneira diferente, e a natureza da percepção, de que a alma tem consciência, seria subordinada a essas impressões variáveis. Por esta teoria, admite-se que os fenômenos de visão sejam, simplesmente, o resultado da percepção, pelo sensorium, de um estado determinado da retina, e a sensação da obscuridade é explicada pela ausência de qualquer sensação, e pelo estado da própria retina.
          O que prova, aliás, a existência de uma modificação superveniente na retina, durante a percepção dos objetos luminosos, é a possibilidade de se reproduzir as mesmas sensações por outro excitante, que não a luz. Toda causa capaz de determinar uma alteração no estado da membrana nervosa do olho determina sensações íntimas, ou por outra, subjetivas de luz. Comprimindo-se o olho com o dedo, percebem-se figuras de formas diversas: ora anulares, ora radiadas.
          Acontece, por vezes, que estas sensações subjetivas se produzem espontaneamente. Diz Muller ter verificado, em certos casos, a aparição de uma pequena mancha branca, que se produzia ao mesmo tempo em que os movimentos respiratórios; virando-se bruscamente os olhos para o lado, veem-se aparecer, de repente, círculos luminosos, no campo visual mergulhado na obscuridade.
          Admitidas as sensações de luz como o resultado de uma alteração sobrevinda na retina, indagaram alguns fisiologistas onde esse estado era percebido pela alma. É evidentemente no encéfalo e não na retina. O que põe fora de dúvida a participação da retina no ato da visão é que os animais de vista mais penetrante são os que têm a retina mais desenvolvida. Sendo esta membrana a extremidade expandida do nervo ótico, e não apresentando uma sensibilidade igual em toda a sua superfície, as fibras que compõem o nervo ótico não vibram todas em uníssono. As mais sensíveis poderão ser impressionadas por ondas luminosas, que deixarão as outras em repouso. Tal fato é a consequência da especificação dos órgãos, ou seja da tendência que possuem as fibras para se acomodarem a um estado vibratório determinado.
          A sensibilidade de um órgão depende do maior ou menor número de fibras que ele contém, sendo cada uma capaz de tomar um movimento vibratório particular, em relação com as causas externas que podem influenciar esse órgão.


Não esqueçamos que uma condição é indispensável ao bom funcionamento dos aparelhos sensoriais, a de que cada órgão tenha uma quantidade determinada de fluido nervoso à sua disposição; as sensações serão agudas ou nulas, conforme aquela quantidade aumenta ou diminui. Temos numerosos exemplos. Em certos estados patológicos o ouvido atinge uma agudeza notável; esse desenvolvimento é devido à acumulação momentânea do fluido nervoso no nervo acústico; o mesmo acontece com os outros sentidos.
          Isto posto, vejamos, pelo estudo da luz, entre que limites de vibrações se pode exercer, no estado normal, o sentido da vista.

Suponhamos que fazemos passar, através de um prisma, um raio de sol; se recolhermos sobre um écran esse raio refratado, notaremos que ele forma uma faixa luminosa, composta de sete cores, que se chamou de espectro solar. Os coloridos extremos são o vermelho e o violeta; além dessas duas cores o olho não percebe mais sensações luminosas. Entretanto, colocando-se sais de prata nessa parte obscura, eles são decompostos, o que prova que, além do violeta, existem radiações particulares que o olho não é capaz de apanhar, às quais o termômetro é insensível, mas cuja atividade química é poderosa. Além do vermelho, existem ondulações caloríficas invisíveis. 

Chegamos, assim, a esta conclusão necessária, a de que o espectro completo formado pelas radiações solares se prolonga além do violeta e do vermelho, e que é só a parte média do espectro total que nossos olhos podem distinguir.
          Existe, pois, luz que não vemos, há vibrações luminosas inapreciáveis à vista, porque a retina, que é o aparelho receptor, não pode registrar as vibrações luminosas muito rápidas para ela. Cálculos recentes mostraram que as ondulações etéreas, de menos de 400 trilhões por segundo, ou mais de 790, são impotentes para impressioná-la. O mesmo para com o ouvido e com os outros sentidos, de sorte que o homem é uma máquina animal dotada de aparelhos receptores, que funcionam entre fraquíssimos limites, comparados à infinidade da natureza.
          Esta ideia é capital para a compreensão dos fenômenos espíritas. Só percebemos a matéria pela vista quando suas vibrações não ultrapassam 790 trilhões por segundo, mas, como vimos, há ondulações mais rápidas, que nos escapam. Ora, os fluidos perispirituais são matéria em estado de rarefação extrema; possuem um movimento vibratório muito rápido, de sorte que, em estado normal, nosso olho não pode ver os Espíritos. Mas, se pudéssemos diminuir o número das vibrações perispirituais, se conseguíssemos trazê-las aos limites compreendidos na visão, veríamos os Espíritos. Esse resultado pode ser atingido de duas maneiras:
1º- diminuindo o número das ondulações luminosas;
2º- aumentando o poder visual dos olhos.
          É possível diminuir o movimento vibratório de um raio de luz? Não hesitamos em afirmá-lo, porque notáveis experiências feitas ultimamente vieram tornar essa verdade indubitável.
          Os raios luminosos ultravioleta, do espectro, invisíveis até então, tornam-se visíveis quando são projetados em uma espécie particular de vidro, contendo um silicato de um metal denominado urânio. Esse vidro tem a propriedade de tornar visíveis os raios que, sem ele, não nos impressionariam os olhos. Se tomarmos um pedaço desse vidro e o iluminarmos, sucessivamente, à luz elétrica, à de uma vela, à de uma lâmpada de gás, e se o colocarmos no campo de um espectro prismático de luz branca, vê-lo-emos brilhar conforme a cor da luz que lhe cair em cima. Se o iluminarmos com raios ultravioleta, notá-lo-emos com uma cor misteriosa, que revela a presença de raios até agora invisíveis aos olhos mortais.
          Examinemos o caso em que a potência do olho pode ser aumentada; essa operação terá ainda, por fim, fazer ver os Espíritos. A alma, dissemo-lo muitas vezes, é uma essência indivisível, imaterial e intangível, que constitui a personalidade de cada indivíduo; ela é cercada de matéria quintessenciada, que lhe forma o invólucro e pela qual entra em relação com a natureza exterior. Esse corpo fluídico, em virtude de sua rarefação, possui um movimento molecular mais rápido que o dos gases e dos vapores, que já são invisíveis para nós. Logo, também ele não será visível, porque os olhos não têm, no estado normal, fibra que possa vibrar harmonicamente com ele.
          Se um Espírito, porém, quer manifestar sua presença, entra em relação fluídica com o encarnado, assim como vimos precedentemente, e, estabelecida a comunicação, acumula pelo magnetismo espiritual, no nervo ótico, uma quantidade de fluido nervoso maior que de ordinário; certas fibras se sensibilizam e podem, desde logo, entrar em vibração correspondente à do invólucro do Espírito. Desde que se produz esse fenômeno, o ser, assim modificado, vê o Espírito e o verá enquanto a ação continuar.
          Pouco a pouco, esta operação se vai renovando, grande número de vezes; as fibras adquirem maior aptidão vibratória, as ondas luminosas se propagam no organismo, seguindo a linha a que Hérbert Spencer deu o nome de linha de menor resistência, de sorte que a onda caminha, cada vez com mais facilidade, ao longo dessa linha e, por fim, ela mesma acaba por tomar naturalmente esse movimento vibratório, desde que a primeira molécula é agitada. O médium, na realidade, tem um sentido novo, devido à extensão do aparelho visual.
          Nós o sabemos, quando o Espírito se quer tornar visível a muitas pessoas, é sempre obrigado a tomar ao médium fluido nervoso, mas a modificação se opera nele e não mais nos olhos dos assistentes. Vimos que a simples alteração no movimento molecular de um corpo pode fazê-lo passar do estado transparente à opacidade. Da mesma forma, um vapor que se condensa, isto é, cujo movimento vibratório diminui, torna-se muito rapidamente visível, sob a forma de nevoeiro; enfim, que o vidro de urânio permite ver os raios do espectro, os quais, sem ele, seriam invisíveis.
          O Espírito pode, portanto, agir de maneira análoga. Esse fenômeno pinta-nos fielmente o que se passa no caso da fotografia dos Espíritos. Estudemos esse novo gênero de manifestação.

   Perante a Mediunidade

A predisposição mediúnica é atributo do Espírito que o corpo reveste de células, a fim de propiciar o intercâmbio entre os seres que estagiam em áreas de vibrações diferentes, especialmente os desencarnados relacionando-se com os encarnados ou estes últimos com os seus pares.

À semelhança da inteligência que tem suas raízes no ser imortal e se expressa través dos neurônios cerebrais, apresenta-se a mediunidade sob um elenco amplo de características e tipos.

Ostensiva em alguns indivíduos prescinde das qualidades morais do seu portador, tornando o fenômeno cristalino, espontâneo, que irrompe de maneira, não raro, violenta, até que a educação necessária discipline o seu fluxo e exteriorização.

Inerente a todos os homens e mulheres, pode surgir tênue e sutil, que o exercício bem direcionado termina por ampliar-lhe a área psíquica de captação.

Seja, porém, sob qual aspecto se manifeste, objetiva a comprovação da imortalidade do ser e oferece o contributo valioso de desvendar a vida além do túmulo, propiciando a compreensão da realidade do mundo causal, assim como as implicações do seu comportamento moral em relação a si mesmo, ao próximo e à Vida.

mediunidade, no passado, predominava na intimidade dos santuários, oferecendo preciosos parâmetros para que os seres humanos se conduzissem com equilíbrio, e, lentamente, se identificassem com o mundo soberano e triunfadorda sobrevivência.

À medida, porém, que os tempos evoluíram, libertou-se da indumentária das superstições que a vestiam, passando pelo profetismo, pelas revelações, para ocupar o lugar de sentido parafísico incorporado aos sensoriais, dando surgimento ao ser transpessoal, paranormal.

Não obstante todas as conquistas do pensamento científico e filosófico com que a Doutrina Espírita a vem desvelando, permanece teimosamente ignorada por grande número de pessoas, quando não é confundida com alucinações patológicas, por determinadas áreas do preconceito acadêmico, ou fenômeno sobrenatural, capaz de realizarmilagres, tornando-se mítica pela visão distorcida do fanatismo.

mediunidade prossegue, desse modo, desafiando os interessados e estudiosos do ser humano, a fim de ocupar o lugar que merece e lhe está reservado no contexto das conquistas paranormais da atualidade.

Neutra, sob o ponto de vista ético, pode apresentar-se exuberante em indivíduos destituídos de caráter saudável e sentimentos elevados, tanto quanto sutil e quase inapercebida em pessoas ricas de valores morais e qualidades superiores da conduta.

Apresentando-se fecunda, não significa, necessariamente, que o seu portador seja Espírito nobre ou missionário com sacerdócio relevante. Da mesma maneira, ao externar-se sutilmente, não implica ser destituída de objetivo ou significado.

Em ambos os casos pode ser tida como instrumento hábil de serviço, facultando o crescimento interior do medianeiro, que a deve dignificar mediante exemplos salutares de elevação de princípios, tanto quanto de conduta assinalada peloamor, pela solidariedade humana, pela dedicação aos postulados do Bem.

O exercício sistemático das forças físicas, o hábito edificante da oração e da meditação, o equilíbrio mental sustentado pelos bons pensamentos constituem os equipamentos valiosos para que alcance a superior finalidade para a qual é concedida ao ser humano, que a incorporará ao seu cotidiano como recurso-luz para a felicidade.

Nabocudonosor, rei da Assíria, perverso e venal, apresentava mediunidade atormentada, que o tornava obsidiado periodicamente.

Tirésias, na Grécia, era instrumento dos seres espirituais, vivendo com equidade e justiça.

Os profetas hebreus, na austeridade da conduta que se impunham, sintonizavam com o Mundo Maior, de onde recebiam inspiração e diretrizes para a sua e as épocas futuras.

Jesus, o Excelente Médium de Deus, tornou-se o exemplo máximo de como se deve conduzir todo aquele que se faz ponte entre o mundo espiritual e o físico.

Médiuns, todos o somos em ambos os planos da vida, cabendo a cada um adaptar-se à faculdade e aprimorá-la, para servir com dignidade, construindo a sociedade que realize a perfeita identidade com o mundo espiritual embora se encontre mergulhado no escafandro carnal.

mediunidade prossegue desafiando os interessados e estudiosos do ser humano... 

   Autor: Manoel Philomeno de Miranda (*)

 Desenvolvimento da Mediunidade

Os ensinamentos contidos nos códigoespíritas, a advertência dos elevados Espíritos que os organizaram e a prática do espiritismo demonstram que nenhum indivíduo deverá provocar, forçando-o, o desenvolvimento das suas faculdades mediúnicas, porque tal princípio será contraproducente, ocasionando novos fenômenopsíquicos e não propriamente espíritas, tais como a auto-sugestão ou a sugestão exercida por pessoas presentes no recinto das experimentações, a hipnose, o animismo, ou personismo, tal como o sábio dr. Alexandre Aksakof classifica o fenômeno, distinguindo-o daqueles denominados " efeitos físicos". A mediunidade deverá ser espontânea por excelência, a fim de frutescer com segurança e brilhantismo, e será em vão que o pretendente se esforçará por atraí-la antes da ocasião propícia.Tal insofridez redundará, inapelavelmente, repetimos, em fenômenos de auto-sugestão ou o chamado animismo, isto é, a mente do próprio médium criando aquilo que se faz passar por uma comunicação de Espíritos desencarnados.

Existem mediunidades que do berço se revelam no seu portador, e estas são as mais seguras, porque as mais positivas, frutos de longas etapas reencarnatórias, durante as quais os seus possuidores exerceram atividades marcantes, assim desenvolvendo forças do Perispírito, sede da mediunidade, vibrando intensamente num e noutro setor da existência e assim adquirindo vibratilidades acomodatícias do fenômeno.

Outras existem ainda em formação ( forças vibratórias frágeis, incompletas, os chamados "agentes negativos"), que jamais chegarão a se adestrar satisfatoriamente numa só existência, e que se mesclarão de enxertos mentais do próprio médium em qualquer operosidade tentada, dando-se também a possibilidade até mesmo da pseudo-perturbação mental, ocorrendo então a necessidade dos estágios em casas de saúde e hospitais psiquiátricos se se tratar de indivíduos desconhecedores das ciências psíquicas. Por outro lado, esse tratamento será balsamizante e até necessário, na maioria dos casos, visto que tais impasses comumente sobrecarregam as células nervosas do paciente, consumindo ainda grande percentagem de fluidos vitais, etc..

Possuindo na minha clinica espiritual fatos interessantes cabíveis nos temas em apreço, patrocinarei aqui a exposição de alguns fatoespíritas, convidando o leitor à meditação sobre eles, pois o espírita necessita profundamente de instrução geral em torno dos fenômenos e ensinamentos apresentados pela ciência transcendente de que se fez adeptociência imortal que não poderá sofrer o abandono das verdadeiras atenções da do senso e da razão.

Recordações da Mediunidade, palavras do dr. Bezerra de Menezes através da psicografia de Ivone A. Pereira.

   Sintomas de Mediunidade

Amediunidade é faculdade inerente a todos os seres humanos, que um dia se apresentará ostensiva mais do que ocorre no presente momento histórico.

À medida que se aprimoram os sentidos sensoriais, favorecendo com mais amplo cabedal de apreensão do mundo objetivo, amplia-se a embrionária percepção extrafísica, ensejando o surgimento natural da mediunidade.

Não poucas vezes, é detectada por características especiais que podem ser confundidas com síndromes de algumas psicopatologias que, no passado, eram utilizadas para combater a sua existência.

Não obstante, graças aos notáveis esforços e estudos de Allan Kardec, bem como de uma plêiade de investigadores dos fenômenos paranormais, a mediunidade vem podendo ser observada e perfeitamente aceita com respeito, face aos abençoados contributos que faculta ao pensamento e ao comportamento moral, social e espiritual das criaturas.

Sutis ou vigorosos, alguns desses sintomas permanecem em determinadas ocasiões gerando mal-estar e dissabor, inquietação e transtorno depressivo, enquanto que, em outros momentos, surgem em forma de exaltação dapersonalidade, sensações desagradáveis no organismo, ou antipatias injustificáveis, animosidades mal disfarçadas, decorrência da assistência espiritual de que se é objeto.

Muitas enfermidades de diagnose difícil, pela variedade da sintomatologia, têm suas raízes em distúrbios damediunidade de prova, isto é, aquela que se manifesta com a finalidade de convidar o Espírito a resgates aflitivos decomportamentoperversos ou doentios mantidos em existências passadas. Por exemplo, na área física: dores no corpo, sem causa orgânica; cefalalgia periódica, sem razão biológica; problemas do sono - insônia, pesadelos, pavores noturnos com sudorese -; taquicardias, sem motivo justo; colapso peririco sem nenhuma disfunção circulatória, constituindo todos eles ou apenas alguns, perturbações defluentes de mediunidade em surgimento e comsintonia desequilibrada. No comportamento psicológico, ainda apresentam-se: ansiedadefobias variadas, perturbações emocionais, inquietação íntima, pessimismo, desconfianças generalizadas, sensações de presenças imateriais - sombras e vultos, vozes e toques - que surgem inesperadamente, tanto quanto desaparecem sem qualquer medicação, representando distúrbios mediúnicos inconscientes, que decorrem da captação de ondas mentais e vibrações que sincronizam com o perispírito do enfermo, procedentes de Entidades sofredoras ou vingadoras, atraídas pela necessidade de refazimento dos conflitos em que ambos - encarnado e desencarnado - se viram envolvidos.

Esses sintomas, geralmente pertencentes ao capítulo das obsessões simples, revelam presença de faculdademediúnica em desdobramento, requerendo os cuidados pertinentes à sua educação e prática.

Nem todos os indivíduos, no entanto, que se apresentam com sintomas de tal porte, necessitam de exercer afaculdade de que são portadores. Após a conveniente terapia que é ensejada pelo estudo do Espiritismo e pela transformação moral do paciente, que se fazem indispensáveis ao equilíbrio pessoal, recuperam a harmonia física, emocional e psíquica, prosseguindo, no entanto, com outra visão da vida e diferente comportamento, para que não lhe aconteça nada pior, conforme elucidava Jesus após o atendimento e a recuperação daqueles que O buscavam e tinham o quadro de sofrimentos revertido.

Grande número, porém, de portadores de mediunidade, tem compromisso com a tarefa específica, que lhe exigeconhecimento, exercício, abnegação, sentimento de amor e caridade, a fim de atrair os Espíritos Nobres, que se encarregarão de auxiliar a cada um na desincumbência do mister iluminativo.

Trabalhadores da última hora, novos profetas, transformando-se nos modernos obreiros do Senhor, estão comprometidos com o programa espiritual da modificação pessoal, assim como da sociedade, com vistas à Era do Espírito imortal que já se encontra com os seus alicerces fincados na consciência terrestre.

Quando, porém, os distúrbios permanecerem durante o tratamento espiritual, convém que seja levada em conta a psicoterapia consciente, através de especialistas próprios, com o fim de auxiliar o paciente-médium a realizar o autodescobrimento, liberando-se de conflitos e complexos perturbadores, que são decorrentes das experiências infelizes de ontem como de hoje.

esforço pelo aprimoramento interior aliado à prática do bem, abre os espaços mentais à renovação psíquica, que se enriquece de valores otimistas e positivos que se encontram no bojo do Espiritismo, favorecendo a criatura humana com alegria de viver e de servir, ao tempo que a mesma adquire segurança pessoal e confiança irrestrita em Deus, avançando sem qualquer impedimento no rumo da própria harmonia.

Naturalmente, enquanto se está encarnado, o processo de crescimento espiritual ocorre por meio dos fatores que constituem a argamassa celular, sempre passível de enfermidades, de desconsertos, de problemas que fazem parteda psicosfera terrestre, face à condição evolutiva de cada qual.

mediunidade, porém, exercida nobremente se torna uma bandeira cristã e humanitária, conduzindo mentes e corações ao porto de segurança e de paz.

mediunidade, portanto, não é um transtorno do organismo. O seu desconhecimento, a falta de atendimento aos seus impositivos, geram distúrbios que podem ser evitados ou, quando se apresentam, receberem a conveniente orientação para que sejam corrigidos.

Tratando-se de uma faculdade que permite o intercâmbio entre os dois mundos - o físico e o espiritual - proporciona a captação de energias cujo teor vibratório corresponde à qualidade moral daqueles que as emitem, assim como daqueloutros que as captam e as transformam em mensagens significativas.

Nesse capítulo, não poucas enfermidades se originam desse intercâmbio, quando procedem as vibrações de Entidades doentias ou perversas, que perturbam o sistema nervoso dos médiuns incipientes, produzindo distúrbios no sistema glandular e até mesmo afetando o imunológico, facultando campo para a instalação de bactérias e vírus destrutivos.

A correta educação das forças mediúnicas proporciona equilíbrio emocional e fisiológico, ensejando saúde integral ao seu portador.

É óbvio que não impedirá a manifestação dos fenômenos decorrentes da Lei de Causa e Efeito, de que necessita o Espírito no seu processo evolutivo, mas facultará a tranqüila condução dos mesmos sem danos para a existência, que prosseguirá em clima de harmonia e saudável, embora os acontecimentos impostos pela necessidade da evoluçãopessoal.

Cuidadosamente atendida, a mediunidade proporciona bem-estar físico e emocional, contribuindo para maior captação de energias revigorantes, que alçam a mente a regiões felizes e nobres, de onde se podem haurir conhecimentos e sentimentos inabituais, que aformoseiam o Espírito e o enriquecem de beleza e de paz.

Superados, portanto, os sintomas de apresentação da mediunidade, surgem as responsabilidades diante dos novos deveres que irão constituir o clima psíquico ditoso do indivíduo que, compreendendo a magnitude da ocorrência, crescerá interiormente no rumo do Bem e de Deus.

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(*) Manoel Philomeno de Miranda 
Manoel Philomeno tomou conhecimento da Doutrina Espírita em 1914 através do médium Saturnino Favila. Na mesma época, conheceu o conceituado espírita baiano José Petitinga, passando a freqüentar a União Espírita Baiana (atual Federação Espírita do Estado da Bahia), fundada em 1915. Presidia as reuniões mediúnicas e os trabalhos do Grupo Fraternidade, e a partir de 1921 passou a integrar a Diretoria da UEB, função que exerceu até à sua morte. Sucedeu a José Petitinga na Presidência da Assembléia Geral da União Espírita Baiana. Em 1950 o médium Francisco Cândido Xavier psicografou para Divaldo Pereira Franco uma mensagem assinada pelo espírito de Manoel Philomeno[1], mas somente em 1970 é que esta entidade se apresentou a Divaldo como um trabalhador atuante na área da desobsessão quando em vida, e que teria prosseguido nesses estudos, após a morte física. Teve início, desse modo, uma parceria mediúnica que trouxe a público diversas obras enfocando o tema "obsessão", visando auxiliar o seu entendimento e oferecer suporte aos trabalhos mediúnicos nessa área desenvolvidos pelos Centros Espíritas no Brasil.

                                           A Ciência Caminha!  (*) (...Continuação)

A produção de exames de neuroimagem (conhecidos como tomografia por emissão de pósitrons) com médiuns psicógrafos em transe é uma experiência pioneira no mundo. Os cientistas Julio Peres, Alexander Moreira-Almeida, Leonardo Caixeta, Frederico Leão e Andrew Newberg, responsáveis pela pesquisa, garantiam o uso de critérios rigorosamente científicos. Punham em jogo o peso e o aval de suas instituições. Eles pertencem às faculdades de medicina da Universidade de São Paulo, da Universidade Federal de Juiz de Fora, da Universidade Federal de Goiás e da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia. Principal autor do estudo, o psicólogo clínico e neurocientista Julio Peres, pesquisador do Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (Proser), do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, acalentava a ideia de que a experiência espiritual pudesse ser estudada por meio da neuroimagem.

A produção de exames de neuroimagem (conhecidos como tomografia por emissão de pósitrons) com médiuns psicógrafos em transe é uma experiência pioneira no mundo. Os cientistas Julio Peres, Alexander Moreira-Almeida, Leonardo Caixeta, Frederico Leão e Andrew Newberg, responsáveis pela pesquisa, garantiam o uso de critérios rigorosamente científicos. Punham em jogo o peso e o aval de suas instituições. Eles pertencem às faculdades de medicina da Universidade de São Paulo, da Universidade Federal de Juiz de Fora, da Universidade Federal de Goiás e da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia. Principal autor do estudo, o psicólogo clínico e neurocientista Julio Peres, pesquisador do Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (Proser), do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, acalentava a ideia de que a experiência espiritual pudesse ser estudada por meio da neuroimagem.

Pela primeira vez, o cérebro dos médiuns foi investigado com os recursos modernos da neurociência. 

Em frente ao Q.G. dos médiuns no Hotel Penn Tower, o laboratório de pesquisas do Hospital da Universidade da Pensilvânia estava pronto. Lá, o cientista Andrew Newberg e sua equipe aguardavam ansiosos. Médico, diretor de Pesquisa do Jefferson-Myrna Brind Centro de Medicina Integrativa e especialista em neuroimagem de experiências religiosas, Newberg é autor de vários livros, com títulos como Biologia da crença e Princípios de neuroteologia. Suas pesquisas são consideradas uma referência mundial na área. Ele acabou por se tornar figura recorrente nos documentários que tratam de ciência e religião. Meses antes, Newberg escrevera da Universidade da Pensilvânia ao consulado dos EUA, em São Paulo, pedindo que facilitasse a entrada dos médiuns em terras americanas. O consulado foi prestativo e organizou um arquivo especial com os nomes dos médiuns, classificando-o como “Protocolo Paranormal”


Jacalyn Duffin: “Eu sou ateia, mas acredito em milagres”


Tom Holland: “A religião deve ser investigada”

“É conhecido o fato de experiências religiosas afetarem a atividade cerebral. Mas a resposta cerebral à mediunidade, a prática de supostamente estar em comunicação com ou sob o controle do espírito de uma pessoa morta, até então nunca tinha sido investigada”, diz Newberg. Os cientistas queriam investigar se havia alterações específicas na atividade cerebral durante a psicografia. Se houvesse, quais seriam? Os dez médiuns, quatro homens e seis mulheres, participavam do experimento voluntariamente. Foram selecionados no Brasil por meio de uma longa triagem. Entre os pré-requisitos, tinham de ser destros, saudáveis, não ter nenhum tipo de transtorno mental e não usar medicações psiquiátricas. Metade dos voluntários dizia carregar décadas de experiência no “intercâmbio espiritual”. Outros, menos experientes, apenas alguns anos.

Na Filadélfia, antes de a experiência começar, os médiuns passaram por uma fase de familiarização com os procedimentos e o ambiente do hospital onde seriam feitos os exames. O experimento só daria certo se os médiuns estivessem plenamente à vontade. Todos se perguntavam se o transe seria possível tão longe de casa, num hospital em que se podia perguntar se Dr. Gregory House, o personagem de ficção interpretado pelo ator inglês Hugh Laurie, não apareceria ali a qualquer momento


Por que em um mês Nova York ganhou tantos santos quanto o Brasil em toda a sua história.

Numa sala com aviso de perigo, alta radiação, começaram os exames. Por meio do método conhecido pela sigla Spect (Single Photon Emission Computed Tomography, ou Tomografia Computadorizada de Emissão de Fóton Único), mapeou-se a atividade do cérebro por meio do fluxo sanguíneo de cada um dos médiuns durante o transe da psicografia. Como tarefa de controle, o mesmo mapeamento foi realizado novamente, desta vez durante a escrita de um texto original de própria autoria do médium, uma redação sem transe e sem a “cola espiritual”. Os autores do estudo partiam da seguinte hipótese: uma vez que tanto a psicografia como as outras escritas dos médiuns são textos planejados e inteligíveis, as áreas do cérebro associadas à criatividade e ao planejamento seriam recrutadas igualmente nas duas condições. Mas não foi o que aconteceu. Quando o mapeamento cerebral das duas atividades foi comparado, os resultados causaram espanto.

Segundo a pesquisa, a mediunidade pode ser considerada uma manifestação saudável.

Surpreendentemente, durante a psicografia os cérebros ativaram menos as áreas relacionadas ao planejamento e à criatividade, embora tenham sido produzidos textos mais complexos do que aqueles escritos sem “interferência espiritual”. Para os cientistas, isso seria compatível com a hipótese que os médiuns defendem: a autoria das psicografias não seria deles, mas dos espíritos comunicantes. Os médiuns mais experientes tiveram menor atividade cerebral durante a psicografia, quando comparada à escrita dos outros textos. Isso ocorreu apesar de a estrutura narrativa ser mais complexa nas psicografias que nos outros textos, no que diz respeito a questões gramaticais, como o uso de sujeito, verbo, predicado, capacidade de produzir texto legível, compreensível etc.

Apesar de haver várias semelhanças entre a ativação cerebral dos médiuns estudados e pacientes esquizofrênicos, os resultados deixaram claro também que aqueles voluntários não tinham esquizofrenia ou qualquer outra doença mental. Os cientistas afirmam que a descoberta de ativação da mesma área cerebral sublinha a importância de mais pesquisas para distinguir entre a dissociação (processo em que as ações e os comportamentos fogem da consciência) patológica e não patológica. Entre o que é e o que não é doença, quando alguém se diz tocado por outra entidade. Os médiuns estudados relataram ilusões aparentes, alucinações auditivas, alterações de personalidade e, ainda assim, foram capazes de usar suas experiências mediúnicas para tentar ajudar os outros. Pode haver, portanto, formas saudáveis de dissociação. Uma das conclusões a que os cientistas chegaram é que a mediunidade envolve um tipo de dissociação não patológica, ou não doentia. A mediunidade pode ser uma expressão comum à natureza humana. Essas conclusões, que ÉPOCA antecipa na edição que chegou às bancas na sexta-feira (16), foram divulgadas na revista científica americana Plos One. O estudo Neuroimagem durante o estado de transe: uma contribuição ao estudo da dissociação tem acesso gratuito desde sexta-feira, dia 16, no endereço eletrônico: dx.plos.org/10.1371/journal.pone.0049360.


O maior de todos os psicógrafos

Naquele verão, na Filadélfia, os dez médiuns produziram psicografias espelhadas – escritas de trás para a frente –, redigiram em línguas que não dominavam bem, descreveram corretamente ancestrais dos cientistas que os próprios pesquisadores diziam desconhecer, entre outras tantas histórias. Convivendo com eles naquele experimento, colhendo suas histórias, ouvindo os dramas e prazeres de viver entre dois mundos, encontrei diferentes biografias. Todos eles compartilham, porém, a crença de que aquilo que veem e ouvem é, de fato, algo real. Outro ponto em comum: todos nutriam enorme respeito por Chico Xavier, considerado o modelo de excelência da prática psicográfica.

Michael Sandel: "A política precisa se abrir à religião"

Mineiro de família pobre, fala mansa e sorriso tímido, Chico Xavier recebeu apenas o ensino básico. Isso não o impediu de publicar mais de 400 livros, alguns em dez idiomas diferentes, cobrindo variados gêneros literários e amplas áreas do conhecimento. Ao final da vida, vendera cerca de 40 milhões de exemplares, cujos direitos autorais foram doados. Psicografou por sete décadas. Nenhum tipo de fraude foi comprovada. Isso não significa que seus feitos mediúnicos sejam absoluta unanimidade. Há controvérsias. O pesquisador Alexandre Caroli Rocha, doutor em teoria e história literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), chegou a conclusões que parecem favorecer a hipótese de que Chico fosse mesmo uma grande e sintonizada antena. Em seu mestrado, ele analisou o primeiro livro publicado pelo médium, Parnaso de além-túmulo, que trazia 259 poemas atribuídos a 83 autores já mortos.

Seu estudo considerou os aspectos estilísticos, formais e interpretativos dos poemas e concluiu que a antologia não era um produto de imitação literária simples. Rocha descobriu, por exemplo, que Guerra Junqueiro (1850-1923), um dos autores mortos, assinava a continuação de um poema inacabado em vida. Não havia indício de que Chico tivesse tido acesso ao poema antes de psicografar sua continuação. No doutorado, Rocha concluiu que Chico reproduzia perfeitamente o estilo do popular escritor Humberto de Campos (1886-1934). Nos textos que saíam da ponta de seu lápis havia, segundo Rocha, um estilo intrincado e sofisticado, detectável apenas por aqueles que conhecem bem como Humberto de Campos funciona. Muitos dos textos atribuídos a Campos continham informações que estavam fora do domínio público. Encerradas num diário secreto, tais informações só foram reveladas 20 anos depois da morte de Campos e do início da produção mediúnica de Chico.

Outros cientistas laureados com o Nobel consagraram parte de sua vida buscando respostas para os mistérios da alma e a possibilidade de comunicação com os mortos. Pesquisas que hoje seriam consideradas assombrosas, como materialização de espíritos, movimentação de objetos à distância, levitação etc., foram realizadas na passagem entre os séculos XIX e XX. Houve forte oposição materialista. Experimentos frustrados e a comprovação de fraude de alguns médiuns lançaram um manto de ceticismo e silêncio sobre o tema. Essa linha de pesquisa entrou em crise. Experimentos com mediunidade aos poucos se tornaram uma mácula nos currículos oficiais dos eminentes cientistas. E a ciência moderna acabou por condenar ao esquecimento inúmeras pesquisas científicas sobre o assunto, algumas rigorosas. Enquanto o cinema, a TV e a literatura cada vez se apropriam mais das questões do espírito, a ciência dominante tem torcido o nariz e deixado essas reflexões fora de seu campo.

A questão tem sido esquecida, mas não totalmente. Apesar de ainda tímidas, pesquisas científicas sobre comunicações mediúnicas, como a da Filadélfia, têm sido realizadas recentemente. Basicamente, encontraram que, além de fenômenos que revelam fraude proposital ou inconsciente do médium, há muito a explicar. Muita coisa não cabe dentro do discurso que prevalece hoje na ciência. Pesquisadores da área acreditam que a telepatia do médium com o consciente ou o inconsciente daquele que deseja uma comunicação espiritual não explica psicografias nas quais se revelam informações desconhecidas das pessoas que o procuram.

Muitas informações fornecidas por médiuns, dizem eles, se confirmaram verdadeiras só mais tarde, após pesquisa sobre o morto. Como pensar então em telepatia se só o morto detinha as informações? Seria possível a ideia de comunicação direta com os mortos? Alguns cientistas que estudam as percepções mediúnicas discordam dessa hipótese. Acreditam que é possível não haver limite de espaço e tempo para percepções mediúnicas. O médium poderia andar para a frente e para trás no tempo e no espaço, coletando as informações que desejasse, quando e onde elas estivessem. Num fenômeno em que comprovadamente não houvesse fraude ou sugestão inconsciente, sobrariam apenas duas hipóteses: ou haveria a capacidade do médium de captar informações em outro espaço e tempo; ou existiria mesmo a capacidade de comunicação entre o médium e o espírito de um morto.

Atuais referências no estudo científico de fenômenos tidos como espirituais, cientistas como Robert Cloninger, Mario Beauregard, Erlendur Haraldsson, Stuart Hameroff e Peter Fenwick aplaudem a iniciativa de Julio Peres em seu estudo. Esse neurocientista brasileiro, que tem colhido apoio em seus pares, afirma que seus achados “compõem um conjunto de dados interessantes para a compreensão da mente e merecem futuras investigações, tanto em termos de replicação como de hipóteses explicativas”. Outro coautor do estudo, o psiquiatra Frederico Camelo Leão, coordenador do Proser, defende mais estudos acerca das experiências tidas como espirituais. “O impacto das pesquisas despertará a comunidade científica para como esse desafio tem sido negligenciado”, diz.  


EXPERIÊNCIA

1. Q.G. dos médiuns em quarto do Hotel Penn Tower, na Pensilvânia;

2. Médium recebe marcador radioativo para captar a atividade cerebral durante o transe

3. Escaneamento cerebral por meio da técnica de tomografia computadorizada com emissão de fóton único;

4. Checagem final para garantir a qualidade do experimento, feita num pequeno laboratório 5. Análise das primeiras imagens cerebrais capturadas pelos cientistas Julio Peres e Andrew Newberg.  


(Fotos: Denise Paraná/ÉPOCA)

 

A ciência pode desvendar a natureza da alma? 

“Se eu pudesse recomeçar minha vida, deixaria de lado tudo o que fiz, para estudar a paranormalidade.” Essa confissão de Sigmund Freud a seu biógrafo oficial, Ernest Jones, marca um dos capítulos pouco conhecidos da história do pensamento humano. Pouca gente sabe também que muitas das teorias reconhecidas hoje pela ciência sobre o inconsciente e a histeria baseiam-se em trabalhos de pesquisadores que se dedicaram ao estudo da mediunidade. Talvez menos gente saiba que Marie Curie, a primeira cientista a ganhar dois prêmios Nobel, e seu marido, Pierre Curie, também Nobel, dedicaram espaço em suas atribuladas agendas ao estudo de médiuns. No Instituto de Metapsíquica em Paris, no início do século passado, Madame Curie inquiriu com seus assombrados olhos azuis a médium de efeitos físicos Eusapia Palladino. O casal Curie supôs que os segredos da radioatividade poderiam ser revelados por meio de uma fonte de energia espiritual. Quem seria capaz de imaginar isso hoje?


 


A mensagem

Para os céticos

A ciência precisa investigar a sério a hipótese da comunicação entre médiuns e mortos

Para os crentes

Essa hipótese ainda precisa passar por mais investigações para ser comprovada 


 

O QUE É MATÉRIA E O QUE NÃO É?

Da esquerda para a direita, os cientistas Alexander Moreira- Almeida, Júlio Peres e Andrew Newberg discutem os exames em 2008. O artigo final com todos os achados só foi publicado quatro anos depois

(Foto: Denise Paraná/ÉPOCA)

 

O pesquisador Alexander Moreira-Almeida, coautor do estudo e diretor do Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde (Nupes), da Universidade Federal de Juiz de Fora, é o principal responsável por colocar o Brasil em destaque nessa área no cenário internacional. Moreira-Almeida recebeu o Prêmio Top Ten Cited, como o primeiro autor do artigo mais citado na Revista Brasileira de Psiquiatria, com Francisco Lotufo Neto e Harold G Koenig. É editor do livro Exploring frontiers of the mind-brain relantionship (Explorando as fronteiras da relação mente-cérebro, em tradução livre), pela reputada editora científica Springer.


Ele afirma que a alma, ou como prefere dizer, a personalidade ou a mente, está intimamente ligada ao cérebro, mas pode ser algo além dele. Para esse psiquiatra fluminense, pesquisas sobre experiências espirituais, como a mediunidade, são importantes para entendermos a mente e testarmos a hipótese materialista de que a personalidade seja um simples produto do cérebro. Moreira-Almeida lembra que Galileu e Darwin só puderam revolucionar a ciência porque passaram a analisar fenômenos que antes não eram considerados. “O materialismo é uma hipótese, não é ainda um fato cientificamente comprovado, como muitos acreditam”, diz Moreira-Almeida.


Apesar de todos os avanços da ciência materialista, a humanidade continua aceitando as dimensões espirituais. Dados do World Values Survey revelam que a maioria da população mundial acredita na vida após a morte. Em todo o planeta, um número expressivo de pessoas declara ter se sentido em contato com mortos: são 24% dos franceses, 34% dos italianos, 26% dos britânicos, 30% dos americanos e 28% dos alemães. Não há dúvida de que o materialismo científico foi instrumento de enorme progresso para a humanidade. A dúvida é se ele, sozinho, seria capaz de explicar toda a experiência humana. Para a maioria da população, a visão materialista parece deixar um vazio atrás de si. Na busca de respostas para nossas principais questões, muitos assinariam embaixo da frase de Albert Einstein: o homem que não tem os olhos abertos para o mistério passará pela vida sem ver nada.

 * Denise Paraná é jornalista, doutora em ciências humanas pela Universidade de São Paulo e pós-doutora, como visiting scholar, pela Universidade de Cambridge, Inglaterra

De "O Livro dos Espíritos”

186 - Há mundos em que o espírito, deixando de viver num corpo material, não tem por envoltório mais que o perispírito?

— Sim, e esse envoltório mesmo torna-se de tal maneira etéreo, que para vós é como se não existisse; eis então o estado dos espíritos puros.

De "O Livro dos Médiuns”

225 - Qualquer que seja a natureza dos médiuns escreventes, quer eles sejam mecânicos, semimecânicos ou simplesmente intuitivos, nossos processos de comunicação com eles não variam essencialmente. Com efeito, comunicamo-nos com os próprios espíritos encarnados, como com os desencarnados, pela simples irradiação de nosso pensamento. (Cap. XIX)

De "O Evangelho Segundo o Espiritismo”

A coragem das opiniões próprias sempre foi tida em grande estima entre os homens, porque há mérito em afrontar os perigos, as perseguições, as contradições e até os simples sarcasmos, aos quais se expõe, quase sempre, aquele que não teme proclamar abertamente ideias que não são as de toda gente.

(Cap. XXIV - A Candeia debaixo do Alqueire).

De "O Céu e o Inferno”

Quando o tempo de uma descoberta chegou, os espíritos encarregados de dirigir-lhe a marcha procuram o homem capaz de conduzi-la a bom termo e lhe inspiram as ideias necessárias, de maneira a deixar-lhe todo o mérito, porque essas ideias, é preciso que as elabore e as ponha em prática. (Cap. X - Intervenção dos Demônios nas Modernas Manifestações).

De "A Gênese”

14 - Até que a Humanidade haja crescido suficientemente em perfeição pela inteligência e pela prática das leis divinas, as maiores perturbações serão causadas pelo homem, e não pela natureza, isto é, serão mais morais e sociais que físicas. (Cap. IX - Revoluções do Globo).

                                   Fonte: Jornal da Mediunidade nº 34 – Janeiro, Fevereiro e Março de 2013.

 Meditemos neste trecho do capítulo XIX do livro “Nos Domínios da Mediunidade”, de André Luiz/ F.C.X.:

-  ”A influência de almas encarnadas entre si, às vezes, alcança o clima de perigosa obsessão.

Milhões de lares podem ser comparados a trincheiras de luta, em que pensamentos guerreiam pensamentos, assumindo as mais diversas formas de angústias e repulsão;

-  E poderíamos enquadrar o assuntos nos domínios da mediunidade?

-  Perfeitamente, cabendo-nos acrescentar ainda que o fenômeno pertence à sintonia. Muitos processos de alienação mental guardam nele as origens. Muitas vezes, dentro do mesmo lar, da mesma instituição, adversários ferrenhos do passado se reencontram. Chamados pela Esfera Superior ao reajuste, raramente conseguem superar a aversão  de que se vêem possuídos, uns à frente dos outros, e alimentam compaixão, no  imo de si mesmos, os raios tóxicos da antipatia que, concentrados, se transformam em venenos magnéticos, suscetíveis de provocar a enfermidade e a morte. Para isso, não será necessário que a perseguição recíproca se expresse em contendas visíveis. Bastam as vibrações silenciosas de crueldade e despeito, ódio e ciúme, violência e desespero, as quais alimentadas, de parte a parte, constituem corrosivos destruidores“. 

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