O despertar da compaixão

Muito se fala dela, pouco se sabe. A compaixão pode não ser exatamente o que você pensa que é: existem várias maneiras de experimentá-la, a maioria das vezes de forma surpreendente

Por Liane Alves

Quando resolveu contar histórias para crianças em hospitais como voluntário da Associação Viva e Deixe Viver, o juiz desembargador Antonio Carlos Malheiros teve de superar a si mesmo. No dia escolhido para seu turno na ala de queimados de um grande hospital de São Paulo, ele colocou seu nariz de palhaço, ajeitou seu avental colorido e enfrentou a forte visão das crianças com queimaduras. Foi um grande choque. Mas em poucos minutos, porém, Malheiros já estava solto. Sabia que sua maneira de exercitar a compaixão ali era dar alegria a quem estava mergulhado no sofrimento. O que ele não podia, naquele momento, era sentir dó, piedade, “peninha”. Por isso riu, e arrancou muitos sorrisos, com as histórias que contou. Foi um verdadeiro sucesso. Quando estava quase saindo, sentiu um puxão lá embaixo no seu avental. Era um menino de uns 5 anos com o rosto quase totalmente envolto por bandagens e esparadrapos. O garoto fez um sinal para o juiz se inclinar e disse bem baixinho no seu ouvido: “Tio, pode não parecer, mas eu estou rindo...”

Aí não tem jeito, algo se desmancha no coração. Ele se torna mais tenro, mais terno. E perde sua carapaça habitual de dureza. Como não preenchê-lo de amor por aquela criança vivendo em condições tão difíceis? O sentimento da compaixão é mesmo um transbordamento amoroso. Como as lágrimas, que rolam pelos olhos por causa da emoção, ela transborda diretamente do coração, só que em direção ao mundo.


Amor e sabedoria

Compaixão é amor, sim. Mas uma espécie particular de amor, que pode ser vivenciado de diferentes maneiras. Pode ser passando por cenas como essa descrita no começo do texto. Ou exercitando a paciência, a tolerância, um estar perto em silêncio. A compaixão pode ser praticada até com socos e palavrões, como os bombeiros são obrigados a fazer quando têm de dominar pessoas em pânico para poder salvá-las. Ter compaixão é olhar para o outro e ver o que ele precisa naquele momento. Pode ser um abraço apertado, uma bronca, uma orientação, uma ajuda material. A única condição essencial é que qualquer uma dessas ações parta do coração e que corresponda ao que é preciso naquele instante. Mas compaixão, diferentemente do que nossa tradição de catolicismo lusitano pode indicar, está a léguas da pena. Quem tem pena, muitas vezes, não ama verdadeiramente.

A pergunta que se deve fazer ao sentir a compaixão nascendo dentro do peito é: “De que forma posso ajudar agora?” E a resposta depende tanto de sentimento quanto de raciocínio. “Ter compaixão significa aliar amor e sabedoria”, disse o mestre Geshe Lhakdor, um especialista em filosofia budista que esteve no Brasil. Com palavras tão simples, ele dá a chave de ouro de como se pode exercitar a compaixão. Porque é preciso sentimento, sim, mas também um certo domínio da situação e inteligência. De outra maneira, ficaríamos só chorando ao lado de quem está sofrendo. Bombeiros e salva-vidas não salvariam pessoas, enfermeiras não conseguiriam cuidar direito de seus pacientes, acompanhantes de pessoas doentes entrariam na mais profunda depressão. “Para ajudar o outro, compartilhar sua dor, é preciso estar inteiro, íntegro, e não caindo aos pedaços, emocionalmente falando”, diz a psicóloga Ana Maria Silva, que dá suporte aos contadores de histórias da Associação Viva e Deixe Viver. A entidade tem um programa rigoroso, severo na formação de seus voluntários: de 600 candidatos iniciais, podem ser aprovados apenas 60, justamente os que têm mais condições psicológicas para exercer a compaixão de forma constante e militante. Isto é, de saber avaliar o que realmente a outra pessoa precisa. Em outras palavras, é mais prudente não praticar a compaixão de maneira continuada quando ainda não foram resolvidas grandes questões internas ou, então, quando se deseja ajudar apenas para tentar suprir uma carência afetiva. “Primeiro, é necessário ajudar a si mesmo. Mais inteiro, pode-se começar a pensar em ajudar os outros de forma mais contínua e responsável”, diz.

Isso quer dizer que você vai ter de adiar para sempre esse estar próximo ao sofrimento do outro? Afinal, somos humanos, e nunca estamos totalmente resolvidos... Não, o estar bem e inteiro não pode se transformar numa desculpa ardilosa para nosso egoísmo habitual. Pontualmente, todos nós podemos estar abertos para a dor alheia. Estar ao lado de um amigo em um momento difícil, abrir a casa para um parente que precisa de apoio, participar de uma ação voluntária numa emergência, passar a noite no hospital com alguém, isso todo mundo pode fazer. Mas, para exercitar a compaixão de maneira mais continuada, precisamos, sim, estar mais preparados para poder atender a esse chamado do coração de um jeito mais preciso.


Saber como ajudar

Em seu livro Por um Fio, o médico e escritor Drauzio Varella confessa que durante muitos anos se deixou contaminar pelas reações dos doentes, sentindo-se “imobilizado” emocionalmente e incapaz de oferecer seus préstimos de médico à altura. Tudo porque não conseguia deixar de pensar no sofrimento pelo qual seus pacientes estariam passando. Com o tempo, Drauzio aprendeu a não se paralisar de angústia diante de alguém que estivesse sofrendo. Isso não ajudaria em nada o paciente.

Tem gente que sabe isso intuitivamente, sem precisar treino, como a psicóloga carioca Ana Helena Vieira, que enfrentou, durante quase um ano, um entra-e-sai de hospital por causa da doença do marido. Numa das vezes, teve de esperar por uma cirurgia que durou oito horas. Ela podia ficar roendo as unhas na sala de espera. Mas como sabia que a operação, embora demorada, não tinha grande risco, resolveu almoçar num restaurante charmoso ali por perto, assistir a um filme leve, bater perna nas imediações e voltar radiante para o pós-operatório do marido, que lhe exigiria paciência, boa disposição física e muita dedicação. “No começo, sentia culpa. Depois, sabia que sentir-me bem era fundamental para eu poder cuidar e dar a atenção devida a ele.” Quanto sofrimento inútil poderia ser jogado fora se a gente soubesse que é possível praticar a compaixão desse jeito, com tanta leveza e harmonia...

Outras pessoas precisam se autoanalisar, ou contar com terapia, antes de resolver ajudar mais sistematicamente. Foi o que aconteceu com as 15 mulheres que participam de um site com informações sobre câncer de mama. Todas elas passaram pela doença e se conheceram num grupo virtual que tratava do assunto. Ali compartilhavam suas dúvidas, medos e esperanças. Foi quando decidiram fazer um site para ajudar mulheres como elas. Só que uma coisa era desabafar e trocar impressões entre si, como faziam no grupo virtual, outra era começar tudo de novo e ajudar objetivamente, com informação qualificada, a quem passava pelo câncer. Tiveram de reavaliar a si mesmas e sua relação com a doença e estabelecer a melhor maneira de colocar a questão mais racionalmente, ainda que com muito amor. Um duro aprendizado, mas que elas exercitam voluntariamente todos os dias.

E, sim, há várias maneiras de se preparar para exercer a compaixão, até as mais controvertidas. Na antiga série de televisão M.A.S.H., o cirurgião-chefe de um acampamento hospitalar do Exército americano usava sua rebeldia e senso de humor para manter sua sanidade em meio a carnificina geral da Guerra da Coréia. Servia-se do mercado negro local para garantir o consumo de uísque entre os médicos nos horários livres, subornava oficiais para conseguir férias para seus ajudantes mais estressados, aprovava bonés e bermudas fora do uniforme para alegria dos enfermeiros. Tudo para poder suportar o calor úmido de 40 graus de uma floresta tropical, mosquitos, doenças infecciosas e atender, com compaixão, pacientes destroçados por explosivos. Condenar, quem há de?


Os cinco tipos

Mas compaixão não é uma coisa só, um sentimento inequívoco que se apresenta de apenas uma maneira. O lama budista gaúcho Padma Samten conta como se manifestam os cinco aspectos diferentes da compaixão, relacionando-os às cinco cores (ou energias) emanadas pelos budas primordiais. “Na compaixão azul, por exemplo, olhamos para quem sofre e o acolhemos com ternura”, diz ele. “E perguntamos interiormente: ‘Quais as potencialidades e qualidades escondidas nesse ser? Como ele pode desabrochar?’ E o ajudamos a seguir essa direção”, explica.

A compaixão amarela está ligada à generosidade e à riqueza. “Então, quando vamos ajudar alguém, nós podemos não somente ouvi-lo e entendê-lo, como também podemos fazer algo a mais, dando oportunidades ou oferecendo meios materiais para que a pessoa possa sair daquela situação difícil”, afirma o lama. É uma ajuda prática, que pode envolver dinheiro, comida ou trabalho.

Na compaixão vermelha, nossa principal atitude é tentar despertar a força interior da pessoa que está passando por uma dificuldade. É dar estímulo, promover sua alegria ou até aproveitar a raiva dela para direcioná-la na construção de uma nova vida. “Às vezes não basta dar acolhimento e condições materiais, se a gente não estimula o despertar do eixo interno emocional do outro, com entusiasmo e um referencial positivo do que pode acontecer no futuro”, diz o lama.

A compaixão verde é a do grito, da bronca, do basta. “Se vemos uma criança puxando uma toalha com uma caneca de leite fervente em cima e não gritamos, ela pode se queimar gravemente. Quando gritamos ‘Não faça isso!’, nós interrompemos uma ação negativa, para bem da pessoa. Isso também é compaixão”, afirma o lama Samten. A psicóloga paulista Maria Cândida Amaral afirma que isso é muito comum entre as famílias. “A compaixão pode ser exercida com brabeza, isto é, com-paixão, com emoção. E isso não tem nada a ver com sentimentos melosos”, diz. Qualquer mãe sabe disso. Às vezes o grito tem de ser forte, a bronca tem de ser enérgica para surtir algum resultado. A mãe pode fazer isso com o coração apertado, mas sabe que tem de fazer e que, ao se omitir, cometerá uma falha na educação dos seus filhos.

A última forma de compaixão, segundo prega o budismo, é a branca. “É a culminância desse sentimento. Nela oferecemos nossa própria natureza essencial, que é luminosa, amorosa e compassiva. Porque ainda que eu acolha com ternura, ainda que propicie meios, ainda que procure despertar a coragem da pessoa e que impeça sua negatividade, se não oferecer amor, todas as outras formas de compaixão ficam quase sem sentido”, conclui o lama.


Curar, aliviar, sentir

Bom, até aqui, vimos que existem diferentes formas de exercitar a compaixão, que esse sentimento pode ser vivenciado por qualquer um e que, para ser experimentado de uma maneira mais continuada, exige equilíbrio interno e, talvez, uma preparação. O budismo, mais uma vez, oferece um método excelente para esse treino: a meditação tong-len. Nessa prática, você inspira todas as dores e sofrimentos do outro, que às vezes passa pela mesma dor que você, para expirar esperança, alívio, amor e alegria. Quando praticamos o tong-len, fazemos um trabalho intenso com o ego, pois temos uma resistência natural a inspirar o sofrimento alheio. Até chegar um momento em que isso não tem mais importância.

A gerente administrativa paulista Maria de Lurdes Assunção Ferrari, por exemplo, perdeu o filho de 21 anos num acidente de automóvel e fez a prática para se recuperar da própria dor. “Meu sofrimento era tão grande, tão imenso, e me sentia tão impotente, que minha única saída era me irmanar com quem passava por isso. Inspirava a dor de todas as mães do mundo que tinham perdido um filho naquelas condições e expirava aceitação, paz, alívio”, conta. Não era mais seu infinito sofrimento, mas o sofrimento de todas as mães que cabiam na sua dor que, por sua vez, já não conhecia limites. Aí o coração se expande de forma verdadeira. Desaparece a separação entre nós e os outros, e tudo se torna apenas uma coisa. O sofrimento passa a fazer parte de um todo, não é mais apenas individual e tão pesado. Ao fazer a prática pelas mães que perderam seus filhos, Maria de Lourdes também a realizava por si mesma, pois estava irmanada na mesma dor. A aceitação e a serenidade que desejava às outras mulheres aos poucos foi tomando conta de seu próprio coração. “A união com outras mães era tão profunda que pensava que eu não existia mais, só aquele pulsar cheio de amor, ao ritmo da respiração.”

Hoje, muitos voluntários budistas ensinam a prática do tong-len para quem se sente imerso em sua dor, ou mesmo para quem está imobilizado numa cama. É uma prática que exige um coração compassivo, tanto que há 40 anos só era praticada por monges.

Também podemos fazer o tong-len por nós mesmos. Aliás, essa é a melhor maneira de começar: inspirando todos os nossos sofrimentos e mágoas e expirando purificação, alívio e perdão. Simon Luna, um dos maiores instrutores da tradição Shambhala, ensinava que podemos aprender a curar a criança ferida que temos em nosso coração com a prática do tong-len, inspirando sua dor e expirando acolhimento, carinho, ternura num cálido abraço. Pois quem mais precisa de amor e compaixão, nos passos iniciais desse longo caminho, somos, afinal de contas, nós mesmos.
Para saber mais

Livros:

A Alegria de Viver, Yongey Mingyur Rinpoche, Campus-Elsevier
• Bondade, Amor e Compaixão, Dalai Lama, Pensamento-Cultrix
• Comece Onde Você Está, Pema Chödron, Sextante
• Por um Fio, Drauzio Varella, Companhia das Letras

Matéria publicada na Revista Vida Simples, edição de novembro de 2007.

PERDÃO RADICAL

 As sublimes lições não paravam de iluminar as consciências dos discípulos interessados no conhecimento da Verdade.
Cada momento em companhia do Mestre amado revestia-se de um aprendizado inolvidável.
Jamais houvera alguém que pudesse, como Ele o fazia, cantar a beleza da sabedoria com a linguagem singela de um lírio alvinitente em pleno chavascal.
As Suas palavras eram como pérolas reluzentes que formavam colares luminosos na consciência dos ouvintes.
Ele nunca se repetia. Com as mesmas palavras entretecia variações incomuns em torno dos temas do cotidiano, oferecendo soluções simples, às vezes, profundas, com a mesma naturalidade com que se referia ao Pai, o Seu Abba.
Ressoavam nos refolhos das almas o canto incomparável do Sermão da Montanha, que se lhes tornara o novo norte para o avanço no rumo da augusta plenitude.
Cada bem-aventurança era portadora de um novo conteúdo, como sendo a diretriz soberana do amor em relação ao futuro da Humanidade.
Ninguém ficava à margem, nenhum sentimento era esquecido e a fonte de inexaurível sabedoria continuava a fluir a água lustral dos ensinamentos imortais.
Ele parecia ter pressa de preparar os amigos, embora não fosse apressado.
Eram tantas as necessidades humanas que não era possível desperdiçar o tempo em cogitações da banalidade e emprego das horas em pequenezes habituais do comportamento.
Mais de uma vez Ele falara sobre a emoção do amor e a bênção do perdão, sendo porém enfático em todas elas.
O perdão é sempre melhor para aquele que o concede.
Para que não ficasse esquecido entre as preocupações que assaltavam os amigos, na sua labuta diária, Ele voltava ao tema com novas composições.
Já lhes dissera que se fazia indispensável perdoar setenta vezes sete vezes, o que significava perdoar incessante, ininterruptamente...
Naquela oportunidade ímpar, complementou o ensinamento, referindo-se à conduta pessoal de cada criatura:
Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta...
... Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda e sejas lançado na prisão.
Em verdade, vos digo que de maneira nenhuma saireis dali enquanto não pagardes o último ceitil. (*)
Tratava-se da aplicação da misericórdia nos relacionamentos, de modo a manter-se a consciência de paz.
Nesse sentido, a compaixão em relação aos erros alheios assumia papel de preponderância, mas os amigos aturdidos compreendiam que lhes era muito difícil a mudança de conduta, habituados ao desforço em relação àqueles que os prejudicavam.
Assim pensando, após a exposição do Senhor, Tiago perguntou-Lhe, recordando-se da severidade da Lei Antiga:
Como é possível, Mestre, permitir-se que o agressor fique impune, após a prática do seu ato perverso?
O Iluminado olhou-o com imensa ternura, por saber que ele era cumpridor dos deveres, severo em relação a si mesmo, portanto, exigente no que diz respeito ao comportamento dos outros e compreendeu-lhe a inquietação.
Após um breve silêncio, ante o zimbório celeste, recamado de estrelas que lucilavam ao longe, respondeu benigno:
As águas do rio limpam as margens e o leito por onde correm, transformando e decompondo o lixo e a imundície em rico adubo mais adiante, levados pela correnteza.
Assim também o amor de misericórdia transforma a agressão em bênção para a vítima, auxiliando o inimigo a purificar-se, ao largo do percurso evolutivo.
Quando se perdoa, isto não implica anuência com o erro, com o crime, com o descalabro do outro. Não se trata de desconhecer a atitude infeliz, mas objetiva não retaliar o outro, não aguardar oportunidade para nele desforçar-se.
Não devolver o mal que se sofre é o início do ato de perdoar. Compreender, porém, que o outro, o agressor, é infeliz, que ele se compraz em malsinar porque é atormentado, constitui a melhor reflexão para o perdão radical, o perdão sem reservas.
Ninguém tem o direito de oferecer ao Pai suas orações e dádivas de devotamento, se tem fechado o coração para o seu próximo, aquele que, na sua desdita, derrama fel sobre os outros e cobre a senda que percorrerá no futuro com os espinhos da própria insanidade.
Ter adversário é fenômeno normal na trajetória de todas as criaturas, no entanto, deve-se evitar ser-lhe também inamistoso, igualando-se em fraqueza moral e desdita interior. Quem assim se comporta também sofrerá julgamento da autoridade, a quem seja apresentada queixa, e essa poderá exigir-lhe o ressarcimento do mal até o último e mínimo ultraje.
É o que ocorre com qualquer ofensor ou ofendido magoado. É obrigado a refazer o caminho sob a jurisdição divina, até quitar-se de todas as mazelas e débitos morais.
O interrogante, no entanto, insistiu:
Como então fica a justiça diante daquele que lhe desrespeita os códigos austeros?
O Amigo compassivo compreendeu a inquietação do companheiro e elucidou:
A questão da justiça não pertence ao ofendido, mas aos legisladores que aplicarão a penalidade corretora que se enquadre nos códigos legais. E quando isso não ocorre, a sabedoria divina impõe-se ao calceta, que carrega na consciência o delito, fazendo-o ressarcir os danos com a sua cooperação ou sofrendo os efeitos do mal que praticou, imputando-se sofrimentos reparadores. Ninguém consegue fugir à consciência indefinidamente, porque sempre há um despertar para a realidade transcendental.
Mas, Mestre, nesse caso, todos os crimes de qualquer porte devem ser perdoados e esquecidos? - Instou, inquieto,
Serenamente, Jesus retorquiu:
Não há crime imperdoável. Há, sim, mágoas exageradas. Quem não tem condutas reprocháveis ao longo da existência, por mais austero seja em relação a si mesmo, observando os Códigos da justiça e da religião? Quantas vezes, em momentos de infelicidade e de ira, pessoas boas e generosas, devotadas ao Pai e ao dever, rebelam-se e agem incorretamente? Será justo desconhecer-lhes toda uma trajetória de dignidade por um momento de alucinação, de torpor mental pela ira asselvajada que lhe tomou a consciência?
É necessário, portanto, perdoar-se todas as formas de agressão, entregando-as ao amor do Pai Incomparável, a tomar nas mãos a lei e a justiça, aplicando-as conforme o desconforto de que se é objeto.
Assim fazendo, torna-se digno de também ser perdoado.
Esse é o sublime comportamento do amor, em forma de benignidade para com o próximo, o irmão da retaguarda evolutiva.
Depois do silêncio que se abateu natural, no círculo de amigos, Ele adiu gentilmente:
Convém recordar-se, igualmente, que todos necessitam do perdão para as suas ações infelizes, desse modo, devendo perdoar-se, purificar a mente, permitir-se o direito de errar, compreendendo a sua humanidade e fraqueza, mas não permanecendo no deslize moral nem se comprazendo em ficar na situação a que foi arrojado.
O autoperdão é conquista do amor que se renova e compreende que se está em processo de renovação e de autoiluminação.
Assim, portanto, rogando-se ao Pai perdão pelos próprios delitos, amplia-se o pensamento e alcança-se o agressor digno de ser perdoado também.
A noite prosseguia rica de suaves perfumes e incrustada dos diamantes estelares, registrou a lição imorredoura do perdão a todas as ofensas.

Pelo Espírito Amélia Rodrigues - Psicografia de Divaldo Pereira Franco, no lar de Armandine e Dominique Chéron, na manhã de 5 de junho de 2014, em Vitry-sur-Seine, França. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=369.

 

A Diferença Entre Religião e Religiosidade (Magali Bischoff)


A decisão de nos distanciar da religião que cega, oprime e conduz o Homem à ignorância deve prevalecer nos homens em que a razão é desenvolvida. O que não podemos jamais esquecer é que o sentimento de "religiosidade" não deve se afastar da prática na vida do homem, pois se isso acontecer, ele perde a noção de quem é, do que está fazendo aqui e todos os seus valores desaparecem com seus atos, torna-o “des-Humano".

A prática da Religiosidade e da Religião são coisas absolutamente distintas e não devem ser confundidas de forma alguma. A primeira independe da segunda, e a segunda lamentavelmente pode também ser encontrada divorciada da primeira. Religião é sempre instituição, acordo social, edifício teórico, organização hierárquica, atividade política. Religiosidade é o sentimento maior (inato), a fé praticada, a posição mais íntima, a intuição do mistério.

Herculano Pires esclarece que esse sentimento se estrutura na consciência humana no ser em evolução, sendo que a marca de Deus ali está presente na Lei de Adoração, que é o sentimento inato de sua filiação Divina e se manifestará no sentimento religioso, base de todas as experiências religiosas da Humanidade.

Ele diz ainda: “A vivência religiosa, pelo simples fato de ser vivência e não reflexão é inerente ao Homem desde o seu aparecimento no Planeta”. A experiência de Deus que começa no “Fiat” como elemento ontogenético (elemento constitutivo da própria gênese do homem) difere da religiosa, que constituem uma tomada de tentativa de consciência de Deus através de formulações religiosas, rituais, Instituições, sistemas litúrgicos, ordenações dogmáticas.

Reforça ainda, conceitos sobre a Trindade Universal, espírito e matéria elementos constitutivos do Universo e Deus o poder criador, onisciente, controlador e mantenedor, e Suas Leis que regem o equilíbrio universal.

Em seu livro “O espírito e o Tempo” com base no esquema chamado “método cultural” dos antropólogos ingleses, aplicado por John Murphy, com pleno êxito em seus estudos sobre as origens e a história das religiões, Herculano nos deixa um verdadeiro tratado de antropologia espírita. Faz uma viagem pelos “horizontes” percorridos pelas Civilizações desde as eras remotas, retratando com clareza o processo de conscientização do ser em evolução e de sua essência Divina, demonstrando que não estamos sozinhos nesse processo cíclico e Universal.

Herculano com essa obra magnífica, permite entre tantos outros conhecimentos, compreender em profundidade a questão 628 do livro dos Espíritos, que não podemos negligenciar nenhuma religião, pois ela pode contribuir muito com a nossa instrução, se estudarmos o que há de bom nelas, conhecendo o poder de influência que teve em nossos caminhos evolutivos e que persistem até os dias de hoje.

Os cientistas da Religião dizem que no Brasil, o fenômeno de sincretismo religioso em comunhão com três culturas fortemente calcadas na mística fez com que os elementos formais de cada uma das três culturas fundissem em uma interpretação comum do sagrado. Assim como o africano, o indígena possui uma visão bastante espiritualista do mundo. Ambos enxergam-se imersos num universo vivo, dinâmico de forças espirituais e elementais, diante das quais os ritos e a fé são imprescindíveis mecanismos de ação concreta do homem no mundo. Por conta disso a religiosidade que se desenvolveu aqui é por assim dizer, imune à depreciação do sagrado que o ceticismo enseja. Mais do que em qualquer outro lugar, a palavra de Herculano Pires é válida: O ateísmo é flor de estufa, incapaz de viver fora do laboratório e dos círculos mais alienados da vida natural.

Embora a religiosidade do brasileiro respeite os dogmas e o arcabouço teórico das instituições religiosas este respeito é, por assim dizer, um respeito de conveniência.

Assim que o sacerdote de uma igreja se mostrar ineficiente no consolo espiritual ou nas funções efetivamente místicas de seu rebanho ele será substituído pela benzedeira, pelo pastor, pelo médium ou pela mãe de santo. Se algum destes novos orientadores espirituais mostrarem-se mais eficaz no trato com os arcanos o padre será substituído, ou algo ainda mais estranho, será relegado a uma posição social enquanto a importância espiritual será transferida para o novo intermediário. O indivíduo irá à missa, mas não depositará suas esperanças maiores nela. No momento crucial recorrerá ao novo “representante” das forças celestes.

A grande maioria exerce a sua religiosidade com muito mais força do que a imposição religiosa em si. Basta ver as estatísticas de “fuga dos adeptos das religiões” que cresce dia a dia. As pessoas estão em busca de respostas e de soluções para seus diversos problemas, e se não encontram na religião escolhida, buscam outra que os satisfaça.

E olha que tem grupos muito bem preparados para estudar os “desejos mais profundos de seus adeptos” e muitos criaram vários “serviços” para satisfazê-los e não perdê-los para outras denominações religiosas.

Se o espiritismo vem de encontro às respostas de tantas aflições humanas porque será que nosso “público alvo” (como denominamos), anda diminuindo tanto?

Apesar de a mídia ter feito por nós uma propaganda em massa nos últimos anos, a favor dos conceitos espíritas e espiritualistas, por vezes até equivocados, o número de pessoas que buscam esse conhecimento não cresce tanto quanto o número de evangélicos e de igrejas pentecostais. Pior! O movimento espírita tem relatado que diminuiu o número de voluntários e trabalhadores nas Casas espíritas, que não conseguem manter as portas abertas todos os dias em todos os horários da semana com atendimentos diversos. No momento não estão preocupado em identificar quais são as reais necessidades daqueles que batem à sua porta e acabam oferecendo um atendimento padrão (salvo algumas exceções em diversos Estados e até em alguns países), alguns acabam fazendo um verdadeiro dês-serviço à Doutrina espírita.

Entre os seus adeptos e frequentadores existem diversos problemas de relacionamento, como em todos os lugares, principalmente nas grandes Instituições representativas do movimento, com isso surgiu a necessidade de sermos “afetivos”, nasceu o termo” alteridade”. Cresce o convite para viver o Evangelho tão bem "pregado" e tão pouco "sentido", é o momento de aliar o conhecimento a prática. Talvez isso aconteça por que os excessos de religiosismo estão sufocando o sentimento natural e espontâneo da religiosidade devido a um grande números de almas ligadas à religião dogmática, estarem reencarnados no Brasil e com tarefas importantes no movimento espírita Brasileiro, segundo informações dos espíritos. Que desafio!

Com certeza precisamos atentar para essas questões que tem levado o Espiritismo no Brasil a seguir caminhos “religiosos” demais fugindo da proposta de religar o Homem a Deus em seu sentido verdadeiro, e não criarmos mais uma religião que pode perder-se “na letra que mata distante do espírito que vivifica”, como fez o Protestantismo, uma esperança de renovação para a época em que ele surgiu.

No livro “Agonia das Religiões” Herculano diz que o místico vulgar não mergulha em si mesmo para encontrar em Deus a relação com o mundo como fez Descartes, mas pelo contrário, desliga-se do mundo e liga-se isoladamente a Deus. Não é guiado pelo amor à Humanidade, mas pelo amor a si mesmo. A busca solitária de Deus torna-se um ato egocêntrico. Que a concepção espírita vai mais longe e mais fundo, negando ao homem o direito de isolar-se do mundo para buscar Deus. O meio natural de evolução para o homem, para todos os seres é a relação... (Lei de Sociedade).

“... enquanto Buda abandona o mundo para buscar Deus na solidão, Cristo mergulha no mundo para religar os homens à Deus.”

Daí o fato de a migração entre Religiões ser tão comumente aceita no Brasil, enquanto a fidelidade à instituição é sempre primordial na Europa, no Islã, na Ásia oriental. O Brasil está imunizado a guerras religiosas justamente pelo fato de que a religião aqui é algo pouco valorizada, pouco significativa, em face da religiosidade mais universal e mais profunda que se manifesta nesta população. Herculano afirma ainda, que a etiologia da decadência das religiões torna-se palpável, mas o sentimento religioso do Homem não foi aniquilado.

Hoje muitos dizem que o caminho é a Educação, mas devemos lembrar também que a Educação “leiga” do ensino Laico, frustrou a possibilidade de reelaboração da experiência religiosa pelas novas gerações e determinou a sedimentação interesseira da sua posição de ambivalência no mundo contemporâneo. Como não podia deixar de acontecer, essa posição ambígua, indefinida e contraditória em si mesma, levou a proporções catastróficas a crise das religiões em nossos dias. (palavras de Herculano no livro: Agonia das Religiões- pg. 17). Kardec bem sabia disso e aborda o tema Educação por diversas vezes em suas obras, colocando-a como fundamental. Encontramos uma Biografia de Kardec, escrita por Zeus Wantuil, no volume II, que mostra claramente o trabalho árduo que Rivail enfrentou em seus 30 anos dedicados à Educação, para romper com a interferência religiosa no campo do conhecimento, os homens se afastaram do sentimento de religiosidade, formando a sociedade sem moral que temos hoje.

Nos trabalhos realizados por Jean Jaques Rousseau " em Emílio" um ensaio pedagógico em forma de romance, vemos a preocupação de tirar o peso da religião Dogmática da Educação, mas sem deixar de trabalhar o sentimento de religiosidade (essência espiritual) da natureza Humana, e viver a Educação Natural, fundamental ao processo de educação e desenvolvimento de valores Humanos. Pestalozzi bebeu desse conhecimento e Rivail também. Precisamos rever nossos conceitos de educação urgente. Seria muito bom se os educadores de hoje tivessem acesso não somente à pedagogia e a didática dos grandes educadores, mas à essência dos seus estudos que levariam fatalmente ao amadurecimento da consciência humana para encaminhar o Homem às conseqüências do conhecimento espiritual, a sua efetiva transformação moral!

Damos o início a uma nova Civilização, a Civilização do 3º Milênio ou a Civilização do Espírito. É o período onde a teoria e a prática estará integrada, o anseio latente de transcendência será preenchido. Herculano diz que é necessário que ele viva em si todo o conhecimento, na consciência e na carne, pois é nessa (na carne) que a relação com o mundo se realiza. Na questão 625 LE, os espíritos deixam um modelo a ser seguido, Seus atos falam por Sí, ele é Jesus.

As Civilizações experimentaram períodos de Sombras e de Luz, e os seres que nela habitaram após percorrerem esse longo caminho, fatalmente encontrarão a “síntese do conhecimento, o caminho para o novo Céu e a nova Terra, lembrando do que disse Jesus:” Os mansos e Pacíficos, herdarão à Terra”, então ela não desaparecerá como acreditam alguns mais assustados diante de tantas versões escatológicas do final dos tempos. Chegará sim o fim da Ignorância para toda a Humanidade e a Era do Espírito virá com a força da Lei do Progresso e nos resta curvar-se à ela.

“Dia virá, em que todos os pequenos sistemas, acanhados e envelhecidos, fundir-se-ão numa vasta síntese, abrangendo todos os reinos da idéia. Ciências, Filosofias, Religiões, divididas hoje, reunir-se-ão na luz e será então a vida, o esplendor do espírito, o reinado do Conhecimento. Nesse acordo magnífico, as Ciências fornecerão a precisão e o método na ordem dos fatos; às Filosofias, o rigor das suas deduções lógicas; a Poesia, a irradiação das suas luzes e a magia das suas cores; a Religião juntar-lhes-á as qualidades do sentimento e a noção da estética elevada. Assim, realizar-se-á a beleza da força e na unidade do pensamento. A alma orientar-se-á para os mais altos cimos,mantendo ao mesmo tempo o equilíbrio da relação necessário para regular a marcha paralela e ritmada da inteligência e da consciência na sua ascensão para a conquista do Bem e da Verdade.”

(“O problema do Ser, do Destino e da Dor” - Leon Denis).

Que esse período seja muito bem vindo!

Depende de nós contribuirmos verdadeiramente com a sua chegada.
E a lição máxima deixada há mais de 2.000 anos ainda é o caminho para esse período: 
“Amai a Deus sobre todas as coisas e ao Próximo como a Si mesmo.

Bibliografia:

(1) KARDEC, Allan -“O Livro dos Espíritos”. 
(2) PIRES, Herculano -“O Espírito e o Tempo”.
(3) PIRES, Herculano- “Agonia das Religiões”. 
(4) DENIS, Leon - “O problema do Ser, do Destino e da Dor”. 
(5) WANTUIL, Zeus – “Biografia de Allan Kardec” (vol.II).


“O Espiritismo, ao contrário, não admite a confiança cega; ele quer ser claro em tudo; quer ser compreendido inteiramente, que se lhe dê conta de tudo; portanto, quando prescrevemos estudar e meditar, é chamar o concurso da razão, e provar que a ciência espírita não teme o exame, uma vez que, antes de crer, nos fazemos uma obrigação de compreender.” 

Allan Kardec – RE – Maio 1861.

Para podermos crer na verdade, antes de mais nada, precisamos compreender aquilo em que devemos crer. A crença sem raciocínio não passa de uma crença cega, de uma crendice ou mesmo de uma superstição. Antes de aceitarmos algo como verdade, devemos analisá-lo bem. O mal de muita gente é acreditar facilmente em tudo que lhe dizem, sem cuidadoso exame.

"Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade". Allan Kardec.

EVOLUÇÃO DO CRISTIANISMO

A história da evolução do Cristianismo é a saga do processo redentor da criatura humana.

A Constantino, imperador do Oriente, deve-se o ato gentil da liberação da prática da doutrina de Jesus em todo o império, eliminando qualquer tipo de perseguição ou limite.

Não havendo ele próprio conseguido lograr a convicção profunda dos conteúdos do Evangelho, tornou-se responsável pelos desmandos que surgiram, pelas interpolações e interpretações errôneas, bem como pela adoção de alguns cultos pagãos introduzidos na mensagem singela e pulcra do Homem de Nazaré.

Adorador de Mitra, o Deus-Sol do Zoroastrismo, mas também com outras interpretações, contribuiu grandemente para a idolatria, permitiu que os adeptos do Cristianismo em formulação, acautelados pela fortuna e outros bens materiais, perseguissem os antigos politeístas, transformassem os seus templos em catedrais faustosas.

Demolindo as antigas construções, mandavam erguer sobre elas, com nova indumentária arquitetônica, os santuários, nos quais os adeptos de Jesus deveriam reunir-se, com o olvido das pregações diante do altar sublime da natureza: nas praias, nas estradas, nas montanhas de Israel...

Logo contribuíram para que o imperador se transformasse no responsável pelo voto de Minerva, nos concílios, reuniões e discussões que se multiplicavam em abundância, em atendimento às paixões dos líderes denominados bispos, presunçosos uns, ignorantes outros, que se acusavam reciprocamente de heresias, em adulteração desrespeitosa aos ensinos de Jesus.

Constantino também se tornou responsável pela substituição dos mártires, tornados santos nos altares de ouro e de mármore dos antigos templos, em lugar dos ídolos pagãos.

Sua genitora, Helena, em viagem à terra santa, tornou-se responsável pela identificação da cruz em que morreu o Mestre, dos lugares em que Ele e os Seus apóstolos viveram, mandando erguer catedrais majestosas, iniciando o culto a relíquias, às quais atribuía poderes miraculosos e curativos, criando, pela rica imaginação, identificações, algumas delas muito longe da legitimidade...

Ainda no século IV, o papa Dâmaso convidou São Jerônimo para selecionar os textos considerados verdadeiros, canônicos, a cujo mister o patrístico aplicou vinte e cinco anos na gruta de Belém, comparando-os cuidadosamente com outros conceitos bíblicos, o que resultou na elaboração da Vulgata Latina. A essa coletânea deu-se o nome de estudos canônicos, legítimos, reconhecidos como verdadeiros pela Igreja de então.

As demais anotações, mais tarde introduzidas por outros estudiosos em O Novo Testamento, os deuterocanônicos, vêm sendo avaliadas através dos séculos, nos sucessivos concílios que trouxeram mais danos que esclarecimentos em torno da palavra do Senhor.

Nesse mesmo século IV, disputavam entre si as autoridades imperiais e eclesiásticas, enquanto o bispo de Roma, Dâmaso, permitia-se o luxo e a extravagância que o cargo lhe concedia, semelhando-se aos grandes generais e governantes das imensas metrópoles, muitíssimo distante do Rabi galileu...

Roma exigia ser a capital cristã do mundo, sob a justificativa de que os apóstolos do mestre, Pedro e, a seguir, Paulo, elegeram-na para o holocausto das próprias vidas, e as missas, que então eram celebradas, sofreram a introdução dos cultos do Oriente, transformando o hábito singelo de orar em complicadas fórmulas, ora em grego, depois em latim, que as massas não podiam entender.

Posteriormente, surgiram os grandes dissídios, tais como os ortodoxos gregos, russos, que realizavam os seus cultos dentro das tradições dos respectivos países, os coptas e outros mais complicados...

Milão, que se tornara tão importante quanto Roma, tinha em Ambrósio o seu líder máximo, que, apaixonado, desviara-se completamente, logo depois do culto ao Senhor para o das imagens e para a venda de tudo quanto representasse a herança dos abençoados mártires, dando prosseguimento às alucinações da genitora de Constantino, que se atribuía o privilégio de haver encontrado, como já referido, a cruz em que Jesus morrera, com as palavras que lhe foram colocadas ironicamente pelos romanos, em refinada zombaria ao Sinédrio.

Logo depois, a mesma Helena atreveu-se a transformar alguns dos seus cravos em objeto de extravagância na coroa do filho, atribuindo-lhe proteção divina, o que dava lugar a superstições e desmandos acompanhados de falsificações e injúrias.

Cristãos, nessa época, passaram a matar pagãos, e quando Teodósio, mais tarde imperador de Roma, apresentou-se como cristão e desejou aplicar punições àqueles que cometeram hediondos crimes, Ambrósio exigiu-lhe retratação pública e humilhante para conceder-lhe o perdão.

A doutrina do amor e da compaixão, da misericórdia e da bondade estava crucificada!

Esse mesmo Ambrósio, que conseguira converter Agostinho de Hipona, em Milão, preocupava-se mais com detalhes e insignificâncias, considerando a virgindade feminina e masculina, como fundamental, como a conduta pulcra e sublime para a entrega a Deus, não havendo qualquer preocupação com o tormento mental e emocional dos clérigos e sacerdotes, assim como das viúvas, das jovens e dos rapazes que se dedicavam ao Senhor, e, para bem consagrar o novo impositivo que se tornaria dogma da religião nascente, introduziu o uso de indumentárias brancas e reluzentes, que significavam pureza, mesmo que o mundo interior fosse o sepulcro onde o cadáver das ansiedades pessoais descompunha-se.

Jerônimo, por sua vez, deixou-se também arrebatar pela loucura do mesmo século e tornou-se terrível adversário da palavra de Jesus, ao adulterá-la, fazendo-o com intercalações nefastas, intromissões que não se justificam, e mistura dos conceitos pagãos com os cristãos para o logro da dominação imperial.
O avanço do poder temporal deságua nas Cruzadas de rudes e perversas memórias, com os desastres e mortes de centenas de milhares de vidas de ambos os lados, cristãos e mulçumanos durante alguns séculos de horror, para a defesa da sepultura vazia que Ele deixara em Jerusalém...

Até o século XVI o tormento medieval, estabelecido pelos denominados Pais da Igreja (Patrística), corrompeu, desvitalizou e transformou a revolução sublime do Evangelho em cruz e fogueira, em morte e degradação, em poder temporal e mentira...

Novos tempos surgiram, porém, com Martinho Lutero e outros que não se submeteram às injunções poderosas do culto pagão.

A Reforma abriu espaços no estreito cubículo mental no qual foi encarcerada a doutrina do Mestre e ventos novos sopraram para retirar o mofo acumulado e derrubar algumas muralhas segregacionistas...

Logo depois, no entanto, surgiram as divisões e as controvérsias entre os discípulos de Lutero, ante a sua própria defecção, e apareceram as mais variadas denominações cada uma delas, como a verdadeira.

Nesse ínterim, quando a esperança não mais brilhava nas almas aflitas, chegou à humanidade o Consolador, e os imortais conclamaram os novos discípulos do Evangelho a voltarem às praias formosas do Genesaré, à natureza encantadora, aos abençoados fenômenos da compaixão e da misericórdia em que Jesus permanece como a figura máxima de humildade e sacrifício pessoal.

Investidas terríveis das hordas do mal novamente dão-se amiúde para prejudicar a reabilitação da criatura humana e a renovação da sociedade como um todo.
Começam a surgiu os primeiros disparates, os desrespeitos e impositivos egotistas de alguns profitentes, que elaboram e apresentam necessidades falsas para adaptações do pensamento espírita às paixões em predomínio, e surgem correntes de dissídio, as acusações recíprocas de lideranças, de médiuns, de Instituições, iguais ao mesmo fenômeno do passado que se repete...

Espíritas-cristãos, tende cuidado!

O mundo, o século são sedutores, fascinantes. As suas falácias sutis e declaradas são perversas, enganosas.

Tende tento! Não sois diferentes daqueles homens e mulheres que, num momento, se dedicavam a Jesus e, logo depois, corrompiam a Sua palavra.

Assumistes o compromisso, antes do berço, de restaurardes a paz íntima perdida, as lições sublimes que vós mesmos deturpastes no passado, quando contribuístes em favor do naufrágio da fé pura e racional...

O Centro Espírita merece respeito, fidelidade ao compromisso nele estabelecido: iluminar consciências e consolar sentimentos.

Obreiros invisíveis laboram incessantemente em vosso benefício. Como vedes somente o exterior, não tendes a dimensão do que se passa nele além das vibrações materiais.

Considerai-o, oferecei a esse núcleo de oração, a essa oficina que é um educandário, um templo, um hospital transcendental, o respeito e a dedicação indispensáveis que são exigidos para o fiel cumprimento das responsabilidades abraçadas.

A modesta estrebaria onde Jesus nasceu, a vergonhosa cruz em que Ele foi levado a holocausto, ou a radiosa manhã da ressurreição, devem, permanecer vivas em nossa memória, a fim de serem preservadas a Sua vida e o Seu amor pela humanidade.

Sois as mãos, a voz, o sentimento dEle no mundo moderno.

Vivei por definitivo conforme Ele o fez e ensinou a fazer, mantende cuidado com as ilusões tão rápidas como luminosas bolhas de sabão que explodem ao contato do ar ou de encontro a qualquer objeto perfurante.

O Consolador triunfará, porque é o próprio Jesus de volta ao mundo para iluminá-lo e conduzi-lo no rumo da sua próxima regeneração.

Pelo Espírito Vianna de Carvalho. Psicofonia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica de 20 de janeiro de 2014, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, BA

 

A VONTADE DE DEUS 

A chuva caiu forte. Todo o povoado comentava que era vontade de Deus.

E, como de outras vezes já ocorrera, o enorme tronco de uma figueira se atravessou na estrada, despencando do morro, e deixou totalmente isolada aquela comunidade.

Pedras se deslocaram, rolando morro abaixo. A enxurrada varria as ruas, com violência.

Enquanto cada um lamentava e entrava em sua casa para racionar a comida para os próximos dias, o menino da casa de flores amarelas saiu em disparada para o meio do mato.

Não lhe importava a chuva que continuava caindo, embora menos intensa. Habitualmente, era ali, debaixo da copa das árvores, que ele dialogava com seu anjo, da mesma forma que o fazia, à noite, em suas orações, antes de dormir.

Meio sem jeito, Pedro perguntou o motivo daquela chuva, daquele tronco, tudo de novo, como de outras vezes passadas. Seus pais estavam cansados daquilo, seus amigos também.

Mas o anjo confirmou: Foi Deus mesmo quem mandou a chuva.

Aquilo incomodou o garoto. Ele saiu dali e foi em direção ao tronco. Atirou-se na lama e se pôs a empurrar a enorme figueira tombada.

Os mais velhos esbravejavam, cada um em sua porta. E diziam da inutilidade daquilo. O anjo ficou à frente do seu pupilo e o incentivou: Você consegue. Não pare. Continue.

Com os braços tremendo e as mãos arranhadas, alguns minutos depois, Pedro olhou para o lado. Todas as crianças da vila haviam se juntado a ele e empurravam.

Enquanto faziam força, riam dos seus escorregões, da lama em seus corpos, da cara suja. E brincavam, deixando que a chuva lhes lavasse as manchas da roupa. Empenhavam-se como irmãos.

Com o insucesso de retirar os filhos do tronco deitado, as mães e as avós resolveram participar da fantasia dos meninos. Logo, os homens se mobilizaram.

Largaram seus copos de café, que esquentavam seus corpos, e se colocaram à disposição do que consideravam uma causa perdida, uns em respeito às suas esposas, outros pelos seus filhos.




Depois de muito esforço, conseguiram deslocar a figueira para o lado. O caminho estava livre.


A seguir, providenciaram a retirada das grandes pedras do meio das ruas.

Aqueles momentos conectaram para sempre aquela gente. As faltas foram perdoadas, as desculpas foram aceitas.

Eram todos companheiros, empenhados num único propósito.

A discórdia deu lugar à união, o desespero à esperança, a tristeza à alegria, as trevas à luz e a dúvida à fé.

Finalmente, a comunidade havia entendido a vontade de Deus. Ele mandara a chuva, que desencadeara o episódio da derrubada da figueira e o deslocamento das grandes pedras.

Contudo, a união de todo o esforço conjugado, resolvera a dificuldade.

Pedro descansava na lama, agora, enquanto sentia o afago de seus pais.

E todos haviam aprendido que o êxito é uma bênção de forças conjugadas da natureza, enquanto a força é ato, que significa compromisso no bem ou no mal, é a palavra que edifica ou destrói.

A oportunidade é a nossa porta de luz, no sagrado momento que passa.


Por Redação do Momento Espírita, com base no artigo A vontade de Deus e A figueira do caminho, da Revista Cultura Espírita, de janeiro, 2014, do Instituto de Cultura Espírita do Brasil, Rio de Janeiro; nos verbetes Êxito, Força e Oportunidade, do livro Dicionário da alma, por Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. Do site: 

http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4088&stat=0

Twyla Nitsch – Anciã da tribo Seneca, fundadora e líder do Clã dos Lobos – uma organização internacional que promove os ensinamentos de seus antepassados. São dela as regras para ser humano:

1 - VOCÊ RECEBERÁ UM CORPO.
Pode gostar dele ou odiá-lo, mas ele será seu durante essa rodada.
2 - VOCÊ APRENDERÁ LIÇÕES.
Você está matriculado numa escola informal, de período integral, chamada vida. A cada dia, nessa escola, você terá a oportunidade de aprender lições. Você poderá gostar das lições ou considerá-las irrelevantes ou estúpidas.
3 - NÃO EXISTEM ERROS SOMENTE LIÇÕES.
O crescimento é um processo de tentativa e erro: experimentação. As experiências que não dão certo fazem parte do processo, assim como as bem sucedidas.
4 - CADA LIÇÃO SERÁ REPETIDA ATÉ SER APRENDIDA.
Cada lição será apresentada a você de diversas maneiras, até que a tenha aprendido. Quando isso ocorrer, você poderá passar para a seguinte. O aprendizado nunca termina.
5 - NÃO EXISTE NENHUMA PARTE DA VIDA QUE NÃO CONTENHA LIÇÕES.
Se você está vivo, há lições para aprender.
6 - “LÁ” NÃO É MELHOR QUE “AQUI”.
Quando o seu “lá” se tornar em “aqui”, você simplesmente entenderá que o melhor é viver o "aqui" e "agora".
7 - OS OUTROS SÃO APENAS ESPELHOS.
Você não pode amar ou detestar algo em outra pessoa, a menos que isso reflita algo que você ama ou detesta em si mesmo.
8 - O QUE FIZER DA SUA VIDA É RESPONSABILIDADE SUA.
Você tem todos os recursos de que necessita. O que fará com eles é de sua responsabilidade. A escolha é sua.
9 - AS RESPOSTAS ESTÃO DENTRO DE VOCÊ.
Tudo o que tem a fazer é meditar, analisar, ouvir e acreditar.
10-VOCÊ SE ESQUECERÁ DE TUDO ISSO.
Para recomeçar em uma nova existência. (Inserção e grifos nossos).

https://www.facebook.com/bezerrademenezes

 Twyla Nitsch – Anciã da tribo Seneca

Amélia Rodrigues (Espírito)

Quando Ele chegou...

 Aqueles eram dias tormentosos a estes semelhantes.

O monstro da guerra devorava as nações, que se transformavam em
amontoados de cadáveres e pasto de devastação, enquanto a loucura do poder temporal escravizava as vidas nas malhas fortes da sua dominação impiedosa.

O ser humano valia menos do que uma animália, como ocorre hoje quando o denominam como excluído, tombando na exaustão da miséria.

Os vencedores alucinados exultavam nos cárceres internos que os
enlouqueciam quando passeavam a sua hediondez nos carros do triunfo aureolados de folhas
de mirto ou de loureiro.

O medo aparvalhava os já infelizes atirados ao deserto dos sentimentos indiferentes daqueles que os devoravam como abutres.

A esperança vivia asfixiada no desprezo, sem oportunidade de expandir-se
nos países submetidos,

Nada obstante, reinava um fio de expectativa em a noite de dores inenarráveis.

As agonias extremas abateram-se sobre Israel por longos séculos de horror e desespero.

Mas o fio de esperança era a expectativa da chegada do Messias, vingador e poderoso, como os algozes de então, anunciado pelos profetas antigos e
descrito por Isaías, há quase setecentos anos...

Ele seria poderoso e arrancaria o jugo hediondo de sobre o seu povo, concedendo-lhe benesses e glórias.

Enquanto isso predominava a opressão dos que tombaram sob as legiões voluptuosas do Império Romano desde a vitória de Pompeu e todos os males que dela advieram...

Um estrangeiro execrando, mais cruel do que o romano, dominava o país ultrajado e vergado pela vergonha do asmoneu insano, que beijava as mãos de César, adornava-as de ouro e púrpura arrancados do suor e do sangue do povo que submetia.

Os impostos roubavam o alento e o parco pão dos desvalidos, enquanto o desconforto cantava em toda parte a litania da miséria e da servidão.

Aumentava a mole dos desventurados que abarrotavam as cidades enquanto os campos ficavam ao abandono.

Tudo era escasso, especialmente o amor que fugira envergonhado dos corações, enquanto a compaixão e a misericórdia ocultaram-se dos espoliados e indigentes.

A ingênua alegria das massas fugira dos seus corações que passaram a homiziar
o ressentimento e o crime, a degradação e as paixões vis, a serviço das intrigas intérminas e das lutas vergonhosas.

Os potentados, especialmente os fariseus, os saduceus e os cobradores de impostos, todos odiados também, detestavam-se uns aos outros, enquanto
eram, por sua vez, desprezados...
 

A vil política de Jerusalém estendera-se por todo o território israelense e ninguém escapava à sua inclemente perseguição.

A própria Natureza, naqueles dias, sofria inclemência dos dias quentes e das noites mornas, sem a suave brisa cantante que carreava o perfume das rosas e
das flores silvestres.

A fria Judeia era amada em razão do seu fabuloso Templo, ornado de ouro e de gemas preciosas, mas também odiada pela governança insensível que lhe aumentara o poder.

Os chacais que a administravam espoliavam a ignorância e as superstições do povo humilhado que ali buscava consolação.

*   *   *

 Ele crescera no deserto e robustecera o caráter na aridez e ardência da região
sem vida e sem beleza.

Mergulhara o pensamento no abismo das reflexões, por anos a fio, buscando entender o objetivo primordial da existência, Deus e Sua justiça, diferente de tudo aquilo que havia ouvido dos sacerdotes indignos.

As noites estreladas e frias refrescaram-lhe a alma que ardia em febre de expectativas pela chegada do Rei libertador de consciências e de sentimentos.

Ele sabia sem saber como, que fora designado, mesmo antes do berço, de anunciar o Messias e, por essa razão, no momento próprio transferiu-se para o vau da Casa da Passagem, no rio Jordão, a fim de anunciá-lO.


A sua era uma voz tonitruante e o seu um aspecto chocante, mesmo para os padrões daqueles dias especiais. Os seus olhos brilhavam como lanternas acesas quando ele falava sobre o Ungido de Deus.

Afirmava que Ele já se encontrava entre todos e seguia desconhecido. Também asseverava que Ele viria fazer justiça, punir os réprobos morais, submeter os insubmissos, vingar-se do abandono a que fora relegado pelos tempos longos.

As multidões que se reuniam na praia fresca do rio fascinavam-se por temor, por necessidade de um Salvador.

Elucidava que Ele era tão grande, o Triunfador a quem servia, que não era digno sequer de amarrar os cordéis das Suas sandálias.

E batizava, lavando simbolicamente as misérias do homem comprometido, a fim de que ressurgisse o novo ser aureolado de bênçãos.

Não conhecia ainda o Messias, mas adivinhava-O.

Inesperadamente, em formosa manhã, no meio da multidão Ele surgiu, aproximou-se, e os seus olhos detiveram-se uns nos outros, então ele exclamou, tomado de lágrimas e sorriso: - Este é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!

Como Ele era belo e manso, suave e meigo, discreto e amoroso!

Aquele Homem-sol curvou-se diante dele e disse-lhe: - Cumpre as profecias...

Estranho temor tomou-lhe todo o corpo austero e pensou como seria possível ao servo permanecer ereto enquanto o Rei se dobrava com sublime humildade.

Era seu primo e não O conhecia, era seu mentor e ele O serviria...

A partir daquele momento inolvidável, o seu verbo amaciou, a sua voz passou a cantar, a sua vida se modificou.

Antes de morrer, inquieto e expectante, enviou-Lhe dois discípulos, a fim de que tivesse a confirmação de ser Ele o Messias.

Desejava retornar à pátria em paz e segurança.

Na terrível noite da fortaleza de Macaeros ou Maqueronte, na Pereia, após o longo cativeiro de meses, a sua voz foi silenciada pela espada do sicário Herodes Antipas, por solicitação de Salomé, filha da sua mulher ambiciosa e atormentada...

*   *   *

Na madrugada espiritual que passou a vestir Israel de luz, o canto de amor começou a ecoar desde as praias do mar da Galileia até a tórrida Judeia, dos contrafortes dos montes Galaad, da cadeia de Golan até a longínqua região do Aravá, o vale que se estende além do Mar Morto, por toda parte.

As multidões que acorriam para vê-lO, para ouvi-lO, eram mais ou menos iguais às de hoje, ansiosas e sofredoras, inebriando-se com a melodia rica de beleza, de suavidade, de esperança.

As ráfagas ora brandas da alegria penetravam os casebres e os bordéis, as sinagogas e as ruas, diminuindo a aspereza do sofrimento.

Os corpos em decomposição refaziam-se ao delicado toque das Suas mãos, enquanto os olhos apagados recuperavam a clara luz da visão, os ouvidos moucos se abriam aos sons e a Natureza explodia em festa de perfume e de estesia.

Por onde Jesus passava nada permanecia como antes.

O Messias do amor chegara sem exércitos, sem clarins anunciadores, sem forças de impiedade e, por isso, não foi bem recebido pela ímpia Judeia, pelos iludidos do mentiroso poder temporal.

Seu incomparável canto ainda prossegue, há dois mil anos incessantes, convidando com invulgar ternura: - Vinde a mim e eu vos consolarei...

Incompreendido ainda hoje, submetido às nefárias paixões dos séculos, imposto a ferro e a fogo no passado, deixado ao abandono, jamais se apagou da memória da Humanidade que sempre O tem necessitado.

E hoje, como naqueles dias de turbulências e de incompreensões, de poder mentiroso e arrogância doentia, a Sua música prossegue e é ouvida somente por aqueles que silenciam o tormento, deleitando-se com o Seu convite e declaração graves: - É leve o meu fardo e suave o meu jugo. Vinde!

Ele veio como uma primavera de bênçãos para sempre e aguarda!


(Amélia Rodrigues - Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica de 31 de julho de 2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)

                              
Em 6.1.2014. - by jeronimomendonca1 - jesus.

Se eu pudesse


Se eu pudesse deixar
algum presente a você,

Deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos.

A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora.

Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem.

A capacidade de escolher novos rumos.

Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável:
 Além do pão, o trabalho.
Além do trabalho, a ação.

E, quando tudo mais faltasse, um segredo:

O de buscar no interior de si mesmo
a resposta e a força para encontrar a saída.

O que fazer em relação às outras pessoas


Muitas vezes as pessoas são egocêntricas,
ilógicas e insensatas.
Perdoe-as assim mesmo.
Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo
de egoísta, interesseiro.
Seja gentil assim mesmo.
 
Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos
e alguns inimigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.
 
Se você é honesto e franco,
as pessoas podem enganá-lo.
Seja honesto e franco assim mesmo.

O que você levou anos para construir,
alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.

Se você tem paz e é feliz,
as pessoas podem sentir inveja.
Seja feliz assim mesmo.

O bem que você faz hoje pode ser esquecido amanhã.
Faça o bem assim mesmo.

Dê ao mundo o melhor de você,
mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.

Veja você que, no final das contas, é entre você e Deus.

Nunca foi entre você e as outras pessoas.
A oração faz nos ter um coração puro.
E um coração puro é capaz de ver a Deus.
Se descobrirmos Deus, seremos capazes de amar,
de amar não com palavras, mas com obras".

PALAVRAS DE AMIGO

... Na fase terminal da nossa reunião, na noite de 16 de setembro de 1954, os recursos psicofônicos do médium foram ocupados pelo nosso amigo Queiroz, que foi abnegado médico em Belo Horizonte e cuja personalidade não podemos identificar, de todo, por motivos justos.
Conhecemo-lo pessoalmente.

Homem probo e digno, fizera da Medicina verdadeiro sacerdócio. Dedicava-se aos clientes e partilhava-lhes as dificuldades e sofrimentos, qual se lhe fossem irmãos na ordem familiar.

Apenas 28 dias depois de desencarnado, com o amparo de Amigos Espirituais viera pela primeira vez ao nosso Grupo. Parecia despertar de longo sono e sentia-se ainda no corpo de carne.

Reconhecia-se consciencialmente, mas julgava-se ainda em estado comatoso e, por isso, orava com encantadora fé e em voz alta pelos enfermos que lhe recebiam cuidados, confiando-os a Deus.

Passando a conversar conosco e assistido magneticamente pelos Benfeitores Espirituais de nosso templo, despertou para a verdade em comovente transporte de alegria.

Lembramo-nos, perfeitamente, de ouvi-lo dizer, tão logo se observou redivivo:

“Então, a morte é Isto? uma porta que se fecha ao passado e outra que se abre ao futuro?”

Passou, de imediato, a ver junto de si antigos clientes desencarnados que lhe vinham demonstrar gratidão e, com inesquecíveis expressões de amor a Jesus, despediu-se, contente, deixando-nos agradecidos e emocionados.

Voltando ao nosso círculo de ação, felicitou-nos com a presente mensagem que bem lhe caracteriza o elevado grau de entendimento evangélico.

Sou daqueles que precisaram morrer para enxergar com mais segurança.

A experiência terrestre é comparável a espessa cortina de sombra, restringindo-nos a visão.

E, em mim, o dever do médico eclipsava a liberdade do homem, limitando observações e digressões.

Contudo, vivi no meu círculo de trabalho com bastante discernimento para identificar os profundos antagonismos de nossa época.

Insulado nas reflexões dos derradeiros dias no corpo, anotava as vicissitudes e conflitos do espírito humano, entre avançadas conquistas científico-sociais e os impositivos da própria recuperação.

Empavesado na hiperestrutura da inteligência, nosso século sofre aflitiva sede de valores morais para não descer a extremos desequilíbrios, e a existência do homem de hoje assemelha-se a luxuoso transatlântico, navegando sem bússola.

Por toda parte, a fome de lucros ilusórios, a indústria do prazer, a desgovernada ambição, o apetite insaciável de emoções inferiores e a fuga da responsabilidade exibem tristes espetáculos de perturbação, obrigando-nos a reconhecer a necessidade de fé renovadora para o cérebro das elites e para o coração das massas sem rumo.

Daqui, portanto, é fácil para nós confirmar agora que o mundo moderno está doente. E o clínico menos atilado perceberá sem esforço que o diagnóstico deve ser interpretado como sendo carência de Deus no pensamento da Humanidade, estabelecendo crises de caráter e confiança.
Apagando o personalismo que eu trouxe da Terra, descobri, estudando em vossa companhia, que somente o Cristo é o médico adequado à cura do grande enfermo e que só o Espiritismo, revivendo-lhe as lições divinas, é-lhe a medicação providencial.

Segundo vedes, sou apenas modesto aprendiz da grande transformação. Entretanto, quanto mais se me consolidam as energias, mais vivo é o meu deslumbramento, diante da verdade.

A luz que o Senhor vos deu e que destes a mim alterou-me visceralmente a feição pessoal.

Sou, presentemente, um médico tentando curar a si mesmo.

Minhas aquisições culturais estão reduzidas a chama bruxuleante que me compete reavivar.

Meus préstimos, por agora, são nulos.

Mas, revive-se-me a esperança e, abraçando-vos, reconhecido, entrego-me ao trabalho do recomeço...

Glória ao Senhor que nos ilumina o caminho espiritual!

É assim, reanimado e fortalecido, que aceito, agora, o serviço e a solidariedade sob novo prisma, rogando a Jesus nos abençoe e caminhando convosco na antevisão do glorioso futuro.

Pelo Espírito Queiroz - Do livro: Instruções Psicofônicas, Médium: Francisco Cândido Xavier. 

A BELEZA DE CADA UM

No momento em que a mídia enfatiza a beleza como questão de êxito para o sucesso e condição para se enriquecer de forma muito rápida;

no momento em que se observa que muitos dos nossos jovens estão mais preocupados em mostrar e explorar o corpo, do que em conquistar valores reais;

cabe-nos proceder a uma pequena pausa para meditação a respeito dos caminhos que temos buscado trilhar e daqueles que estamos apontando para os nossos filhos.

Conta-se que um homem acabrunhado entrou em um templo para fazer as suas orações. Em determinado momento, confidenciou a Deus:

Senhor, eu estou aqui porque em templos não há espelhos, pois nunca me senti satisfeito com minha aparência.

Então, na intimidade da consciência, ele começou a ouvir uma voz que lhe dizia, com entonação paternal:

Meu filho, nenhuma das minhas obras surgiu ou ficou sem beleza, pois, lembre-se, que tudo criei com amor.

A aparente feiura é resultado da miopia dos homens, que não sabem, por vezes, descobrir a beleza oculta.

De toda forma, lembre que não importa se o seu corpo é gordo ou magro. O que tem capital importância é que ele é o templo do Espírito imortal. Merece toda a consideração, pois, graças a ele, o Espírito atua no mundo para seu próprio crescimento.

Não importa se seus braços são longos ou curtos. O que tem valor é o desempenho do trabalho honesto que executam.

Não importa se as suas mãos são delicadas ou grosseiras. Sua função é distribuir o bem às outras criaturas. É acarinhá-las e lhes transmitir bem-estar.

Não importa a aparência dos pés. Sua função é tomar o rumo do amor e da humildade.

Não importa o tipo de cabelo, cor, comprimento e se existe ou não numa cabeça. O que importa são os pensamentos que por ela passam e que ela transmite, como criação sua, beneficiando ou destruindo seus irmãos.

Não importa a forma ou a cor dos olhos. O que importa é que eles vejam o valor da vida e, assim ilustrados, colaborem para demonstrar esse valor a outros tantos seres que não gozam da mesma facilidade.

Não importa o formato do nariz. O que importa é inspirar e expirar bom ânimo, entusiasmo, fé.

Não importa se a boca é graciosa ou sem atrativos. O que importa são as palavras que dela saem, edificando vidas ou destruindo pessoas.

Se você não está feliz com a sua aparência física, medite a respeito. Olhe-se no espelho, outra vez, e descubra o brilho dos seus olhos graças ao amor que lhe vai na alma.

Agradeça a possibilidade de um corpo para viver sobre a Terra, nosso lar e nossa escola.

Finalmente, recorde de grandes vultos da Humanidade, que não ganharam prêmios ou foram admirados pela sua beleza física, mas transformaram as comunidades, influenciaram o mundo com seus gestos extraordinários.

Lembre da pequenina irmã Dulce, da Bahia, da também pequena em estatura Madre Teresa de Calcutá.

Por fim, de nosso Francisco Cândido Xavier que, de sua casa, em Uberaba, portador de variadas complicações físicas, espalhava luz para o mundo, através das suas mãos envelhecidas pelo tempo.

Por Redação do Momento Espírita, com variações a partir do texto O espelho, de autoria desconhecida. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3953&stat=0 

OS SAPATOS DOS OUTROS

 

Os países de língua inglesa usam um termo muito interessante para explicar a empatia: colocar seus pés nos sapatos dos outros.

Trata-se de um exercício difícil, num primeiro momento, mas, que depois de aprendido, torna-se grande aliado para melhorar as nossas relações com o próximo.

Essa técnica envolve a capacidade de suspender provisoriamente a insistência no próprio ponto de vista, e encarar a situação a partir da perspectiva do outro.

Significa imaginar qual seria a situação caso se estivesse no seu lugar, como se lidaria com o fato.

Isso ajuda a desenvolver uma conscientização dos sentimentos do outro e um respeito por eles, o que é um importante fator para a redução de conflitos e problemas nas relações.

Só vestindo o calçado do outro saberemos se ele é apertado ou não, se machuca aqui ou ali, e assim poderemos compreender e tomar atitudes mais eficazes para consolar e ajudar.

Quem tem a habilidade da empatia consegue desenvolver a compaixão e estender as mãos para auxiliar.

Para que alguém esteja apto a, verdadeiramente, consolar alguém, é indispensável ter a percepção ou mesmo a compreensão do que está sofrendo aquele que busca ou aguarda consolação.

Quem tem o comportamento empático compreende melhor, e julga menos, ou julga com menos severidade.

Quem usa a empatia entende as razões do outro e consegue suavizar o ódio, o rancor, o ressentimento, preparando-se melhor para o perdão.

A empatia ou a falta dela pode determinar se um lar viverá em constante guerra ou harmonia.

Os pais precisam da empatia na educação dos filhos, colocando-se em seu lugar constantemente – evitando as broncas desnecessárias, os comportamentos distanciadores e a falta de contato com as emoções das crianças.

Os filhos devem usar de empatia com os pais, percebendo e entendendo suas preocupações, suas dúvidas, suas inseguranças, e sua vontade de sempre acertar e de fazer o melhor para seus rebentos.

A esposa precisa colocar-se no lugar do marido, o marido no lugar da esposa. Ambos precisam conhecer o mundo do outro, suas angústias, suas dificuldades e o que lhe dá alegria.

Puxa... Que dia terrível você teve hoje! Vou tentar ajudá-lo fazendo uma comidinha bem gostosa para nós dois. Assim esquecemos um pouco dos problemas.

Eis o exemplo de um gesto simples, mas precioso, de empatia.

Ainda outro:

Que trabalheira você tem em casa, meu amor... Acho que você precisa sair um pouco para espairecer, não é? Vamos sair só nós dois para jantar?

A criatividade voltada para o bem nos dará tantas e tantas ideias de como realizar esse processo empático, indispensável para a sobrevivência dos lares.

Se desejamos harmonia e melhoria nas relações, temos que passar pela empatia, indubitavelmente.

Experimentemos usar o sapato do outro. Experimentemos o mundo a partir do ponto de vista do outro. Saiamos do egocentrismo destruidor ainda hoje.

Empatia... Sempre.


Por Redação do Momento Espírita, com citação do cap. 18, do livro A carta magna da paz, pelo Espírito Camilo, psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter.

Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3913&stat=0

 

O CAMPO ESPÍRITA 

Amigos, Jesus nos ampare.

Em verdade, partilhamos no Espiritismo os júbilos de uma festa.

Assemelhamo-nos a convivas privilegiados num banquete de luz.

Tudo claro.

Tudo sublime.

No entanto, ninguém se iluda.

Não somos trazidos à exaltação da gula.

Fomos chamados a trabalhar.

A Terra de agora é a Terra de há milênios.

E somos, por nossa vez, os mesmos protagonistas do drama evolutivo.

Remanescentes da animalidade e da sombra...

Ossuários na retaguarda, campos de luta no presente...

Meta luminosa por atingir no futuro distante.

Somos almas transitando em roupagens diversas.

Cada criatura renasce no Planeta vinculada às teias do pretérito.

Problemas da vida espiritual são filtrados no berço.

E, por isso, na carne, somos cercados por escuros enigmas do destino.

Obsessões renascentes.

Moléstias congeniais.

Dificuldades e inibições.

Ignorância e miséria.

Em todos os escaninhos da estrada, o serviço a desafiar-nos.

Cristo em nós, reclamando-nos o esforço. A renovação mental rogando a renovação da existência.

O Evangelho insistindo por expressar-se. Mas, quase sempre, esposamos a fantasia.

Cegos, ante a Revelação Divina, suspiramos por facilidades.

E exigimos consolações e vantagens, doações e favores.

Suplicamos intercessões indébitas. Requisitamos bênçãos imerecidas. Nossa Doutrina, porém, é um templo para o coração, uma escola para o cérebro e uma oficina para os braços.

Ninguém se engane.

Não basta predicar.

Não vale fugir aos problemas da elevação.

Muitos possuem demasiada ciência, mas ciência sem bondade.

Outros guardam a bondade consigo, mas bondade sem instrução.

No trabalho, porém, que é de todos, todos devemos permutar os valores do concurso fraterno para que o Espiritismo alcance os seus fins.

Precisamos da coragem de subir para aprender.

Necessitamos da coragem de descer dignamente para ensinar.

Caridade de uns para com os outros.

Compreensão incansável e auxílio mútuo.

Em nossos lares de fé, lamentamos as aflitivas questões que surgem...

As rogativas extravagantes, exibindo mazelas morais.

As frustrações domésticas.

Os desequilíbrios da treva.

Os insucessos da luta material.

As calamidades do sentimento.

As escabrosas petições.

E proclamamos com azedia que semelhantes assuntos não constituem temas espíritas.

Realmente, temas espíritas não são.

Mas são casos para a caridade do Espiritismo e de nós outros que lhe recolhemos a luz.

Problemas que nos solicitam a medicina espiritual preventiva contra a epidemia da obsessão.

Mais vale atender ao doente, antes da crise mortal, que socorrê-lo, em nome do bem, quando o ensejo da cura já passou.

Em razão disso, o trabalho para nós é desafio constante.

Trabalho que não devemos transferir a companheiros da Vida Espiritual, algumas vezes mais necessitados de luz que nós mesmos.

O serviço de amparo moral ao próximo é das nossas mais preciosas oportunidades de comunhão com Jesus, Nosso Mestre e Senhor, porque, comumente, uma boa conversação extingue o incêndio da angústia.

Um simples entendimento pode ajudar muitas vidas.

No reino da compreensão e da amizade, uma prece, uma frase, um pensamento, conseguem fazer muito.

Quem ora, auxilia além do corpo físico.

Ao poder da oração, entra o homem na faixa de amor dos anjos.

Mas, se em nome do Espiritismo relegamos ao mundo espiritual qualquer petição que aparece, somos servidores inconscientes, barateando o patrimônio sagrado, transformando-nos em instrumentos da sombra, quando somente à luz nos cabe reverenciar e servir.

Também fui médium, embriagado nas surpresas do intercâmbio.

Deslumbrado, nem sempre estive desperto para o justo entendimento.

Por esse motivo, ainda sofro o assédio dos problemas que deixei insolúveis nas mãos dos companheiros que me buscavam, solícitos.

Ajudemos a consciência que nos procura, na procura do Cristo.

Só Jesus é bastante amoroso e bastante sábio para solucionar os nossos enigmas.

Formemos, assim, pequenas equipes de boa-vontade em nossos templos de serviço, amparando-nos uns aos outros e esclarecendo-nos mutuamente.

Assim como nos preocupamos no auxílio às crianças e aos velhos, aos famintos e aos nus, não nos esqueçamos do irmão desorientado que a guerra da treva expia.

Doemos, em nome do Espiritismo, a esmola de coração e do cérebro, no socorro à mente enfermiça, porque se é grande a caridade que satisfaz aos requisitos do corpo, em trânsito ligeiro, divina é a caridade que socorre o Espírito, infatigável romeiro da Vida Eterna
.

Pelo Espírito Pascoal Comanducci - Do livro: Instruções Psicofônicas, Médium: Francisco Cândido Xavier.

RENOVAÇÃO

Não bastará desculpar os que nos ofendem, simplesmente com os lábios. É imprescindível que o nosso coração participe de semelhante atitude.

Não bastará, porém, que o consentimento se associe ao trabalho do perdão. É preciso esquecer todo o mal.

Contudo, não basta, ainda, que olvidemos o assalto, a pedrada, a calúnia, o golpe, a incompreensão ou a ingratidão. É necessário agir com o bem, auxiliando direta ou indiretamente os que nos feriram...

Através da prece que ajuda em silêncio...

Por intermédio de nova sementeira de fraternidade e simpatia...

Pelas referências amigas ou pelo estímulo edificante...

Através da compreensão.

Por intermédio da boa vontade.

Pela demonstração de entendimento e confiança.

O inimigo, em qualquer caso, é terreno que precisamos recuperar para o plantio de nossa felicidade porvindoura.

A discórdia é espinheiro.

A desarmonia é perturbação.

O ódio é veneno.

A antipatia é delituosa displicência.

Não basta, pois, que nos desvencilhemos daqueles que nos incomodam, através da caridade fácil ou da palavra brilhante. Ë indispensável saibamos caminhar com eles, incentivando-lhes o soerguimento ou a elevação, a fim de que estejamos efetivamente no desempenho da Vontade do Senhor, onde estivermos.

Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Correio Fraterno, Médium: Francisco Cândido Xavier. 

Mensagem de João à Igreja e aos Católicos.

          "Se ouvirdes dizer que o Evangelho de Jesus é a guerra e o derramamento de sangue, eu vos digo em verdade que esse é o Evangelho dos rancorosos e vingativos, mas não o de Jesus, que amou os homens e lhes pregou a paz.
          Se vos disserem que o Evangelho é o fausto, as
 riquezas e as comodidades dos ministros da palavra, eu vos digo em verdade que esse é o Evangelho dos mercadores do templo, mas não o de Jesus, que recomendou aos seus discípulos a pobreza de coração e o desprendimento dos bens da Terra.
          Se vos disserem que o Evangelho é a água, as mãos levantadas ao céu, as pancadas no peito, as formas e o culto externo, eu vos digo em verdade que esse Evangelho é o dos hipócritas, mas não o de Jesus, que recomendou o amor e a adoração a Deus em espírito e em verdade.
          Se vos disserem que o Evangelho é a resistência às leis e aos princípios que governam os povos, eu vos digo em verdade que esse é e Evangelho dos
 rebeldes e ambiciosos, mas não o de Jesus, que mandou dar a Deus o que é de Deus, e ao príncipe o que é do príncipe.
          Se vos disserem que o Evangelho é a intolerância, o anátema, a perseguição, a violência e o ódio, eu vos digo em verdade que esse é o Evangelho da soberba e da ira, mas não o de Jesus, que rogava ao
 Pai de misericórdia pelos seus mortais inimigos.
Tudo isso foi dito ao povo acerca do Evangelho.
         
 Por que estranhais que João fale assim dos doutores e ministros da palavra? Porventura julgais que João venha dissimular e esquecer a verdade, que há de ser o alimento espiritual do povo?
          Em verdade vos afirmo que vi aquilo que vos digo, e que vos falo em testemunho da verdade; porque o Evangelho é a verdade - minhas palavras são verdadeiras, em testemunho do Evangelho de Jesus - e o Evangelho de Jesus é o testemunho da verdade das minhas palavras.
          Não estranheis, portanto, que João fale assim dos doutores e dos ministros da palavra.
          Eis o que digo à igreja pequena:
          Acuso-te de haver deixado atua primitiva caridade, aquele amor que te ensinou o coração de Jesus, e pelo qual ele morreu na ignorância das gentes, aquele amor puríssimo que abandonaste, para conceber o desejo de domínio, e o da perseguição pelo domínio.
          Fizeste o teu reino neste mundo.
          Acuso-te de haver abandonado a tua primitiva mansidão, aquela mansidão com que Jesus falava aos que o insultavam e nele cuspiam - e, deixada essa mansidão, te rebelaste
 contra 
os príncipes e minaste nas trevas os poderes da Terra.
          Acuso-te de haveres deixado a tua simplicidade primitiva, aquela com que Jesus chamava a si os pequeninos; deixada àquela simplicidade, foste frágil com os poderosos e arrogante com os humildes do infortúnio.
          Acuso-te de haveres deixado o teu primitivo desinteresse, aquele desinteresse com que Jesus falava dos bens da vida, sem nunca pensares no dia de amanhã - e, deixado esse desinteresse, buscaste amontoar riquezas, como os que se esquecem da vida do Espírito e só visam às comodidades da carne, e, assim, apagaste a fé do coração dos homens que pensam em seu entendimento.
          Acuso-te de haveres deixado a tua humildade primitiva, aquela humildade com que Jesus se abaixava aos pés dos seus discípulos - e, deixada essa humildade, consentiste que o orgulho se assenhoreasse do teu entendimento, usurpaste as chaves do céu, condenaste, salvaste, e idolatraste a ti mesma, fazendo um deus para o teu próprio entendimento.
          Igreja pequena! não te maravilhes das palavras de João, antes, medita-as e chora - porque já soa a hora, e o tempo chega de surpresa, como o ladrão.
          Igreja pequena! recorda-te dos teus princípios, dos que esqueceste. Eu, João, te digo: Teus dias não serão contados, desde que de ti se separou o Espírito de Jesus até à consumação do teu orgulho.
          Volta a ti; converte-te ao Evangelho de Jesus e põe os teus olhos na misericórdia do Altíssimo Senhor, cuja vontade onipotente dispõe dos céus e da Terra.
          Não vês que as almas mirram em teu seio, como as plantas privadas de água?
          A tua palavra, já não é a benéfica chuva, nem o orvalho consolador, mas sim o sopro frio do setentrião que gela os corações.
          Igreja pequena! que fizeste da sociedade cristã? Olha ao redor de ti mesma, e responde.
          Volve à tua primitiva caridade, à tua primitiva adoração, à tua primitiva mansidão, ao desinteresse e à humildade dos primeiros tempos do século de Jesus Cristo - e o Espírito de Jesus voltará a ti; serás a sua esposa, e ele o teu esposo, como nesses primeiros tempos.
          Medita e ora - e repelirá o demônio do orgulho que te cega o entendimento; porque, então, conhecerás a lei que vem de Deus.
          Não cerre os ouvidos às palavras de João, igreja pequena! porque, as palavras de João, João as escreve, os homens as lerão, e elas se fixarão na mente e no coração deles.
          Dormes, Igreja pequena; desperta! Falo aos homens: Jesus é o caminho, a verdade e a vida.
          Deus é a minha última palavra.
          A paz seja convosco, irmãos.

                                                                                                                                                                                                            Eu - João."

Autor: D. Jose Amigò Y Pellicer - Fonte: Roma e o Evangelho - Traduzido do Espanhol Roma y el Evangelio 1874

Ref.: http://vademecumespirita.com.br/goto/store/texto/879/mensagem-de-joao-a-igreja-e-aos-catolicos 

PROVÉRBIOS ANTIGOS


Trabalha, atendendo a Deus,
Seja inverno ou primavera,
Recorda que o dia findo
Nunca mais se recupera.

Desconfia da bondade
De todo e qualquer irmão,
Que passa o dia a queixar-se
De espinhos da ingratidão.

Equilibra-te na estrada.
Não guardes excesso algum,
O lobo farto, igualmente,
No outro dia faz jejum.

Entende, primeiramente,
O que diga o companheiro,
Escuta silencioso
E fala por derradeiro. 

Entre os servos de Jesus
Que sabem honrar seus brios,
Jamais há necessidade
De lisonjas e elogios.

O excesso de solidão.
Nas lutas da humanidade,
Pode ser muita virtude
Ou muita perversidade.

 
Não te esqueças que, entre os maus,

                        Enquanto há passas e figos,
                         Terás sempre, em derredor,
                         Bons vinhos e bons amigos.


Não te queixes contra a sorte,

No serviço edificante.
Não existe boa terra
Sem lavrador vigilante.

Enfrenta a luta sem medo...
Há muito pobre mortal
Que foge à fumaça negra
E cai no fogo infernal.

Guarda a língua no caminho
Usando a misericórdia...
O silêncio da humildade
Acende a luz da concórdia. 

Aprende a ser venturoso
Com teus préstimos e dons.
Nem todos podem ser grandes
Mas todos podem ser bons.

Procede zelosamente
Na imitação de Jesus.
O demônio, muitas vezes,
Esconde-se atrás da cruz.
 

Pelo Espírito Casimiro Cunha - Do livro: Coletâneas do Além, Médium: Francisco Cândido Xavier.

AMOR INTERMINÁVEL

Em um de seus poemas, Vinicius de Moraes escreveu: Seja o amor eterno enquanto dure...


O verso tem fornecido oportunidade para que os que dizem amar, rapidamente desfaçam laços que parecia iriam ultrapassar os tempos.

Tem se tornado comum dizer que o amor passa. E nos indagamos: Será mesmo?

Será o amor assim tão efêmero, passageiro?

A história de Mary e Tom Fish demonstra que o verdadeiro amor resiste a tudo.

Eles se casaram num dia de maio de 1994 e, nos primeiros meses, tudo era um mar de rosas. Juntos pintaram, decoraram e mobiliaram a casa.

Mary fez as cortinas, Tom plantou rosas. Ele era um homem atlético e, quando mais jovem, adorara escalar montanhas.

Mary, despreocupada e satisfeita, esperava que os desafios que tivessem que enfrentar juntos viessem sob a forma de filhos e mudanças de vida.

Mas, em fevereiro do ano seguinte, Tom começou a não se sentir bem. Ele estava no trabalho, tentou tirar um refrigerante da geladeira, mas não conseguiu levar a mão à porta.

Exames médicos indicaram dois tumores cerebrais muito agressivos. O médico anunciou a gravidade, marcou a cirurgia para o início da semana seguinte e descreveu, com voz fria, os procedimentos.

O casal olhou um para o outro. Tom começou a dizer: Desculpe, desculpe. Como se desejasse expressar o quanto sentia estar causando a ela tanta preocupação.

Ele passou por cirurgias, radioterapia e quimioterapia, alternando momentos bons com outros bem difíceis, em que tinha dificuldade para pronunciar certas palavras e Mary precisava descobrir o que ele desejava dizer.

Voltaram-se para Deus, em oração. Certo dia, Mary sugeriu que eles recitassem em voz alta os votos matrimoniais que tinham escrito.

Enquanto ela se esforçava para recordar o que escrevera, Tom recitou: Eu, Tom, aceito você, Mary Catherine, tesouro de meu coração e minha companheira querida, para ser minha mulher, amante e amiga, para viajar pela vida comigo, até além do fim do caminho.

Eu a amarei, consolarei e honrarei, na alegria e na tristeza, todos os meus dias.

Um dia, fazendo a maior bagunça para se alimentar, ele perguntou: Amor, como você se sente diante da possibilidade de eu me tornar deficiente?

Com sinceridade absoluta, ela falou: Meu amor, você é a minha vida. Tudo que eu quero é que você continue comigo. Posso enfrentar qualquer problema.

Comemoraram um ano de sua união, comendo a parte de cima do bolo da festa do casamento, que haviam guardado, no congelador, especialmente para a ocasião.

No começo, ela desejou que ele voltasse a ser saudável; depois, pedia que ele vivesse mesmo com as deficiências; então, precisou aceitar o fato que ele iria morrer.

Finalmente, Mary se deu conta de que tudo que podia fazer era ajudá-lo espiritualmente.

Quando Tom se foi, ela escreveu: Sei que o amor resiste à dor e ao infortúnio. Se fôssemos capazes de escolher um sentimento que perdurasse acima de todos os outros, haveria escolha melhor?

Pensemos nisso: o amor é o maior dos sentimentos. O amor nunca acaba.

Por: Redação do Momento Espírita, com base no artigo Um amor interminável, de Mary Catherine Fish, da revista Seleções Reader´s Digest, edição especial de aniversário [70 anos].

Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=3848&stat=0.

 

Coragem e Responsabilidade

Quando o ser humano descobre o Espiritismo é tomado por especial alegria de viver, passando a compreender as razões lógicas da sua existência, os mecanismos que trabalham em favor da felicidade, experimentando grande euforia emocional.
Quando o Espiritismo penetra na mente e no sentimento do ser humano, opera-se-lhe uma natural transformação intelecto-moral para melhor, propondo-lhe radical alteração no comportamento que enseja a conquista de metas elevadas e libertadoras.
Quando o indivíduo mantém os primeiros contatos com a Doutrina Espírita, vê-se diante de um mundo maravilhoso, rico de bênçãos que pretende fruir, deixando-se fascinar pelas propostas iluminativas de que é objeto.
Quando o Espiritismo encontra guarida no indivíduo, logo se lhe despertam os conceitos de responsabilidade, coragem e fidelidade à nova conquista.
Nem todos, porém, alteram a conduta convencional a que se acostumaram. Ao entusiasmo exagerado sucede o convencionalismo do conhecimento sem a sua vivência diária, aguardando recolher conveniências e soluções para os problemas afligentes, sem maior esforço pela transformação moral. Não se afeiçoando ao estudo correto dos postulados espíritas e neles reflexionando, detêm-se nas exterioridades das informações que recolhem, nem sempre verdadeiras, tornando-se apenas beneficiários dos milagres que esperam lhes aconteçam a partir do momento da sua adesão.
Com o tempo e a frequência às reuniões, acomodam-se ao novo ritualismo da participação sem realizações edificantes, ou entregam-se à parte da assistência social, procurando negociar com Deus o futuro espiritual em razão do bem e da caridade que acreditam estar realizando.
O conhecimento do Espiritismo de forma natural e consciente desperta os valores enobrecidos da responsabilidade e da coragem indispensáveis à existência ditosa.
Todo conhecimento nobre liberta o ser humano da ignorância, apresentando-lhe a realidade desvestida dos formalismos e das ilusões, na sua fase mais bela e significativa, por ensejar a conquista dos valores legítimos que devem ser cultivados.
O homem livre da superstição e dos complexos mecanismos da tradição da fé imposta redescobre-se e exulta por compreender que é o autor de todas as ocorrências que lhe sucedem, exceção ao nascimento e à desencarnação, e mesmo essa, dependendo muito do seu comportamento durante a vilegiatura física, podendo antecipá-la ou postergá-la.
Adquire a responsabilidade moral pelos atos, não mais se apoiando nas bengalas psicológicas de transferir para os outros a razão dos insucessos que lhe ocorrem, dando lugar aos sofrimentos e suas inevitáveis consequências.
Compreende que uma excelente filosofia não basta para proporcionar uma existência feliz, mas sim a vivência dos seus ensinamentos, que se tornam responsáveis pelo que venha a ocorrer-lhe na área do seu comportamento moral.
É comum a esses adeptos precipitados, passado algum tempo, apresentarem-se decepcionados e tristes, informando que esperavam muito mais do Espiritismo e que encontraram pessoas confusas e perversas, insensatas e desequilibradas no seu Movimento.
Da alegria exagerada passam à crítica contumaz, à maledicência, ao azedume.
Afinal, essa responsabilidade não é do Espiritismo, mas daqueles que o visitam levianamente e não incorporam à vida espiritual os ensinamentos excepcionais de que se constitui a sã doutrina.
De igual maneira que esses neófitos não se preocuparam em conseguir a auto iluminação o mesmo sucedeu com outros adeptos que os precederam, acostumados que estavam ao ócio espiritual, à leviandade religiosa, aguardando sempre receber sem a menor preocupação em contribuir.
O Movimento Espírita não é o Espiritismo. O primeiro é constituído pelos indivíduos, bons e maus, conhecedores e ignorantes das verdades do mundo espiritual, ativos ou ociosos, que se deveriam integrar de corpo e alma ao serviço de renovação interior e da divulgação pelo exemplo. No entanto, para esse cometimento é necessária a coragem da fé, essa robustez de ânimo que enfrenta as dificuldades de maneira lúcida e clara, com destemor e espírito de ação, para remover-lhes os obstáculos e alcançar os patamares mais elevados de harmonia e de bem-estar.
Em muitos, que permanecem na irresponsabilidade do comportamento e na falta de coragem para arrostar as consequências da sua conversão ao Espiritismo, demorando-se na dubiedade, nas incertezas que procuram não esclarecer, receando os impositivos da fidelidade pessoal à doutrina, instalam-se as justificativas infantis para prosseguirem sem alteração, esperando que os Espíritos realizem as tarefas que lhes dizem respeito.
Outros ainda, viciados na conduta da inutilidade, esperam ter resolvido todos os problemas de saúde, família, economia, surpreendendo-se, quando convocados aos fenômenos existenciais das enfermidades, dos desafios domésticos e financeiros, sociais e profissionais, que desejavam não lhes ocorressem em decorrência da sua adesão ao Espiritismo...
Só mesmo a mente insensata ode elaborar conceito dessa maguinetude: a adesão a uma doutrina feliz basta para que tudo lhe ocorra a partir de então, de maneira especial e magnífica!
O Espiritismo enseja a compreensão dos fatores existenciais, dos compromissos que a cada qual dizem respeito, do esforço que deve ser envidado em favor da construção do próprio futuro. Elucida as situações dolorosas, explicando as suas causas e oferecendo os instrumentos para a sua erradicação, com a consequente construção dos dias felizes do porvir.
Eis por que se impõe, logo após a adesão aos seus postulados, de par com a responsabilidade da conduta, a coragem para as mudanças interiores que devem acontecer ao largo do tempo, com a vigilância indispensável à produção de fatores elevados para o desenvolvimento intelecto-moral que aguarda o candidato às suas fileiras.
Tomando como modelar a conduta de Jesus, o Espiritismo terá-Lo de volta, desmistificado das fábulas com que O envolveram através dos tempos, real e companheiro de todos os momentos, ensinando sempre pelo exemplo de que as Suas palavras se revestem.
O espírita sincero, que se redescobre através do conhecimento doutrinário, transforma-se em verdadeiro cristão, conforme os padrões estabelecidos pelo Mestre galileu.
Não se permite justificativas infantis após os insucessos, levanta-se dos erros e recomeça as atividades tantas vezes quantas ocorram, tem a coragem para o auto enfrentamento libertando-se dos inimigos de fora para vencer aqueles de natureza interna, sempre disposto a servir e a amar.
Evocando os mártires do Cristianismo primitivo, enfrenta hoje valores decadentes da ética e da moral, graves problemas sociais e morais, que lhe exigem sacrifício para uma existência honorável sem os conchavos com a indignidade, a traição e o furto legalizado.
Torna-se alguém intitulado como portador de comportamento excêntrico, porque tem a coragem de manter a vida saudável, mantendo-se digno em todas as circunstâncias, responsável pelos pensamentos, palavras e atos, incompreendido e, não poucas vezes, perseguido, mesmo nos locais em que labora doutrinariamente, em face da conduta doentia dos acostumados à leviandade e ao ócio.
Sem qualquer dúvida, a adesão ao Espiritismo impõe a consciência de responsabilidade e de coragem, para tornar-se verdadeiramente espírita todo aquele que lhe sinta a sublime atração.

Pelo Espírito Vianna de Carvalho 

Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 10 de agosto de 2009, na cidade do Rio de Janeiro, RJ. 

MORADAS

Certa estranheza invade muitos leitores e pessoas desinformados a respeito da vida espiritual, quando tomam conhecimento da estrutura e constituição do mundo parafísico, bem como da sociedade onde se movimentam os sobreviventes ao túmulo.
Acostumados às notícias da teologia ortodoxa apresentada pelas religiões que estabeleceram regiões estanques para os Espíritos, quando vencida e superada essa crença armaram-se de cepticismo, às vezes inconscientemente, em tomo da organização e do modus vivendi dos que se libertaram do corpo, mas não saíram da Vida.
Um pouco de reflexão bastada para contribuir de maneira positiva em favor do entendimento da vida e sua continuidade um passo além do túmulo.
Na Terra mesma, interpenetram-se vibrações e movimentam-se incontáveis expressões de vida, sem que o homem disso se dê conta.
Ondas de freqüência variada cortam os espaços terrestres, carregadas de mensagens somente percebidas quando necessariamente transformadas em som e imagem por aparelhos especiais.
Raios de constituição diferente rompem os campos vibratórios em tomo do planeta, auxiliando, estimulando e transformando os fenômenos biológicos sem que se possa percebê-los, senão através dos seus efeitos ou quando captados por equipamentos próprios.
A Vida espiritual não é, conforme alguns pensam, semelhante à física ou cópia dela. Ocorre exatamente o contrário, sendo a terrena um símile imperfeito daquela que é causal, preexistente e sobrevivente.
Liberada da matéria densa, a alma não se transfere para regiões excelsas de imediato.
Há toda uma escala de valores a conquistar.
Os Espíritos vivem fora do corpo em conglomerados próprios, em sociedade mais harmônica ou mais atormentada, de acordo com o grau da evolução que os reúne por automatismo da afinidade vibratória, que decorre da identidade moral que os retém em campos de igual densidade de onda.
Sendo o pensamento a força criadora, é natural que este construa os recintos para habitação e instale, em nome do Pai, programas de ação que facultam os meios de crescimento para o Espírito, na direção dos mundos felizes, cuja constituição superior a nós nos escapa.
Nas faixas mais próximas da Terra, a vida se apresenta semelhante ao que se conhece no planeta, facilitando a adaptação para os recém-chegados e propiciando mais fácil intercâmbio com aqueles que estão instalados na matéria densa.
Conforme sucede no mundo objetivo, há uma escala de progresso cultura e moral cujos valores partem das manifestações mais primárias até os índices mais elevados.
Conseqüentemente, há núcleos que refletem as condições sócio-morais, sócio-econômicas, sócio-culturais dos seus habitantes, desde choças e fiarias até habitações saudáveis, belas e confortáveis...
As moradas do Além igualmente variam em densidade vibratória correspondente àqueles que as vêm habitar, felizes e liberados, ou noutras onde se demoram a dor, as misérias morais e as condições de insalubridade, todas elas em caráter sempre transitórios.
Em todo lugar, todavia, apresenta-se a misericórdia e o socorro do Pai, ao alcance de quem deseja progredir e ser ditoso, na faixa vibratória em que estacione.
Igualmente, convém considerar que urbanistas e engenheiros, cientistas e legisladores levam para a Terra as lembranças dos planos onde residiam e a eles retomam, periodicamente, através do parcial desdobramento pelo sono, acentuando lembranças que depois materializam em projetos e edificações avançados.
A ascensão dos seres somente ocorre mediante conquistas intransferíveis através do trabalho, método seguro para a aquisição da plenitude.
Movimentando, portanto, as energias cósmicas presentes no Universo, os Espíritos plasmam os seus Círculos de realização, nos quais estagiam entre uma e outra reencarnação, galgando Esferas que se apresentam em graus de evolução quase infinita. '
"Na Casa do Pai - disse Jesus - há muitas mondas", não somente nos astros luminíferos que gravitam nos espaços siderais, mas também, em torno deles, como estações intermediárias entre uns e outros mundos que pulsam nas galáxias, glorificando a Criação.

Manoel Philomeno de Miranda (espírito)

Retirado de Temas da Vida e da Morte, psicografado por Divaldo Franco.

O Espiritismo - www.oespiritismo.com.br

CARTA DO SENADOR PÚBLIO LENTULUS AO IMPERADOR TIBÉRIO CÉZAR, DESCRENVEDO AS CARACTERÍSTICAS MORAIS E FÍSICAS DE JESUS.

"Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, existindo nos nossos tempos um homem, o qual vive atualmente de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é inculcado o profeta da verdade, e os seus discípulos dizem que é filho de Deus, criador do céu e da terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado; em verdade, ó César, cada dia se ouvem coisas maravilhosas desse Jesus: ressuscita os mortos, cura os enfermos, em uma só palavra: é um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto, e há tanta majestade no rosto, que aqueles que o vêem são forçados a amá-lo ou temê-lo. Tem os cabelos da cor amêndoa bem madura, são distendidos até as orelhas, e das orelhas até as espáduas, são da cor da terra, porém mais reluzentes.

Tem no meio de sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso nos nazarenos, o seu rosto é cheio, o aspecto é muito sereno, nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face, de uma cor moderada; o nariz e a boca são irrepreensíveis.

A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, mas separada pelo meio, seu olhar é muito afetuoso e grave; tem os olhos expressivos e claros, o que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios do sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplende, apavora, e quando ameniza, faz chorar; faz-se amar e é alegre com gravidade.

Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas, antes, chorar. Tem os braços e as mãos muito belos; na palestra, contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele se aproxima, verifica-se que é muito modesto na presença e na pessoa. É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante à sua mãe, a qual é de uma rara beleza, não se tendo, jamais, visto por estas partes uma mulher tão bela, porém, se a majestade tua, ó Cézar, deseja vê-lo, como no aviso passado escreveste, dá-me ordens, que não faltarei de mandá-lo o mais depressa possível.

De letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jerusalém; ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Ele caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem, vendo-o assim, porém em sua presença, falando com ele, tremem e admiram.

Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram, jamais, tais conselhos, de grande doutrina, como ensina este Jesus; muitos judeus o têm como Divino e muitos me querelam, afirmando que é contra a lei de Tua Majestade; eu sou grandemente molestado por estes malignos hebreus.

Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles eu o conhecem e com ele têm praticado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde, porém à tua obediência estou prontíssimo, aquilo que Tua Majestade ordenar será cumprido.

Vale, da Majestade Tua, fidelíssimo e obrigadíssimo... Públio Lentulus, presidente da Judéia Lindizione setima, luna seconda.”

(Este documento foi encontrado no arquivo do Duque de Cesadini, em Roma. Essa carta, onde se faz o retrato físico e moral de Jesus, foi mandada de Jerusalém ao imperador Tibério César, em Roma, ao tempo de Jesus.)


ILUMINAÇÃO DE CONSCIÊNCIAS



Natanael Ben Elias, o paralítico de Cafarnaum, acabara de ser completamente curado por Jesus, voltando a andar.

Todos estavam em festa, exceto o Mestre, que meditava seriamente.

Simão, buscando romper o silêncio de Jesus, então pergunta:

Por que dizes que não Te compreendemos, Rabi? Estamos todos tão felizes!

Simão, neste momento, enquanto consideras o Reino de Deus pelo que viste, Natanael, com alegria infantil, comenta o acontecimento entre amigos embriagados e mulheres infelizes.

Outros que recobraram o ânimo ou recuperaram a voz, entre exclamações de contentamento, precipitam-se nos despenhadeiros da insensatez, acarretando novos desequilíbrios, desta vez, irreversíveis.

Não creias que a Boa Nova traga alegrias superficiais, dessas que o desencanto e o sofrimento facilmente apagam.

O Filho do Homem, por isso mesmo, não é um remendão irresponsável, que sobre tecidos velhos e gastos costura pedaços novos, danificando mais a parte rasgada com um dilaceramento maior.

A mensagem do Reino, mais do que uma promessa para o futuro, é uma realidade para o presente.

Penetra o íntimo e dignifica, desvelando os painéis da vida em deslumbrantes cores...

Eu sei, porém, que Me não podeis entender, tu e eles, por enquanto. E assim será por algum tempo.

Mais tarde, quando a dor produzir amadurecimento maior nos Espíritos, Eu enviarei alguém em Meu nome para dar prosseguimento ao serviço de iluminação de consciências.

As sepulturas quebrarão o silêncio que guardam e vozes, em toda parte, clamarão, lecionando esperanças sob os auspícios de mil consolações.

* * *

Séculos se passaram depois destes dizeres preciosos.

A dor amadureceu muitos corações desnorteados, e novamente a Humanidade suplicou a Jesus pela cura de suas mazelas.

Os sepulcros foram rompidos. O silêncio dos aparentemente mortos foi quebrado, e os descobrimos vivos, imortais e reluzentes.

Sim, as estrelas caíram dos céus. Estrelas de primeira grandeza espiritual se uniram em uma constelação admirável, e voltaram seu feixe de luz poderoso para a Terra.

Os Espíritos falaram, ensinaram, provaram que a vida futura prometida por Jesus é real.

A iluminação de consciências, proposta por Jesus, ganhou uma dimensão nova e maior.

A mensagem do Cristo se faz novamente presente como uma proposta para o presente, para a renovação imediata, urgente.

Na grande transição que o planeta atravessa, são eles, os Missionários do Mestre, que semeiam a verdade em todos os povos.

O amor volta a tomar seu lugar de evidência, nas propostas elevadas que são apresentadas aqui e acolá.

Atiramos as roupas velhas no tempo, e vestimos a roupagem do ESPIRITISMO, entendendo que a vida do Espírito, esta sim, é a verdadeira.

O Consolador já está entre nós... Escutemo-Lo!

Amélia Rodrigues (espírito), psicografia de Divaldo Franco.
 

NÃO MERECEM

 

 Guarde-se do mal e defenda-se dele com a realização do bem operante. O mal não merece consideração.

Há muito que fazer, valorizando a oportunidade de serviço que surge inesperada.

A intriga não merece a atenção dos seus ouvidos.

A injúria não merece o respeito da sua preocupação.

A ingratidão não merece o zelo da sua aflição.

O ultraje não merece o seu revide verbalista.

A mentira não merece a interrupção das suas nobres tarefas.

A exasperação não merece o seu sofrimento.

A perseguição gratuita não merece a sua solicitude.

A maledicência não merece o alto-falante da sua garganta.

A inveja não merece o tempo de que você necessita para o trabalho nobre.

Os maus não merecem a sua inquietação.

Entregue-os ao tempo benfazejo.

Abra os braços ao dever, firme-se no solo do serviço, abrace-se à cruz da responsabilidade, recordando o madeiro onde expirou o Cristo e, em perfeita magnitude, desafie a fúria do mal.

O lídimo cristão é fiel servidor.

Você tem somente um amo a quem prestará contas: Jesus!

Preocupado com o que deve fazer, não pare a escutar os que não têm o que fazer ou nada querem fazer.

Transformando-se em antena viva da inspiração superior, registre o ensinamento evangélico do amor, no coração, viva-o na ação e prossiga sem medo.

Você sabe que em toda seara existem abelhas diligentes e marimbondos destruidores. Também, não ignora “que os maus por si mesmos se destroem”, como afirma a sabedoria popular.

Identifique no obstáculo o ensejo iluminativo e não se detenha.

Por essa razão, enquanto a ventania açoita, guarde a sua fé robusta e, sem dar atenção ao mal, esteja acautelado, porque, não descendo às ondas mentais dos maus, você paira inatingível nas vibrações superiores das Altas Potências da Vida. Doe amor e, assim, faça o bem, para que não venha “a responder por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem”.

Pelo Espírito Marco Prisco - Do livro: Legado Kardequiano, Médium: Divaldo Franco. 

TOMADAS

Para que a luz do bem se faça correta na sua lâmpada mental, é imprescindível que você corrija as imperfeições dos condutores. Basta, somente, que não se descuide de atender aos humildes deveres de fiscalização dos condutores, para que brilhe no seu mundo íntimo a nobre claridade da paz.

Portanto, ore: “a prece é um ato de adoração.”

“Orar a Deus é pensar nEle; é aproximar-se dEle; é pôr-se em comunicação com Ele!”

O pensamento firme é fio de alta tensão com potência valiosa.

Discipline-o, para que dele se utilize na indústria superior do bem.

As ondas vibratórias sempre envolveram o orbe até que Hertz, descobrindo-lhes as leis, as oferecesse à sociedade. A energia hidráulica sempre existiu nas quedas de água até que o homem a utilizasse em favor do progresso.

No entanto, as ondas vibratórias, que conduzem sons e melodias fascinantes, espalham, também, calúnias e apreensões. E a força elétrica que favorece o conforto é utilizada, igualmente, na extinção da vida.

Disciplina da mente – realização nas mãos. 

“As três coisas você pode propor-se por meio da prece: louvar, pedir, agradecer”.

A Misericórdia Divina é inesgotável – confie nela. 

Corrija, desse modo a posição das tomadas psíquicas, para que a energia do Senhor chegue ao seu mundo, inundando-o de clara e pura luz.

Pelo Espírito Marco Prisco - Do livro: Legado Kardequiano, Médium: Divaldo Franco. 

 SEJA COMPREENSIVO

Não esqueça de usar a bondade em circunstância nenhuma da sua vida.

Vença a violência, antes que ela o deixe vencido.

Sorria ante o ofensor e esqueça-lhe a ofensa.

Revidar mal por mal, a pretexto de ser verdadeiro, é aprimorar a maldade que predomina na sua natureza, fazendo-o mais infeliz.

Recorra à oração e confie no tempo, quando as coisas se apresentarem diferentes do que você espera.

Infeliz, realmente, é todo aquele que acredite ser hoje o tempo único, buscando resolver agora, o que só mais tarde será solucionado naturalmente.

Não duvide da Justiça Divina, apenas porque não a consegue entender, na precipitação dos seus raciocínios apaixonados.

Você não é o único que tem problemas no mundo.

O maior problema da atualidade é o homem em si mesmo, e somente quando este se volte para os valores mais altos da vida se equacionará.

Não transfira, portanto, para os outros, a responsabilidade do que lhe sucede de errado ou desagradável.

Você é filho de Deus e, como afirmou Jesus, nenhuma das criaturas que o Pai Lhe confiou Ele deixaria perder-se.

Acalme-se e avance com a luz da consciência tranquila, sem intentar fazer da sua claridade uma chama pronta a arder em volta, provocando devastação.

Pelo Espírito Marco Prisco - Do livro: Luz Viva, Médium: Divaldo Franco.

 

VOCÊ DEVE

 Educar o pensamento.

Pensamento é força: discipline-o para receber-lhe os benefícios.

Orientar as opiniões.
Não acredite no êxito da maledicência: medite antes de falar. Todo maledicente torna-se algoz de si mesmo.

Vencer os impulsos inferiores.
 
Não é o corpo que dirige o Espírito, mas este que dirige aquele. Lembre-se de que o Espírito é o ser.

Dominar as paixões.
As emoções nascem na alma, e esta se encontra na Terra para livrar-se dos instintos, ao invés de os vitalizar.

Triunfar sobre o “eu”.
O caminho do êxito começa nas intenções. Todavia, a estrada a percorrer somente será vencida se você inicialmente buscar conhecer-se.

Ajudar o mundo a ser feliz.
O homem que se aprimora abre as portas para a felicidade geral.

Cobrar ânimo novo e libertar-se.
Para quem Crê realmente, a dor é lição, a enfermidade é benção. Descubra no sofrimento a excelência da paz e desperte para o dever da solidariedade humana.

Comandar as exigências do temperamento.
A maior vitória que se pode alcançar é aquela que se consegue nos arraiais do Espírito.

Enriquecer-se de Luz. Todo o Universo é um hino de exaltação à ordem.

Conduza seus esforços no sentido do bem, “de acordo com a Lei de DEUS”, e liberte-se desses pequeninos algozes conhecidos como egoísmo, ambição, e displicência; então você será, não apenas um homem, mas um cristão legítimo.


Do Espírito Marco Prisco - Médium: Divaldo Franco.

 Site: http://www.oespiritismo.com.br/mensagens/ver.php?id1=235,

SEMPRE COM DEUS

Se te encontras cansado, pensa em Deus, o Eterno Pai que jamais descansa.

Se te encontras triste, eleva a Deus os teus sentimentos, meditando na alegria solar com que, todas as manhãs, a Infinita Bondade do Pai dissolve as trevas, anunciando um dia novo de oportunidades.

Se estás doente pensa em como Deus, na Sua compaixão e equilíbrio, reajusta os quadros da natureza.

Se te sentes incompreendido, ainda assim volta-te para Deus. Ele, o Eterno Doador de todas as bênçãos, quantas vezes é incompreendido pelas criaturas que criou e sustenta.

Se te sentes humilhado, entrega a Deus as dores da tua sensibilidade ferida ou do orgulho menosprezado, refletindo no anonimato com que Ele esconde a Sua imensa grandeza, servindo-nos todos os dias.

Se te sentes sozinho, busca a companhia sublime de Deus na pessoa daqueles que seguem na retaguarda, cambaleantes de sofrimento.

Os mais solitários que tu mesmo, que se encontram em provações mais difíceis que as tuas.

Eles se encontram nas favelas, nas praças, nos hospitais, nos asilos, nas prisões. 

Talvez, ao teu lado, nos familiares que te esperam um gesto de carinho, uma palavra amiga, um pouco de atenção.

Se estás aflito, confia a Deus as tuas ansiedades. Fala-Lhe de tudo aquilo que te vai na intimidade e Nele, que é o Amor, todas as tuas tormentas haverão de se acalmar.

Enfim, seja qual for a dificuldade, recorda o Todo Misericordioso que não nos esquece.

                                            O Espiritismo - www.oespiritismo.com.br 

 

MENSAGEM DO ESPÍRITO BEZERRA DE MENEZES NO ENCERRAMENTO DA 52ª SEMANA ESPÍRITA DE VITÓRIA DA CONQUISTA, em 11.09.2005. (Psicofonia: Divaldo Franco).

 

Somente o amor, conforme nos ensinou Jesus, poderá conduzir-nos com segurança nos dias em que todos estamos atravessando.

Não é necessário que tenhamos uma sensibilidade especial para perceber esse momento de provas e de ásperas expiações.

Os clarins da nova era soam anunciando o amanhecer do glorioso dia do futuro.

É natural que as sombras densas predominem na economia social e psíquica da Terra, como herança das ações perpetradas pelo ser humano nos dias do passado.

Vós fostes convidados a meditar em torno da palavra de Jesus e estais honrados com o convite para segui-Lo.

A convocação do mestre chega-vos aos refolhos da alma suplicando-vos paz e compaixão. Não vos permitais o desequilíbrio que se encontra em toda parte.

Preservai a harmonia interior, mesmo quando convocados à luta redentora.

Espíritas, meus filhos da alma, o Senhor não espera realizações grandiosas de vós outros, mas Ele conta com a parcela da vossa compreensão e misericórdia em relação ao vosso próximo.

O genitor difícil e irresponsável e a mãezinha desajustada e agressiva são a doce pedagogia da vida ensinando misericórdia à prole, compaixão para enfrentar a agressividade do mundo exterior.

O filho rebelde e doente, o toxicômano alucinado apresentando as escalas do desespero da alma, a filhinha vulgar e insensata, são convites ao amor.

Amar aqueles que são mais infelizes constitui o grande desafio da vida nesse momento grave.

A psicosfera terrestre apresenta-se assinalada pelos tóxicos do horror.

A dor galvaniza em toda parte a multidão dos aflitos que perambula aturdida; o número é incontável dos que perderam o endereço de Deus.

A violência, sob qualquer aspecto considerado, prossegue dominando mentes e corações.

Tende paz, preservai-a em vosso mundo íntimo, logrando a alegria de viver, agradecendo a Deus a oportunidade de conduzir-vos à luz da esperança, no meio da escuridão e do desespero.

Não revideis mal por mal; não vos permitais cobrança por dívida, exigência por exigência. Tende compaixão. Com um pouco de compaixão e de misericórdia vereis o amor expandir-se em relação à multidão dos desassisados e infelizes.

A vida é rica de problemas engendrados pela própria criatura humana.

Jesus deu-nos o Evangelho como solução. Adulterado e menosprezado foi transformado em arma de extermínio, e o compadecido Amigo não amado oferece-nos o Espiritismo, permitindo que ele e os seus nobres mensageiros, como estrelas, tombem sobre a Terra iluminando o mundo.

Exultai! Cantai hosanas ao amor e amai até o momento em que possais dizer: já não sou eu quem vivo, mas é o amor que vive em mim.

Muita paz meus queridos! Ide em paz!

Não vos esqueçais do que ouvistes, de tudo o quanto participastes. Não substituais as lembranças pelos banquetes da frivolidade, que apagam da memória os acontecimentos nobres. Nós outros, os espíritos espíritas, vossos amigos, estaremos convosco. Tornai-vos dúcteis à nossa voz, tornai-vos maleáveis à comunhão conosco.

Que o Senhor de bênçãos vos abençoe.

São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra. Muita paz! 

Poderoso Remédio

A fé é um remédio poderoso, segundo artigo publicado na revista seleções de março de 2000.

A constatação de que a fé é um poderoso remédio, surgiu depois dos estudos feitos com pessoas de várias idades e diferentes religiões.

Os especialistas observaram pessoas saudáveis e enfermas e encontraram uma explicação possível para a diminuição de doenças: a fé.

Os estudos detectaram uma ligação entre o compromisso espiritual ou religioso e uma vida mais longa, ou seja, quem se dedica aos valores nobres, vive mais.

Na Califórnia constatou-se que a taxa de mortalidade era menor, entre mais de 5 mil pessoas que freqüentavam um templo religioso, do que nos demais setores pesquisados. Pessoas religiosas parecem ter menos tendência à depressão, ao suicídio, ao alcoolismo e outros vícios. A fé gera a esperança e um tipo de controle interior, que combate o estresse das pessoas. Por essa razão, as pessoas que têm fé enfrentam melhor as doenças traumáticas, os sofrimentos e as perdas.

Em uma pesquisa com 269 médicos da Academia Americana de Médicos de Família, 99% disseram acreditar que a fé religiosa pode contribuir para a cura. Quando interrogados sobre suas experiências pessoais, 63% dos médicos afirmaram que a intervenção divina melhorou suas próprias condições de saúde.

Pesquisas demonstraram que 80% dos norte-americanos acreditam que a fé espiritual ou as orações são capazes de ajudar as pessoas a se recuperar de doenças ou ferimentos. Além disso, mais de 60% acham que os médicos devem conversar com os pacientes sobre fé e até mesmo orar com aqueles que pedirem.  Existe até um livro sobre isso de um médico americano: "Rezar é um santo remédio".

Essas considerações feitas por médicos e especialistas dos Estados Unidos, vêm comprovar o que Jesus já ensinava há quase dois milênios, quando promovia alguma cura e dizia: "a tua fé te curou". Jesus falou que a fé é capaz de remover montanhas. Ele estava se referindo às dificuldades e obstáculos que as criaturas enfrentam em sua existência. Quem tem fé consegue remover as montanhas das enfermidades ou suportá-las com coragem e resignação. A pessoa que tem fé remove os obstáculos mais ameaçadores, porque a sua confiança em Deus a faz forte o bastante para agir com coragem e ter a certeza de que triunfará.

Se todos os homens se achassem convencidos da força que em si trazem, e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar tudo o que, até hoje, eles chamaram prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas. E.S.E. - A. Kardec.

Fonte: Revista Seleções do Reader's Digest, março/2000, pág. 69 e o O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIX, item 12. 

 Mensagem Psicografada em 22/12/2012 Pelo médium Emanuel Cristiano.

Irmãos,

Nós, os amigos do “Allan Kardec”, nos reunimos, hoje, junto aos vossos corações, com o nobre objetivo de recordarmos o Cristo.

Não o seu natalício que o mundo insiste em ofuscar, no comércio exagerado, mas, o surgimento da luz do mundo: a Sua mensagem.

Perante o Evangelho do Mestre, e todos os seus ensinos, o holocausto por ele sofrido, nós, os espíritos Espíritas, vos queremos rogar:

Lembrai o natalício do Cristo em trabalho sincero e enobrecedor. Nossa doutrina carece de braços fortes e intelecto preparado para espraiar-se pelo mundo consolando e instruindo.

Por isso vos rogamos a perseverança e a permanência em nossas fileiras para que os que padecem na sombra da ignorância sintam a luz da verdade.

Nós vos rogamos o trabalho corajoso em benefício do próximo para que o Cristo se revele entre nós.

Irmãos!

Nenhum privilégio teremos ao abraçarmos a Boa Nova; nenhuma relevância teremos por representarmos o Cristo, somente a honra de imitar-lhe os passos.

Mas, se os espíritas não continuarem a obra, se os corações bondosos não se unirem, se o movimento não se organizar, se nossas casas não prepararem trabalhadores, teremos sombras ao invés de luz.

Tornamos, portanto, a vos rogar:

Perseverai no bem assumindo vosso papel na Seara: o de Espíritas atuantes.

Bem sabemos das enormes lutas e dos calhaus da estrada, mas aquele que perseverar até o fim será salvo.

Espíritas!

Nada temais, suportai tudo em nome da verdade porque ela vos reconhecerá!

Quando no capítulo dos testemunhos, rememorai a coragem dos apóstolos e distendei vossos braços com bom ânimo.

Se a vida vos quiser coroar com a tiara de espinhos, apresentai-vos depressa, porque a coroa que vos espera, após o testemunho, é a do vitorioso, do bem aventurado!

Irmãos!

Trabalhemos onde Deus nos colocou, honremos a caridade em nossos Centros recordando-nos de que o verdadeiro natal não é fora, é dentro de nós e operante!

Hoje, aqui reunida, está a vasta comunidade de tarefeiros que construiu a Campinas Espírita. Eles retornarão e contam com o vosso trabalho para reencontrarem o Espiritismo na Pureza em que aprenderam. E, por isso, rogam:

Nada de desânimo: coragem!

Nada de mágoa: coragem!

Nada de desertar: coragem!

Nada de auto-piedade: coragem!

Porque se o mundo tem trevas, o Espiritismo, com Cristo, é a luz!

Autores: Nora, Bezerra e Eurípedes; Fonte: Angela Bianco.

 A FICHA!

JOÃO MATEUS, DISTINTO PREGADOR DO EVANGELHO, NA NOITE EM QUE ATINGIU MEIO SÉCULO DE IDADE NO CORPO FÍSICO, DEPOIS DE ORAR ENTERNECIDAMENTE COM OS AMIGOS, FOI DEITAR-SE PARA UM MERECIDO DESCANSO. SONHOU QUE ALCANÇAVA AS PORTAS DA VIDA ESPIRITUAL E, DESLUMBRADO COM A LEVEZA DE QUE SE VIA POSSUÍDO, INTENTAVA ALÇAR-SE, PARA MELHOR DESFRUTAR A EXCELSITUDE DO PARAÍSO, QUANDO UM FUNCIONÁRIO DE PASSAGEM CELESTE SE APROXIMOU, A LEMBRAR-LHE SOLÍCITO:

“JOÃO, PARA EVITAR QUALQUER SURPRESA DESAGRADÁVEL NO AVANÇO, CONVÉM UMA VISTA D’OLHOS EM SUA FICHA...”

E O VIAJANTE RECEBEU PRIMOROSO DOCUMENTO, EM CUJA FACE LEU, ESPANTADIÇO:

- JOÃO MATEUS 
- RENASCIMENTO NA TERRA EM 1.904
- BERÇO MANSO
- PAIS CARINHOSOS E AMIGOS
- INTELIGÊNCIA PRECIOSA
- CÉREBRO CLARO
- INSTRUÇÃO DIGNA
- BONS LIVROS
- JUVENTUDE FOLGADA
- BOA SAÚDE
- INVEJÁVEL NOÇÃO DE CONFORTO
- SONO CALMO 
- EXCELENTE APETITE
- SEGURO ABRIGO DOMÉSTICO
- CONSTANTE PROTEÇÃO ESPIRITUAL
- NUNCA SOFREU ACIDENTES DE IMPORTÂNCIA
- AOS 20 ANOS DE IDADE, EMPREGOU-SE NO COMÉRCIO
- CASOU-SE AOS 25 ANOS, EM REGIME DE ESCRAVIZAÇÃO DA MULHER
- CATÓLICO ROMANO ATÉ OS 26
- PRESENCIOU, SEM MAIOR ATENÇÃO, 672 MISSAS
- AOS 27 ANOS DE IDADE, TRANSFERIU-SE PARA AS FILEIRAS ESPÍRITAS
- COMPARECEU A 2.195 SESSÕES DE ESPIRITISMO, SOB A INVOCAÇÃO DE JESUS
- REALIZOU 1.602 PALESTRAS E PREGAÇÕES DOUTRINÁRIAS
- ESCREVE CARTAS E PÁGINAS COMOVENTES
- NOTÁVEL NARRADOR
- POLEMISTA CAUTELOSO
- QUATRO FILHOS
- BOA MESA EM CASA
- NÃO ENCONTRA TEMPO PARA AUXILIAR OS FILHOS NA PROCURA DO CRISTO
- EFETUOU 106 VIAGENS DE REPOUSO E DISTRAÇÃO
- GRANDE INTOLERÂNCIA PARA COM OS VIZINHOS
- REFRATÁRIO A QUALQUER MUDANÇA DE HÁBITOS PARA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AOS OUTROS
- NUNCA PERCEBE SE OFENDE AO PRÓXIMO, ATRAVÉS DE SUA CONDUTA, MAS REVELA EXTREMA SUSCETIBILIDADE ANTE A CONDUTA ALHEIA
- RELACIONA-SE TÃO SOMENTE COM AMIGOS DO MESMO NÍVEL
- SOFRE O HORROR ÀS COMPLICAÇÕES DA VIDA SOCIAL, EMBORA DESTAQUE INCESSANTEMENTE O IMPERATIVO DA FRATERNIDADE ENTRE OS HOMENS
- SABE DEFENDER-SE COM ESMERO EM QUALQUER PROBLEMA DIFÍCIL
- ALÉM DOS RECURSOS NATURAIS QUE LHE RENDERAM RESPEITÁVEL POSIÇÃO E EXPRESSIVO RECONFORTO DOMÉSTICO, SOB O CONSTANTE AMPARO DE JESUS, ATRAVÉS DE MÚLTIPLOS MENSAGEIROS, CONSERVA BENS IMÓVEIS NO VALOR DE CR$ 600.000,00 E GUARDA EM CONTA DE LUCRO PARTICULAR A IMPORTÂNCIA DE CR$ 302.000,00.
- PARA JESUS, QUE O PROCUROU NA PESSOA DE MENDIGOS, DE NECESSITADOS E DOENTES, DEU DURANTE TODA A VIDA 90 CENTAVOS
- PARA COOPERAR NO APOSTOLADO DO CRISTO, JÁ OFERECEU 12 CRUZEIROS EM OBRAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

- DÉBITO...
QUANDO IA LER O ITEM REFERENTE ÀS PRÓPRIAS DÍVIDAS, FORTEMENTE IMPRESSIONADO, JOÃO ACORDOU.
ERA MANHÃNZINHA...
À NOITE, BEM HUMORADO, REUNIU-SE AOS COMPANHEIROS, RELATANDO-LHES A OCORRÊNCIA. ESTAVA TRANSFORMADO, DIZIA. O SONHO MODIFICARA-LHE O MODO DE PENSAR. CONSAGRAR-SE-IA DORAVANTE AO TRABALHO MAIS VIVO, NO MOVIMENTO ESPÍRITA:
PRETENDIA RENOVAR-SE POR DENTRO, REUNIRIA AGORA PALAVRA E AÇÃO.
PARA ISSO, ACHAVA-SE DISPOSTO A COLABORAR SUBSTANCIALMENTE NA CONSTRUÇÃO DE UM LAR, DESTINADO À RECUPERAÇÃO DE CRIANÇAS DESABRIGADAS QUE, DESDE MUITO, DESEJAVA SOCORRER. A EXPERIÊNCIA DAQUELA NOITE INESQUECÍVEL ERA, DECERTO, UM AVISO PRECIOSO. E, SORRIDENTE, DESPEDIU-SE DOS IRMÃOS DE IDEAL, SOLICITANDO-LHES NOVO REENCONTRO PARA O DIA SEGUINTE. ESPERAVA ASSENTAR AS BASES DA OBRA QUE SE PROPUNHA LEVAR A EFEITO. CONTUDO, NA NOITE IMEDIATA, QUANDO OS AMIGOS LHE BATERAM À PORTA, VITIMADO POR UM ACIDENTE DAS CORONÁRIAS, JOÃO MATEUS ESTAVA MORTO.

 Mensagem de Sai Baba

"Comecem o dia com Amor. Encham o dia com Amor. Passem o dia com Amor. Terminem o dia com Amor."

"Ponham teto em seus desejos. Cultivar o contentamento (a melhor terapia contra a ansiedade) purifica o coração."(B.S.B)

"Quando alguém insultar, difamar e ignorar você, aceite-o com um sorriso."

"Não vitrinize suas práticas espirituais na praça do mercado como fazem alguns tolos. Não anseie por aprovação e admiração partidas do público."

"Se você critica a fé dos demais, sua devoção é falsa. Se você fosse sincero apreciaria a sinceridade dos outros. Você vê erros nos outros porque você mesmo os tem."

"O primeiro sinal de vida espiritual é o desapego."

"Nosso falar deve ser ameno, gentil, amoroso e sempre a serviço do bem, do amor e da verdade."

"Utilize o mundo como uma área de treinamento para o sacrifício, serviços de expansão do coração e purificação das emoções. Este é o seu único valor."

(Sai Baba)

Uma História Verdadeira.  

Tess era uma garotinha precoce de 8 anos, quando ouviu seu Papai e sua Mamãe conversando sobre seu irmãozinho, Andrew. Tudo que ela sabia era que ele estava doente e que eles estavam completamente sem dinheiro. Eles se mudariam para um apartamento num subúrbio no próximo mês, porque o Papai não tinha recursos para pagar as contas do médico e o aluguel do apartamento.

Somente uma intervenção cirúrgica muito cara poderia salvá-lo agora, e parecia que não havia ninguém que pudesse emprestar-lhes o dinheiro. Ela ouviu seu pai dizer à sua mãe chorosa, com um sussurro desesperado, "Somente um milagre poderá salvá-lo agora."

Tess foi ao seu quarto e puxou o vidro de gelatina de seu esconderijo no armário.

Despejou todo o dinheiro que tinha no chão e contou-o cuidadosamente. Três vezes. O total tinha que estar exato. Não havia margem de erro. Colocando as moedas de volta no vidro com cuidado e fechando a tampa, ela saiu devagarzinho pela porta do fundo e andou 5 quarteirões até a Farmácia Rexall, com seu símbolo de Chefe de Pele Vermelha sobre a porta. Ela esperou pacientemente que o farmacêutico a visse e desse atenção, mas ele estava muito ocupado no momento. Tess esfregou os pés no chão para fazer barulho. Nada! Ela limpou a garganta com o som mais terrível que ela pôde fazer. Nem assim! Finalmente ela pegou um níquel do vidro e bateu no vidro da porta. Finalmente!

"E o que você quer?" Perguntou o farmacêutico com voz aborrecida..

"Estou conversando com meu irmão que chegou de Chicago e que não vejo há séculos", disse ele sem esperar resposta pela sua pergunta.

"Bem, eu quero lhe falar sobre meu irmão", Tess respondeu no mesmo tom aborrecido.

"Ele está realmente doente... e eu quero comprar um milagre."

"Como?", balbuciou o farmacêutico atônito. "Ele chama Andrew e está com alguma coisa muito ruim crescendo dentro de sua cabeça e Papai diz que só um milagre poderá salvá-lo. Então, quanto custa um milagre?"

"Não vendemos milagres aqui, garotinha. Desculpe, mas não posso ajudá-la", respondeu o farmacêutico, com um tom mais suave. "Escute, eu tenho o dinheiro para pagar. Se não for suficiente, conseguirei o resto. Por favor, diga-me quanto custa." O irmão do farmacêutico era um homem bem vestido. Ele deu um passo à frente e perguntou à garota. "Que tipo de milagre seu irmão precisa?

"Não sei", respondeu Tess, levantando os olhos para ele. "Só sei que ele está muito mal e Mamãe diz que ele precisa ser operado. Mas Papai não pode pagar, então quero usar meu dinheiro."

"Quanto você tem", perguntou o homem de Chicago.

"Um dólar e 11 centavos", Tess respondeu quase num sussurro. "E é tudo que tenho, mas posso conseguir mais se for preciso." "Puxa, que coincidência", sorriu o homem.

"Um dólar e 11 centavos - exatamente o preço de um milagre para irmãozinhos." Ele pegou o dinheiro com uma mão e dando a outra mão à menina, disse" Leve-me até aonde você mora. Quero ver seu irmão e conhecer seus pais. Quero ver se tenho o tipo de milagre que você precisa."

Esse senhor bem vestido era o Dr. Carlton Armstrong, um cirurgião, especializado em neurocirurgia. A operação foi feita com sucesso e sem custo algum, e meses depois Andrew estava em casa novamente, recuperado. Mamãe e Papai comentavam alegremente sobre a seqüência de acontecimentos ocorridos. "A cirurgia", murmurou Mamãe, "foi um milagre real. Gostaria de saber quanto deve ter custado?" Tess sorriu.

Ela sabia exatamente quanto custa um milagre... Um dólar e onze centavos... Mais a fé de uma garotinha.

- Um milagre não é a suspensão de uma lei natural, mas sim o resultado de uma lei maior... 

MENSAGEM INFANTIL


Foi em fevereiro de 1975 que três irmãos: Marcos, com 12 anos, João Batista, 11 anos e Sheila com 7 anos desencarnaram, em acidente na Via Anhanguera.
Pai e mãe mergulharam numa noite de tristeza. Três filhos mortos na mesma hora. Uma casa vazia.
A Sra. Elite, a mãe, mergulhou em uma fonte de lágrimas, enquanto o pai, Roberto, se fechou em si mesmo, trabalhando mais do nunca para esquecer a dor, a imensa dor da perda e da saudade.
Então, um dia, numa dessas abençoadas sessões com o médium Francisco Cândido Xavier, eles receberam a seguinte mensagem, que reproduzimos em parte, a fim de que possa consolar outros tantos corações de pais e mães que viram seus filhos partirem antes, adentrando a aduana da morte.
"Querida mamãe, a senhora pede notícias e rogou tanto, mas tanto, em suas orações, que me vejo aqui para trazer a esperança ao seu coração e fortalecer em meu pai a confiança na vida.
Por dentro de mim, estou como quem traz o pensamento tropeçando na vontade de chorar. É preciso ser forte e ser um homem para receber um compromisso desses.
Rogo a vocês para não se deixarem dominar pelo sofrimento, embora este conselho deva ser ditado para mim mesmo.
Estamos assim como num telefone direto, em que o fio do lápis vai formando as minhas palavras, sem que eu possa receber as palavras de meus pais queridos, ao mesmo tempo.
Sei tudo o que tem acontecido. Nós entendemos daqui as suas aflições.
Três filhos esmagados quase ao chegarem em casa. E a nossa separação de repente.
Desde que acordei aqui, ouço os seus gritos do coração: suas palavras que não são faladas, suas preces de aflição no silêncio e suas lágrimas que aí na terra ninguém vê.
Mas peço à senhora, em nome da nossa Sheilinha, do João Batista e em meu nome, para viver e viver com fé em nosso reencontro.
Mamãe, se não fosse a falta que a gente experimenta de casa, se não fosse a voz da senhora e do papai por dentro de mim, eu diria que tudo está bem.
Temos repouso, mas o repouso é atravessado pelas recordações que se fazem tão vivas como se fossem relâmpagos coloridos e parados em nossas lembranças.
Não chore mais com desânimo e aflição.
A senhora, sempre carinhosa e sempre imensamente boa para nós, não choraria mais com tanta angústia se visse a nossa querida Sheila cair de aflição, querendo ir ao seu encontro sem poder.
Nós estamos todos unidos sem que eu saiba como é isso. Mamãe, não fique parando o olhar em nossas lembranças.
As lágrimas são forças de Deus em nossa vida. Por isso, nenhum de nós está livre de chorar, mas as nossas lágrimas devem ser orações. Orações de gratidão e amor, paz e fé.
Mamãe, queremos a paz, a paz de todos. Ajudem, a senhora e o papai, a termos paz.
Não se queixem. Vamos cultivar a saudade na igreja do amor ao próximo.
Abençoe os filhos que somos nós aqui, sem você, mas contando sempre com a senhora para ficar mais fortes.
Deus nos auxiliará. Em nome dos irmãos e em meu nome, deixo a vocês, em casa, o nosso beijo de respeito e de amor. Marcos"

***
A saudade é um rio de águas profundas, cujas nascentes procedem do coração.
Por isso mesmo, espíritos no corpo físico ou fora dele a sentimos e a sofremos.

Equipe de Redação do Momento Espírita, a partir da obra "Crianças no Além", psicografada por Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Marcos.

MENSAGEM DE MARIA MODESTO CRAVO

Meus irmãos, companheiros de Espiritismo, Deus abençoe nossos corações e nossas tarefas.
O movimento espírita é a representação do esforço do Plano Maior para a unificação do nosso povo ante os ideais inspirados pelo Alto. No entanto, percebemos que, nesse esforço de unificar o pensamento em torno de Allan Kardec, muitos irmãos nossos traduzem união por fusão de idéias.
É preciso compreender que Allan Kardec não deixou regras para se fazerem Espiritismo, reuniões mediúnicas ou se realizarem passes. O mestre Hippolyte Léon, dentro de suas observações lúcidas, estabeleceu as bases, os pilares irremovíveis: Deus, imortalidade da alma, reencarnação, mediunidade.
Na prática, houve orientações, com um respeito pela diversidade de cada povo, pela forma de cada centro, sem que as pessoas tenham de se fundir diante de uma cartilha.
O Espiritismo é liberdade, responsabilidade e trabalho incessante, com a compreensão das diferenças.
A união deve ser a base da unificação, sem nenhuma pretensão de superioridade para com aqueles que escolhem um caminho diferente dos nossos. Espiritismo é inclusão, sem nenhuma atitude excludente por parte dos que se julgam no caminho unificado.
É preciso, antes de tudo, cativar as pessoas, tornar-nos e torná-las amigos, a fim de, mais tarde, ganharmos um irmão ou um parceiro nos ideais.
Não há movimentos oficiais ou movimentos paralelos. O que existe é o grande movimento de fraternidade do qual todos fazem parte, conservando cada um a sua liberdade de interpretação e atitudes e a pluralidade que tem como base a fidelidade ao pensamento de Allan Kardec.
Em momento algum Kardec estabeleceu o conceito de pureza doutrinária. Ele falou e escreveu a respeito da fidelidade doutrinária.
O estabelecimento de uma pretensa "pureza" já determina a exclusão daqueles que pensam e interpretam a verdade de forma diferente. A exclusão já está implícita nesse conceito, já que são os homens que determinam o que é "puro" ou não.
É preciso compreender: nós, os seguidores do pensamento espírita, devemos primar pela união do pensamento em torno da doutrina, e não em torno da interpretação doutrinária. União não é fusão.
Podemos ser e estar unidos sem que estabeleçamos regras de conduta para o outro seguir. 

Podemos ser e estar unidos sem que estabeleçamos regras de conduta para o outro seguir. Também não precisamos excluir aqueles que não pensam como nós. O projeto do Alto é conseguir a unificação, e não a padronização.
Unir sem perder as características.

Unir conservando o direito de pensar diferente.
Unir sem perder a individualidade.
Unir, respeitando a pluralidade.

Unir sem nos transformarmos em máquinas humanas.
A união pressupõe respeito ao outro, sem que ele, o indivíduo ou o centro, seja marginalizado.
O pensamento de oficializar o conceito de "pureza" é o mesmo que no passado gerou o regime de Hitler, as fogueiras da Inquisição ou as diversas perseguições ao longo da história.
Essa forma de pensar foi a responsável pelo estabelecimento do Index Proibitorium - ou a relação de livros "proibidos" pela Igreja porque o seu conteúdo não respeitava as "normas" preestabelecidas por aqueles que se consideravam puros.
O trabalho de unificar é algo que transcende a forma; a interpretação é aprofundada até as entranhas da alma do centro espírita e do indivíduo.
Unificar é algo mais interior do que interpretativo, sem as proibições e sem os preconceitos tão característicos dos movimentos humanos.
É preciso urgentemente compreender a forma de o Codificador pensar, a fim de que não extrapolemos em nossas observações e exigências. Observamos que Allan Kardec muitas vezes discordava de seus opositores no campo das idéias, respeitando e amando profundamente a pessoa.
Por outro lado, vemos com lamento que em nosso movimento, quando alguém expõe algum pensamento diferente, inovador ou que vá de encontro com o que dizemos ser a verdade, a pessoa é excluída e o combate se faz, não às idéias, mas ao indivíduo, que passa a sofrer a perseguição como se ele fosse um inimigo público da pretensa "pureza doutrinária", simplesmente porque resolveu pensar por si próprio, de forma diferente.
Precisamos rever urgentemente a nossa forma de agir e de comportar em relação àqueles que não comungam com os mesmos ideais.
Aprendamos com Jesus, com Allan Kardec, a respeitar as diferenças, a pluralidade de pensamento e o direito de se pensar e agir por si mesmo, fora das regras estabelecidas pela ignorância e prepotência humana.

         Psicografia de Robson Pinheiro, 23.07.09.

ILUMINAÇÃO DE CONSCIÊNCIAS


Natanael Ben Elias, o paralítico de Cafarnaum, acabara de ser completamente curado por Jesus, voltando a andar. 

Todos estavam em festa, exceto o Mestre, que meditava seriamente. 

Simão, buscando romper o silêncio de Jesus, então pergunta: 

Por que dizes que não Te compreendemos, Rabi? Estamos todos tão felizes! 

Simão, neste momento, enquanto consideras o Reino de Deus pelo que viste, Natanael, com alegria infantil, comenta o acontecimento entre amigos embriagados e mulheres infelizes. 

Outros que recobraram o ânimo ou recuperaram a voz, entre exclamações de contentamento, precipitam-se nos despenhadeiros da insensatez, acarretando novos desequilíbrios, desta vez, irreversíveis. 

Não creias que a Boa Nova traga alegrias superficiais, dessas que o desencanto e o sofrimento facilmente apagam. 

O Filho do Homem, por isso mesmo, não é um remendão irresponsável, que sobre tecidos velhos e gastos costura pedaços novos, danificando mais a parte rasgada com um dilaceramento maior. 

A mensagem do Reino, mais do que uma promessa para o futuro, é uma realidade para o presente.

Penetra o íntimo e dignifica, desvelando os painéis da vida em deslumbrantes cores... 

Eu sei, porém, que Me não podeis entender, tu e eles, por enquanto. E assim será por algum tempo. 

Mais tarde, quando a dor produzir amadurecimento maior nos Espíritos, Eu enviarei alguém em Meu nome para dar prosseguimento ao serviço de iluminação de consciências. 

As sepulturas quebrarão o silêncio que guardam e vozes, em toda parte, clamarão, lecionando esperanças sob os auspícios de mil consolações. 

Séculos se passaram depois destes dizeres preciosos. 

A dor amadureceu muitos corações desnorteados, e novamente a Humanidade suplicou a Jesus pela cura de suas mazelas. 

Os sepulcros foram rompidos. O silêncio dos aparentemente mortos foi quebrado, e os descobrimos vivos, imortais e reluzentes. 

Sim, as estrelas caíram dos céus. Estrelas de primeira grandeza espiritual se uniram em uma constelação admirável, e voltaram seu feixe de luz poderoso para aTerra. 

Os Espíritos falaram, ensinaram, provaram que a vida futura prometida por Jesus é real. 

A iluminação de consciências, proposta por Jesus, ganhou uma dimensão nova e maior. 

A mensagem do Cristo se faz novamente presente como uma proposta para o presente, para a renovação imediata, urgente. 

Na grande transição que o planeta atravessa, são eles, os Missionários do Mestre, que semeiam a verdade em todos os povos. 

O amor volta a tomar seu lugar de evidência, nas propostas elevadas que são apresentadas aqui e acolá. 

Atiramos as roupas velhas no tempo, e vestimos a roupagem do ESPIRITISMO, entendendo que a vida do Espírito, esta sim, é a verdadeira. 

O Consolador - o Espiritismo - já está entre nós... Escutemo-Lo!
  

Pelo Espírito Amélia Rodrigues - Do livro: Primícias do Reino, Médium: Divaldo Franco. 

 O ALCOOLISMO

 Sem nos determos no exame dos fatores sócio-psicológicos causais do alcoolismo generalizado, de duas ordens são as engrenagens que o desencadeiam, - observado o problema do ponto de vista espiritual.

Antigos viciados e dependentes do álcool, em desencarnando não se liberam do hábito, antes sofrendo-lhe mais rude imposição.

Prosseguindo a vida, embora a ausência do corpo, os vícios continuam vigorosos, jungindo os que a eles se aferraram a uma necessidade enlouquecedora. Atônitos e sedentos, alcoólatras desencarnados se vinculam às mentes irresponsáveis, de que se utilizam para dar larga à continuação do falso prazer, empurrando-os, a pouco e pouco, do aperitivo tido como inocente ao lamentável estado de embriaguez.

Os que lhes caem nas malhas, tornam-se, por isso mesmo, verdadeiros recipientes por meio dos quais absorvem os vapores deletérios, caindo, também, em total desequilíbrio, até quando a morte advém à vítima, ou as Soberanas Leis os recambiam à matéria, que padecerá das dolorosas injunções constritoras que lhe impõe o corpo perispiritual...

Normalmente, quando reencarnados, os antigos viciados recomeçam a atividade mórbida, servindo, a seu turno, de instrumento do gozo infeliz, para os que se demoram na Erraticidade inferior...
Outras vezes, os adversários espirituais, na execução de uma programática de desforço pelo ódio, induzem os seus antigos desafetos à iniciação alcoólica, mediante pequenas doses, com as quais no transcurso do tempo os conduzem à obsessão, desorganizando-lhes a aparelhagem físio-psíquica e dominando-os totalmente.

No estado de alcoolismo faz-se muito difícil a recomposição do paciente, dele exigindo um esforço muito grande para a recuperação da sanidade.

Não se afastando a causa espiritual, torna-se menos provável a libertação, desde que, cessados os efeitos de quaisquer terapêuticas acadêmicas, a influência psíquica se manifesta, insidiosa, repetindo-se a lamentável façanha destruidora...

A obsessão, através do alcoolismo, é mais generalizada do que parece.

Num contexto social permissivo, o vício da ingestão de alcoólicos torna-se expressão de status, atestando a decadência de um período histórico que passa lento e doído.

Pelos idos de 1851, porque enxameassem os problemas derivados da alcoolofilia, Magno Huss realizou, por vez primeira, um estudo acurado da questão, promovendo um levantamento dos danos causados no indivíduo e alertando as autoridades para as conseqüências que produz na sociedade.
Os que tombam na urdidura alcoólica, justificam-lhe o estranho prazer, que de início lhes aguça a inteligência, faculta-lhes sensações agradáveis, liberando-os dos traumas e receios, sem se darem conta de que tal estado é fruto das excitações produzidas no aparelho circulatório, respiratório com elevação da temperatura para, logo mais produzir o nublar da lucidez, a alucinação, o desaparecimento do equilíbrio normal dos movimentos...

Inevitavelmente, o viciado sofre uma congestão cerebral intensa ou experimenta os dolorosos estados convulsivos, que se tornam perfeitos delírios epilépticos, dando margem a distúrbios outros: digestivos, circulatórios, nervosos que podem produzir lesões irreversíveis, graves.
A dependência e continuidade do vício conduz ao delirium tremens, resultante da cronicidade do alcoolismo, gerando psicoses, alucinações várias que culminam no suicídio, no homicídio, na loucura irrecuperável.

Mesmo em tal caso, a constrição obsessiva segue o seu curso lamentável, já que, não obstante destrambelhadas as aparelhagens do corpo, o espírito encarnado continua a ser dominado pelos seus algozes impenitentes em justas de difícil narração...

Além dos danos sociais que o alcoolismo produz, engendrando a perturbação da ordem, a queda da natalidade, a incidência de crimes vários, a decadência econômica e moral, é enfermidade espiritual que o vero Cristianismo erradicará da Terra, quando a moral evangélica legítima substituir a débil moral social, conveniente e torpe.

Ao Espiritismo cumpre o dever de realizar a psicoterapia valiosa junto a tais enfermos e, principalmente, a medida preventiva pelos ensinos corretos de como viver-se em atitude consentânea com as diretrizes da Vida Maior.

Pelo Espírito Victor Hugo - Do livro: Calvário de Libertação, Médium: Divaldo Franco.

 

PARÁBOLAS E SÍMBOLOS

Pergunta-se, frequentemente, por qual razão falava Jesus por parábolas.

A interrogação pode ser respondida após breve e cuidadosa reflexão.

Desejando que a Sua mensagem ultrapassasse o tempo em que era enunciada e o lugar em que se fazia ouvida, não poderia ficar encerrada nas formulações verbais vigentes, pela pobreza da própria linguagem.

Se assim fora, à medida que o tempo avançasse, ficaria superada em razão da maneira como fora formulada.

Utilizando-se, porém, da parábola, do conhecimento dos símbolos, deu-lhe caráter de permanência em todas as épocas.

A Semiótica ou disciplina que estuda os símbolos, demonstra a facilidade que os mesmos representam para o entendimento de tudo quanto é transcendental ou subjetivo, tornando-o de fácil identificação. Talvez o símbolo seja o recurso mais recurso de comunicação entre os seres humanos.

Especialistas em paleontologia encontraram-nos gravados em cascas de ovos há mais de sessenta mil anos, o que confirma a sua perenidade.

Todo símbolo reveste-se de um significado, não somente num como em todos os lugares, em qualquer idioma ou dialeto, facilitando o entendimento da sua representação.

Demais, uma narrativa amena, em forma de parábola, facilmente é entendida, ao mesmo tempo, memorizada, e quando é narrada, embora se alterem as palavras, o símbolo nela incluído ressalta e preserva-lhe o significado.

Convivendo com mentes pouco esclarecidas culturalmente, numa época de obscurantismo e de graves superstições, deveria superar os limites de então e coroar as futuras conquistas do conhecimento intelectual.

Concomitantemente, o seu objetivo era o de insculpir o pensamento no imo das emoções, e as parábolas, por centrarem o seu significado nos símbolos, jamais seriam olvidadas ou adulteradas.

Caberia à psicologia do futuro penetrar nos arcanos do inconsciente humano, no qual se arquivam todos os acontecimentos e se transformam em símbolos, que se fazem decompostos à medida que são liberados em catarse espontânea...

Uma figueira brava e uma rede de pescar, uma pérola e uma semente de mostarda em qualquer idioma e em todas as épocas preservam a sua realidade, facilitando o entendimento da narrativa na qual comparecem.

Desejando apresentar o reino dos Céus de forma inconfundível como deveria ser, totalmente desconhecido então, explicitado num símbolo adquiria fácil compreensão dos ouvintes e mais acessível assimilação emocional.

A moderna psicologia analítica, assim como a psicanálise penetram nos símbolos para interpretar os arquétipos, as heranças ancestrais, os mitos e contos de fadas, que se encontram arquivados nos recessos profundos do inconsciente humano.

Recorrem aos sonhos e às associações, para desvelar as imagens sombreadas e guardadas em símbolo que, interpretados, facultam trabalhar-se os conflitos, a fim de dilui-los.

Jesus foi e permanece sendo o mais qualificado psicoterapeuta da Humanidade, antecipando as doutrinas psicológicas, a fim de iluminá-las quando surgissem.

Todos os seres humanos têm no seu jornadear conflitos semelhantes aos do filho pródigo, que foge do lar, atraído pela ilusão do prazer e, tombando na realidade angustiante que desconhecia, retorna à segurança do pai generoso...

Como expressar em profundidade excepcional a lição do bom samaritano, propondo o amor ao inimigo em forma de caridade compassiva, senão conforme o fez Jesus?

A reflexão em torno das virgens loucas, insensatas e das prudentes, que se preservaram, teoriza, de forma segura, o significado da fidelidade ao dever de maneira muito especial. 

O pastor que vai em busca da ovelha extraviada, assim como a mulher que procura a dracma perdida, são especiais e inesquecíveis ensinamentos sobre a valorização e a dedicação pessoal. 
As extraordinárias imagens simbólicas de que Ele se utilizou para ser compreendido e dizer da Sua grandeza sem autoencômios nem relevações desnecessárias, refletem-Lhe a sabedoria:

- Eu sou a luz do mundo...

- Eu sou a porta das ovelhas...

- Eu sou o caminho, a verdade e a vida...

- Eu sou o pão da vida...

- Eu sou a videira...

-Aquele que beber da água que eu lhe der...

Nas admoestações, os Seus célebres ais ainda convidam à meditação:

- Ai de vós os ricos!...

-Ai de ti Corazim! Ai de ti Betsaida!...

-Ai do homem pelo qual vem o escândalo...

-Ai de vós escribas e fariseus...

-Ai de vós, porque sois semelhantes aos túmulos...

Não menos enriquecedores são os postulados de amor e de promessa de plenitude em favor daqueles que Lhe forem fiéis:

- O que fizerdes a um destes em meu nome...

- Eu vos apresentarei a Meu Pai...

-Eu vos mando como ovelhas mansas...

-Eu os aliviarei...

As canções de exaltação penetram, ainda hoje, a acústica de todas as almas, que Lhe ouvem os enunciados incomparáveis:

- Um homem tinha dois devedores...

- Ide convidar os estropiados, os excluídos, os infelizes...

- O Reino dos Céus é semelhante a um homem que...

-Eu estarei convosco para sempre...

As suaves parábolas de Jesus são o coroamento melódico da sinfonia das bem-aventuranças que a Humanidade jamais olvidará.

Todos os seres humanos estão incluídos no sermão do monte, quando o amor se transforma na fonte inexaurível da trajetória evolutiva dos Espíritos.

Por fim, Ele exclamou:
 

- O Reino dos Céus está dentro de vós... 

Exultai!

Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica de 6 de novembro de 2012, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Do site: http://www.caminhosluz.com.br/pesquisa.asp?s=parabola&tp=tit&x=-1075&y=-106

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