Estaremos disponibilizando algumas perguntas e respostas de O Livro dos Espíritos.

Questão 938 – O Livro dos Espíritos (Reunião Pública de 19-10-59) 



À medida que avances montanha acima, nas trilhas da evolução,

é possível que muitos de teus amigos se transformem,
porque não possam ver o que vês.

É qual se o vinho capitoso surgisse transfigurado em resíduo de fel,
ou como se o brilhante longamente acariciado
se metamorfoseasse em pedra falsa.


Consagras-te agora à luz.
Dormitam muitos na sombra.
Escolhes hoje servir.

Demoram-se muitos reclamando o serviço alheio.
Buscas presentemente a verdade.

Afeiçoam-se muitos a mascara da ilusão.

Desapegas-te de prazeres inferiores e posses materiais.
Algemam-se muitos à egolatria.

Estranhando-te a nova atitude, quase sempre
te classificam os anseios de elevação com adjetivos injuriosos.

Porque não mais te acomodas nas trevas,
há entre eles quem te chame orgulhoso.

Porque conservas a humildade na luz da abnegação,
há entre eles quem te chame covarde.

Porque não mais te relaciones com a mentira,
há entre eles quem te chame fanático.

Porque esqueces a ti mesmo no culto do amparo a outrem,
há entre eles quem te chame idiota.

Entretanto, ama-os, mesmo assim, sem exigir que te amem,
cultivando o trabalho que a vida te confiou.


O serviço sustentado nas tuas mãos falará,
sem palavras,
de teus bons propósitos a criaturas diferentes que,
tangidas pelo divino amor, chegarão de outros campos em teu auxílio.

Para isso, porém, é indispensável não entres
no labirinto das lamentações vinagrosas.

Censurar é ferir, e queixar-se é perder tempo.

Renuncia, pois, à satisfação da convivência com aqueles que,
embora continuem amados em teu coração,
não mais te comunguem as esperanças.


Se te esquecerem perdoa.
Se te desprezarem perdoa mais uma vez.
Se te insultarem perdoa novamente.
Se te atacarem, perdoa sempre.

Seja qual for a maneira pela qual te apareçam,

nos dias da incompreensão, ajuda-os quanto puderes.
O silêncio em serviço é uma prece que fala.
Deus que concede à semente o refúgio da terra
e a bênção da chuva para que germine,
em louvor do pão, dar-te-á também outras almas,
com as quais te associes para a glória do bem.


Religião dos Espíritos. Francisco Cândido Xavier/Emmanuel 

Frequentemente muitas pessoas apresentam diversas dúvidas acerca do livre-arbítrio e do determinismo. Analisemos como a Doutrina Espírita se posiciona. 

“A cada um será dado segundo as suas obras." JESUS (Mateus, cap. 16, vers. 27)

O LIVRO DOS ESPÍRITOS, ALLAN KARDEC

115. Dentre os Espíritos, alguns foram criados bons e outros maus?
Resposta: "Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento. Deu a cada um uma missão com o objetivo de esclarecê-los e de fazê-los chegar, progressivamente, à perfeição pelo conhecimento da verdade e para aproximá-los de Si. A felicidade eterna e pura é para os que alcançam essa perfeição. Os Espíritos adquirem esses conhecimentos ao passar pelas provas que a Lei Divina lhes impõe. Uns aceitam essas provas com submissão e chegam mais depressa ao objetivo que lhes é destinado. Outros somente as suportam com lamentação e por causa dessa falta permanecem mais tempo afastados da perfeição e da felicidade prometida."

843. O homem tem sempre o livre-arbítrio?
Resposta. "Uma vez que tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem o livre-arbítrio o homem seria como uma máquina."

845. Não constituem obstáculos, ao exercício do livre-arbítrio, as predisposições instintivas que o homem já traz consigo ao nascer?
Resposta. “As predisposições instintivas são as do Espírito antes de encarnar. Conforme seja este mais ou menos adiantado, elas podem arrastá-las à prática de atos repreensíveis, no que será secundado pelos Espíritos que simpatizam com essas disposições. Não há, porém, arrastamento irresistível, uma vez que se tenha a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder.” 

859. Com todos os acidentes, que nos sobrevêm no curso da vida, se dá o mesmo que com a morte, que não pode ser evitada, quando tem que ocorrer?
Resposta. “São, de ordinário, coisas muito insignificantes, de modo que vos podeis prevenir deles e fazer que os eviteis algumas vezes, dirigindo o vosso pensamento, pois nos desagradam os sofrimentos materiais. Isso, porém, nenhuma importância tem na vida que escolhestes. A fatalidade, verdadeiramente, só existe quanto ao momento em que deveis aparecer e desaparecer deste mundo.”


a) - Haverá fatos que forçosamente devam dar-se e que os Espíritos não possam conjurar, embora o queiram?
“Há, mas que tu viste e pressentiste quando, no estado de Espírito, fizeste a tua escolha. Não creias, entretanto, que tudo o que sucede esteja escrito, como costumam dizer. Um acontecimento qualquer pode ser a consequência de um ato que praticaste por tua livre vontade, de tal maneira que, se não o houvesses praticado, o acontecimento não seria dado. Imagina que queimas o dedo. Isso nada mais é senão resultado da tua imprudência e efeito da matéria. Só as grandes dores, os fatos importantes e capazes de influir no moral, Deus os prevê, porque são úteis à tua depuração e à tua instrução.”

861. Ao escolher a sua existência, o Espírito daquele que comete um assassínio sabia que viria a ser assassino?
Resposta. “Não. Escolhendo uma vida de lutas, sabe que terá ensejo de matar um de seus semelhantes, mas não sabe se o fará, visto que ao crime precederá quase sempre, de sua parte, a deliberação de praticá-lo. Ora, aquele que delibera sobre uma coisa é sempre livre de fazê-la, ou não. Se soubesse previamente que, como homem, teria que cometer um crime, o Espírito estaria a isso predestinado. Ficai, porém, sabendo que a ninguém há predestinado ao crime e que todo crime, como qualquer outro ato, resulta sempre da vontade e do livre-arbítrio.

“ Demais, sempre confundis duas coisas muito distintas: os sucessos materiais e os atos da vida moral. A fatalidade, que por algumas vezes há, só existe com relação àqueles sucessos materiais, cuja causa reside fora de vós e que independem da vossa vontade. Quanto aos da vida moral esses emanam sempre do próprio homem que, por conseguinte, tem sempre a liberdade de escolher. No tocante, pois, a esses atos, nunca há fatalidade. ”
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