“- Desceras às lutas terrestres com o objetivo de concentrar as nossas energias no país do Cruzeiro, dirigindo- as para o alvo sagrado dos nossos esforços. Arregimentarás todos os elementos dispersos, com as dedicações do teu espírito, a fim de que possamos criar o nosso núcleo de atividades espirituais, dentro dos elevados propósitos de reforma e regeneração. Não precisamos encarecer aos teus olhos a delicadeza dessa missão; mas, com a plena observância do código de Jesus e com a nossa assistência espiritual, pulverizarás todos os obstáculos, à força de perseverança e de humildade, consolidando os primórdios de nossa obra, que é a de Jesus, no seio da pátria do seu Evangelho. Se a luta vai ser grande, considera que não será menor a compensação do Senhor, que é o caminho, a verdade e a vida”. 

(Do livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, pelo Espírito de Humberto de Campos, Psicografia de Francisco Cândido Xavier – Trechos do capítulo 22 “Bezerra de Menezes” – página 175). 

 BEZERRA DE MENEZES – AUXÍLIO A ADELAIDE Obreiros da Vida Eterna, pág. 19.

- Adelaide é uma médium perseverante, responsável pelo amparo a crianças órfãs.

- A médium caridosa recebe auxílio de Dr. Bezerra de Menezes que colabora no seu processo desencarnatório.

- Na véspera do desencarne de Adelaide o Dr. Bezerra de Menezes diz a ela:

- “Morrer é muito mais fácil que nascer”.

- Ajude você mesma, libertando a mente dos elos que a imantam a pessoas, aos acontecimentos, as coisas e as situações da vida.

- Não se detenha Adelaide.

- Quando for chamada, não olhe para trás.

- Finalmente, Adelaide afastou-se (desencanou) do corpo grosseiro sem obstáculo algum.


A Transição do Planeta Terra


Autor: Bezerra de Menezes (espírito)

A população terrestre alcança a passos largos o expressivo número de sete bilhões de seres reencarnados simultaneamente, disputando a oportunidade da evolução...

Embora as grandes aquisições do conhecimento tecnológico e dos avanços da ciência na sua multiplicidade de áreas, nestes dias conturbados os valores transcendentes não têm recebido a necessária consideração dos estudiosos que se dedicam à análise e à promoção dos recursos humanos, vivendo mais preocupados com as técnicas do que com o comportamento moral, que é de suma importância. Por isso, a herança que se transfere para as gerações novas que ora habitam o planeta diz mais respeito à ganância, ao prazer dos sentidos físicos, à conquista de espaço de qualquer maneira, dando lugar à violência e à desordem...

Têm ocupado lugar o materialismo e o utilitarismo, contexto em que muitos comprazem-se distantes da solidariedade, da compaixão e dos espírito fraternal, ante a dificuldade da real vivência do amor, conforme ensinado e vivido por Jesus.

Os indivíduos parecem anestesiados em relação aos tesouros da alma, com as exceções compreensíveis.

Felizmente, o fim do mundo de que falam as profecias refere-se àquele de natureza moral, com a ocorrência natural de sucessos trágicos que arrebatarão comunidades, facultando a renovação, que a ausência do amor não consegue lograr como seria de desejar...

Esses fenômenos não se encontram programados para tal ou qual período, num fatalismo aterrador como muitos que ignoram a extensão do amor de Nosso Pai divulgam,mas para um largo período de transformações, adaptações, acontecimentos favoráveis à vigência da ordem e da solidariedade entre todos os seres.

É compreensível, portanto, que a ocorrência mais grave esteja, de certo modo, a depender do livre-arbítrio das próprias criaturas humanas, cuja conduta poderá apressar ou retardar a sua constituição, suavizando-a ou agravando-a...

Se as mentes, ao invés do egoísmo, da insensatez e da perversidade, emitissem ondas de bondade e de compaixão, de amor e de misericórdia, certamente o panorama na Terra seria outro.

Compreendendo-se a transitoriedade da experiência física, no futuro a psicosfera do planeta será muito diferente porque as emissões do pensamento alterarão as faixas vibratórias atuais que contribuirão para a harmonia de todos e para o aproveitamento do tempo disponível.

O amor de Nosso Pai e a ternura de Jesus para com o Seu rebanho diminuirão a gravidade dos acontecimentos, mediante também a compaixão e a misericórdia, embora a severidade da lei do progresso.

Todos nos encontramos, desencarnados e encarnados, comprometidos com o programa da transição planetária para melhor. Por essa razão, todos devemos empenhar-nos no trabalho de transformação moral interior, envolvendo-nos em luz, de modo que nenhuma treva possa causar-nos transtorno ou levar-nos a dificultar a marcha da evolução.

Certamente, os espíritos fixados nas paixões degradantes sintonizarão com ondas vibratórias próprias a mundos inferiores, para eles transferindo-se por sintonia, onde se tornarão trabalhadores positivos pelos recursos que já possuem em relação a essas regiões atrasadas nas quais aprenderão as lições da humildade e do bem proceder. Tudo se encadeia nas leis divinas, nunca faltando recursos superiores para o desenvolvimento moral do espírito.

Nesse imenso processo de transformação molecular até a conquista da angelitude, há vários meios propiciatórios para o crescimento intelecto-moral, sem as graves injunções desagradáveis. Todos esses meios, entretanto, têm como base o amor e o trabalho.

Assim, a divulgação do Espiritismo é de fundamental importância por demonstrar a todos a imortalidade, a justiça divina, a mediunidade, os mecanismos de valorização da experiência na reencarnação e o imenso significado de cada momento existencial. Desse modo, convidemos a todos o aprendizado pelo amor, à reflexão e ao labor da caridade fraternal com que se enriquecerão, preparando-se para a libertação inevitável pela desencarnação, quando ocorrer.

Louvar e agradecer ao Senhor do Universo pela glória da vida que nos é concedida e suplicar-Lhe auxílio para sermos fiéis aos postulados do pensamento de Jesus, nosso Mestre e Guia, constituem deveres nossos em todos os momentos.

Entretanto, todos os trabalhadores do bem devem atentar para o fato de que experimentarão o aguilhão da dificuldade, sofrerão o apodo e a incompreensão desenfreada que têm sido preservados pela invigilância dos que nada contribuem.

Todos serão chamados ao sacrifício, de alguma forma, a fim de demonstrarem a excelência dos conteúdos evangélicos, considerando-se, por um lado, as injunções pessoais que exigem reparação e, por outro, a fidelidade que pede confirmação pelo exemplo.

Que se não estranhem as dificuldades que se apresentam inesperadamente, causando, não poucas vezes, surpresa e angústia. Por isso, o refúgio da ração apresenta-se o lugar seguro para reabastecer as forças e seguir com alegria.

As entidades que se comprazem na volúpia da vampirização das energias dos encarnados distraídos e insensatos, voltam-se contra os emissários de Jesus onde se encontrem, gerando conflitos em sua volta e agredindo-os com ferocidade. O trabalhador do Mestre, por sua vez, deve voltar-se para a alegria do serviço, agradecendo aos Céus a oportunidade autoiluminativa, sem que nisso ocorra qualquer expressão de masoquismo. Aliás, constitui-nos uma honra qualquer sofrimento por amor ao ideal da verdade, à construção do mundo novo.

Que o discernimento superior possa assinalar-nos a todos, e que os mais valiosos recursos que se possuam sejam colocados à disposição do Senhor da Vinha que segue à frente.”

Dr. Bezerra de Menezes (espírito) em “Amanhecer de uma nova era”, de Manoel Philomeno de Miranda (espírito), psicografia de Divaldo Franco.

 Perdoai

Façamos uma reflexão em torno dos objetivos essenciais da nossa existência na Terra, perguntando de maneira profunda e significativa: Que queres que eu faça, Senhor?

Quando Ele apareceu às portas de Damasco ao inimigo, a Sua pergunta foi caracterizada pela ternura: Saulo, Saulo, por que me persegues?

Quantas vezes estaremos repetindo essa mesma pergunta porque a dor agasalhou-se em nosso coração, porque o sofrimento tomou conta do país da nossa alma.

Saulo, no entanto, teve a sabedoria de contrainterrogar ao Senhor.

Era o servo que encontrava seu amo, o escravo que encontrava o seu Senhor.

Que queres que eu faça?

Ele respondeu:  Vai a Damasco e ali te dirão o que deves fazer.

Damasco, filhos da alma, é a província da nossa consciência.

Sigamos em direção da nossa consciência e descubramos o que nos é lícito fazer, diante dos desafios que se encontram à nossa frente.

Jesus veio para que tivéssemos vida e vida em abundância. 

...E nos ofereceu em holocausto a Sua vida.

Não temais aquele que permanece no mal. 

Não vos pode fazer mal algum, se não aceitardes o desafio do seu atrevimento.

Com Jesus aprendei a permanecer no bem.

A dor que a todos nos assalta é nada mais do que um acidente de percurso, induzindo-nos ao amadurecimento espiritual.

Sem qualquer masoquismo, bendizei a dor libertadora que demonstra a fragilidade do corpo no qual estais e a debilidade das forças morais que a todos nos caracteriza.

Somos da Divina Luz gerados.

Permitamos que o Deus interno expanda-se e consiga vencer todas as trevas.

Ide e amai!

Parti daqui com a alma referta de esperança e perdoai! Mesmo àquele que parece não ser credor do perdão, perdoai, porque vos fará bem.

A Justiça Divina, a seu modo e termo, realizará a retificação do infrator.

Mas a vós, a nós, cabe perdoar sempre e incessantemente.

Os Espíritos-espíritas que aqui se encontram em nome da brasilidade espiritual, enternecidos, distribuem energias saudáveis por sobre todos vós  que nos ouvistes, onde quer que estejais e que acompanhais este momento de clausura de mais uma etapa que oferece iluminação para as consciências saírem daqui modificadas pelo Espírito do Cristo, vós que tendes a honra e a glória de conhecer Jesus.

E, quando alguma noite vos parecer excessivamente tempestuosa, buscai a Estrela de primeira grandeza que é Jesus e segui o Seu rumo, para que, no término, Ele passe a viver em vós.

Muita paz, filhos da alma!

São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre, 

Bezerra. (Psicofonia de Divaldo Pereira Franco, no encerramento da 60ª Semana Espírita de Vitória da Conquista, Bahia, em 08 de setembro de 2013).

Dr. Bezerra de Menezes

Nascia em 29 de agosto de 1831.
Conhecido à época como médico dos pobres. Podendo ascender às esferas superiores, preferiu continuar junto aos irmãos da Terra. 
Deus ajuda as criaturas através das próprias criaturas...

"Um dia, perguntei ao Dr. Bezerra de Menezes, qual foi a sua maior felicidade quando chegou ao plano espiritual. 
Ele respondeu-me: 

- A minha maior felicidade, meu filho, foi quando Celina, a mensageira de Maria Santíssima, se aproximou do leito em que eu ainda estava dormindo, e, tocando-me, falou, suavemente: 

- Bezerra, acorde, Bezerra! 

Abri os olhos e vi-a, bela e radiosa.

- Minha filha, é você, Celina?! 

- Sim, sou eu, meu amigo. A Mãe de Jesus pediu-me que lhe dissesse que você já se encontra na Vida Maior, havendo atravessado a porta da imortalidade. Agora, Bezerra, desperte feliz.

Chegaram os meus familiares, os companheiros queridos das hostes espíritas que me vinham saudar. 

Mas, eu ouvia um murmúrio, que me parecia vir de fora. 

Então, Celina, me disse: 

- Venha ver, Bezerra. 

Ajudando-me a erguer-me do leito, amparou-me até uma sacada, e eu vi, meu filho, uma multidão que me acenava, com ternura e lágrimas nos olhos. 

- Quem são, Celina? - perguntei-lhe ? - não conheço a ninguém. Quem são? 

São aqueles a quem você consolou, sem nunca perguntar-lhes o nome. São aqueles Espíritos atormentados, que chegaram às sessões mediúnicas e a sua palavra caiu sobre eles como um bálsamo numa ferida em chaga viva; são os esquecidos da Terra, os destroçados do mundo, a quem você estimulou e guiou. 
São eles, que o vêm saudar no pórtico da eternidade... 

E concluiu: A felicidade sem limites existe, meu filho, como decorrência do bem que fazemos, das lágrimas que enxugamos, das palavras que semeamos no caminho, para atapetar a senda que um dia percorreremos. "

Livro - O semeador de estrelas - Suely Caldas Schubert 

Labor Transcendental

...É necessário que exerçamos a mediunidade com Jesus.

Que a figura incomparável do doce Rabi penetre-nos, e que logremos insculpi-La no ádito do nosso coração.

Fomos chamados para um labor de natureza transcendental, a nossa é uma tarefa de abnegação e de sacrifício.

Médium sem as cicatrizes do sofrimento ainda não se encontra em condições de servir em plenitude Àquele que é o exemplo máximo da doação.

Convidados ao banquete da Era Nova, na vinha do Senhor, trabalhemos as vestes espirituais que são os nossos hábitos para que, em chegando o dono do banquete, nos possa colocar no lugar que nos está destinado.

Companheiros de jornada, filhos do coração, honrados com a faculdade mediúnica para o serviço do bem, estendei os vossos tesouros íntimos oferecendo-os aos transeuntes da vida.

Não podeis imaginar o benefício do socorro espiritual em uma reunião mediúnica, quando alguém crucificado nas traves do sofrimento do além-túmulo por decênios, em se utilizando da vossa aparelhagem consegue receber o lenitivo da palavra que ilumina e que liberta da ignorância, a energia que lhe atenua a dor; a página de esperança que se lhe acena na direção do futuro.

Entregai-vos ao labor da caridade na condição de trabalhadores que somos da última hora.

Jesus espera que nos desincumbamos das tarefas que nos foram confiadas e, dentre muitas, a da mediunidade dignificada pela conduta coerente com os postulados espíritas que têm primazia. 

Filhas e filhos do coração, não vos esqueçais que Jesus nos fez um pedido e que ainda não O atendemos: Amai-vos uns aos outros para que todos saibam que sois meus discípulos.

Foi um pedido do Mestre, busquemos atendê-Lo de tal forma que o amor flua de nós como uma cascata de bênçãos e a aridez do terreno dos corações se fertilize e se transforme o deserto em jardim; o pântano das paixões em pomar...

O Senhor espera-nos com ternura, compaixão e misericórdia.

Façamos, dentro das nossas possibilidades, o melhor ao nosso alcance.

Os Espíritos-espíritas que aqui mourejam, por meu intermédio, pedem que nos unamos na construção de um mundo melhor.

E rogamos, por fim, ao Senhor da Vinha que nos abençoe e nos dê a Sua paz.

Que essa paz, filhos e filhas da alma e do coração, permeie-nos hoje e sempre.

São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra.

Mensagem psicofônica obtida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento da Conferência,
no Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, 
em 22 de agosto de 2013.
Fonte: http://jeronimomendonca.net/2013/09/07/labor-transcendental/ 

ESCOLA BENDITA

...somos uma grande família com responsabilidades definidas e compromissos graves, solicitando-nos entendimento e dedicação. Obra de sacrifício pessoal e devotamento incessante que não podemos esquecer.

...as tarefas programadas para a quadra presente do estágio humano são estas de fato – as tarefas da Humanidade em que naturalmente vos distinguireis pelo espírito de consagração à Causa do Bem.

...amparemo-nos uns nos outros.

...sejamos a escora daquele que fraqueja e o consolo de quantos se encontrem às portas do desalento, porque, em verdade, cada um de nós tem os seus dias de testes maiores, à frente da aflição, com a necessidade premente de apoio, perante aqueles que nos partilhem a experiência.

...cada um de nós está vinculado a situações determinadas quanto a dar e receber.

E para que venhamos a receber é preciso dar e dar sempre, com o bem aos outros, para que o bem nos escolte em nosso combate bendito objetivando evitar a vitória do mal, com a vitória do bem que partirá invariavelmente de nós mesmos. (Pelo Espírito Bezerra de Menezes - Do livro: Bezerra, Chico e Você, Médium: Francisco Cândido Xavier).

 BEZERRA DE MENEZES – MÚLTIPLAS APARIÇÕES – Ação e Reação, página 11.

- No templo da colônia espiritual Mansão Paz, numa área a externa, André Luiz observa desencarnados e encarnados (em desdobramentos) fazendo suas orações aos seus santos preferidos.

- Entre estas entidades se encontrava um senhora que rogava auxílio ao Dr. Bezerra de Menezes para seu filho que estava com ideias suicidas.

- Nas suas súplicas, ela mentalizava a figura de Dr. Bezerra e plasma sua imagem viva.

- O assistente Silas aproveitou a oportunidade e explicou a André Luiz que Dr. Bezerra depois do seu desencarne formou uma extensa equipe de colaboradores que lhe servem a causa da caridade.

- Centenas de espíritos estudiosos e benevolentes obedecem-lhes diretrizes na causa do bem trabalhando em nome de Jesus.

- Deste modo, é fácil compreender o Dr. Bezerra de Menezes agindo em tantos lugares ao mesmo tempo.

- Quando Dr. Bezerra é evocado carinhosamente em tantas instituições e lares espíritas, ajuda a todos eles, pessoalmente ou por intermédio das entidades que o representam com extrema fidelidade.

O Estudo da Doutrina

Filhos, o estudo da Doutrina faz adeptos conscientes para a Causa.

Quem se aprofunda no conhecimento da Verdade solidifica a Fé.

Estudai em grupo, permutando impressões sobre os pontos doutrinários em análise, auxiliando os companheiros inexperientes a pensar com o Codificador, no entanto, quanto vos permitam as possibilidades de tempo, efetuai as vossas incursões solitárias nas obras que vos acrescentem luz ao espírito.

Não vos contenteis com apenas ler: estudai e meditai, não olvidando que a Verdade não é propriedade exclusiva de ninguém.

Fácil manifestar a Fé diante daqueles que vos observam os movimentos: difícil é o testemunho da Fé perante o altar da própria consciência, quando as provas da Vida vos conclamam à anônima exemplificação.

O estudo da Doutrina, aliado às atividades do Bem – estudo sistemático e atividades perseverantes -, robustece a crença, tornando-a inexpugnável aos ataques do cepticismo, que engendra o desalento.

Quem assimila o conhecimento não se contenta com o que lhe ensina a teoria: lança-se à aplicação do que já sabe, buscando entesourar o que somente a prática é capaz de transmitir.

Filhos, não vos afasteis dos livros da Codificação e das obras que vos merecem credibilidade. Acautelai-vos contra aqueles que, sutilmente, possam vos arredar da lógica e do bom-senso doutrinários. Livros existem sob o rótulo de espíritas, que tão-somente nasceram das mentes superexcitadas de seus autores, veiculando teorias contraditórias e absorvendo o tempo dos leitores que as escolheram sem indicação séria.

Apartai o joio do trigo...

Os que estudam a Doutrina com interesse, procurando vivenciá-la, desenvolvem a capacidade de intuir, penetrando o espírito da letra e alcançando níveis superiores no que tange à interpretação da Verdade.

Estudai e bebereis diretamente na fonte a água que vos saciará a sede! 

(Fonte: A Coragem da Fé – Bezerra de Menezes Psicografado por Carlos A. Baccelli).

Novas Conquistas Aproximam a Ciência da Religião

Meus filhos! Que Jesus nos abençoe!

Pergunta-se, ante a grandeza dos postulados exarados no Evangelho de Jesus, se é possível vivê-los na atualidade, mantendo a pulcritude dos seus conteúdos.

Esclarece-se que os desafios contemporâneos são muitos graves, e os comportamentos humanos variaram desde aquela época até este momento. 

Apresenta-se a grande problemática do sofrimento coletivo nos transtornos pandêmicos, que sacodem o planeta por meio das criaturas a se debaterem em aflições inenarráveis.

Demonstra-se que a ironia e a perversão dos valores ético-morais, com a eleição do erotismo ao posto mais representativo das aspirações imediatas, constituem impedimento à vivência das palavras sublimes de Jesus.

Cada época, no entanto, caracteriza-se pelas suas próprias dificuldades e celebriza-se pelas conquistas incomparáveis de natureza intelecto-moral

Não seja de surpreender que a Ciência, através de homens notáveis e mulheres extraordinárias, vem realizando a sua parte missionária, oferecendo ao ser humano melhores condições de vida, longevidade, conforto para alguns e perspectivas de melhores dias para todos.

Do ponto de vista filosófico, recordamo-nos que no século XVII grandes filósofos e cientistas, desejando ampliar os horizontes do conhecimento e libertar a Ciência das garras totalitárias das religiões ortodoxas, optaram pela restauração do atomismo grego, abrindo o grande abismo entre Ciência e Religião.

Nos séculos que sucederam àquele período, a Ciência pôde, enfim, penetrar nos laboratórios, entender a psique humana, interpretar vários enigmas do Universo nas macro e micropartículas, desenhando extraordinários contributos para o progresso e para a sociedade.

Graças ao Espiritismo, na sua feição de ciência experimental, foi possível lançar a primeira ponte sobre o abismo, demonstrando que o resultado máximo da investigação científica é o encontro com a verdade relativa pela linguagem dos fatos e, ao constatar-se a imortalidade da alma, ao confirmar-se a reencarnação nos laboratórios da mediunidade, foi inevitável a aceitação de Deus como causa do Universo.

E, aberto este novo paradigma, a evolução da física quântica chega, na atualidade, a detectar o bóson como assinatura de Deus, enquanto a decodificação do genoma humano propõe a fórmula para se descobrir como Deus gerou a vida. 

E, a cada dia, novas conquistas aproximam a Ciência da Religião. Porém, a Religião baseada nos fatos, com uma filosofia otimista e uma psicoterapia libertadora da ignorância, essa geratriz dos males que afligem a criatura humana. 

Vivemos o momento histórico da grande transição, quando se abraçarão a Ciência e a Religião, conduzindo as mentes humanas a Deus e, por consequência, ao amor, ampliando os horizontes da solidariedade para que todas as vidas constituam o ideal proposto por Jesus: o rebanho único e o seu Pastor.

Vivemos um momento decisivo para se demonstrar que é possível, sim, viver o Evangelho conforme os apóstolos de Jesus exemplificaram.

Certamente, mudaram as circunstâncias, e as exigências do progresso são diferentes, mas os testemunhos que comovem e edificam, que fazem a verdadeira divulgação do Bem, prosseguem assinalando as vidas fiéis ao incomparável Rabi Galileu.

Fostes convidados a contribuir neste momento glorioso com o conhecimento que liberta e o amor que edifica.

Não seja de estranhar que, muitas vezes, sentireis na alma o aguilhão do testemunho, disfarçado com aspectos diferenciados, mas convidando-vos à confirmação de que sois discípulos do Rabi Galileu que ainda não encontrou no mundo a aceitação que merece.

O Espiritismo, meus filhos, é o próprio pensamento de Jesus retornando ao mundo, que o abandonou, com o fim de poder construir a Era Regeneradora para todas as criaturas.

Sede fiéis! Sem qualquer proposta masoquista, pagai o tributo pela honra e a glória de conhecer Jesus. O holocausto hoje é silencioso, discreto e passa despercebido da multidão galhofeira, dos espetáculos circenses e dos quinze minutos tradicionais dos holofotes da ilusão.

Assinalados pela mansidão do Cordeiro de Deus, avançai, espargindo luz e felizes pela oportunidade autorredentora, pela conquista da autoconsciência e pela alegria da certeza imortalista.

Nestes dias, estabelecestes programas para a vivência do Evangelho dentro dos novos paradigmas da sociedade, não esquecendo nunca que o amor – do qual se origina o perdão, nasce a compaixão e estua a caridade – é a vossa condecoração, para que a imolação no Bem seja o momento culminante das vossas vidas entregues a Jesus.

Os espíritos-espíritas, que comungam convosco e aqui estivemos, congratulam-se, todos congratulamo-nos com os ideais que abraçais e com os propósitos firmados de servir, sempre e mais, diminuindo-nos para que o Mestre cresça em vossas, em nossas, na vida de todos. 

Muita paz, meus filhos! São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra.

Bezerra de Menezes

Infância e juventude

Descendente de antiga família de fazendeiros de criação, ligada à política e ao militarismo na Província do Ceará, era filho de Antônio Bezerra de Menezes (tenente-coronel da Guarda Nacional) e de Fabiana de Jesus Maria Bezerra.[1]

Em 1838, aos sete anos de idade, ingressou na escola pública da Vila do Frade (adjacente ao Riacho do Sangue, atual Jaguaretama) onde, em dez meses, aprendeu os princípios da educação elementar.[2]

Em 1842, como consequência de perseguições políticas e dificuldades financeiras, a sua família mudou-se para a antiga vila de Maioridade (serra do Martins), no Rio Grande do Norte, onde o jovem, então com onze anos de idade, foi matriculado na aula pública de latim. Em dois anos já substituía o professor em classe, em seus impedimentos.[3]

Em 1846, a família retornou à Província do Ceará, fixando residência na capital, Fortaleza. O jovem foi matriculado no Liceu do Ceará, onde concluiu os estudos preparatórios.

A carreira na Medicina

Em 1851, ano de falecimento de seu pai, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, naquele mesmo ano, iniciou os estudos de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

No ano seguinte (1852), em novembro, ingressou como praticante interno ("residente") no hospital da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.[4] Para prover os seus estudos, dava aulas particulares de filosofia e matemática.

Obteve o doutoramento (graduação) em 1856, com a defesa da tese: "Diagnóstico do cancro".[1][5][6] Nesse ano, o Governo Imperial decretou a reforma do Corpo de Saúde do Exército Brasileiro, e nomeou para chefiá-lo, como Cirurgião-mor, o Dr. Manuel Feliciano Pereira Carvalho, antigo professor de Bezerra de Menezes, que convidou Bezerra para trabalhar como seu assistente.[7]

A 27 de abril de 1857 candidatou-se ao quadro de membros titulares da Academia Imperial de Medicina com a memória "Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento".[7] O acadêmico José Pereira Rego leu o parecer na sessão de 11 de maio, tendo a eleição transcorrido na de 18 de maio e a posse na de 1 de junho do mesmo ano.[8]

Em 1858 candidatou-se a uma vaga de lente substituto da Secção de Cirurgia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.[9] Nesse ano saiu a sua nomeação oficial como assistente do Corpo de Saúde do Exército, no posto de Cirurgião-tenente[10] e, a 6 de Novembro, desposou Maria Cândida de Lacerda, que viria a falecer de mal súbito em 24 de Março de 1863, deixando-lhe dois filhos, um de três e outro de um ano de idade.

No período de 1859 a 1861 exerceu a função de redator dos Anais Brasilienses de Medicina, periódico da Academia Imperial de Medicina.[7]

Em 1865 desposou, em segundas núpcias, Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã por parte de mãe de sua primeira esposa, e que cuidava de seus filhos até então, com quem teve mais sete filhos.

Trajetória política

Nesse período a Câmara Municipal do Município Neutro tinha como presidente Roberto Jorge Haddock Lobo, do Partido Conservador. Ao mesmo tempo, Bezerra de Menezes já se notabilizara pela atuação profissional e pelo trabalho voltado à população carente. Desse modo, em 1860, em uma reunião política, alguns amigos levantaram a candidatura de Bezerra de Menezes, pelo Partido Liberal, como representante da paróquia de São Cristóvão, onde então residia, à Câmara. Ciente da indicação, Bezerra recusou-a inicialmente, mas, por insistência, acabou se comprometendo apenas em não fazer uma declaração pública de recusa dos votos que lhe fossem outorgados.

Abertas as urnas e apurados os votos, Bezerra fora eleito. Os seus adversários, liderados por Haddock Lobo, impugnaram a posse sob o argumento de que militares de Segunda Classe não podiam exercer o cargo de Vereador. Desse modo, para apoiar o Partido, que necessitava dele para obter a maioria na Câmara, decidiu requerer exoneração do Corpo de Saúde (26 de Março de 1861). Desfeito o impedimento, foi empossado no mesmo ano.[11][12]

Foi reeleito vereador da Câmara Municipal do Município Neutro para o período de 1864 a 1868.

Foi eleito deputado Provincial pelo Rio de Janeiro em 1866, apesar da oposição do então primeiro-ministro Zacarias de Góis e dos chefes liberais - senador Bernardo de Sousa Franco (visconde de Sousa Franco) e deputado Francisco Otaviano de Almeida Rosa. Empossado em 1867, a Câmara dos Deputados foi dissolvida no ano seguinte (1868), devido à ascensão do Partido Conservador.

Retornou à política como vereador no período de 1873 a 1885, ocupando várias vezes as funções de presidente interino da Câmara Municipal, efetivando-se em julho de 1878, cargo que corresponderia atualmente ao de Prefeito.


Foi eleito deputado geral pela Província do Rio de Janeiro no período de 1877 a 1885, ano em que encerrou a sua carreira política. Neste período acumulou o exercício da presidência da Câmara e do Poder Executivo Municipal. Em sua atuação como deputado, destacam-se algumas iniciativas pioneiras: buscou, através de projeto de lei, regulamentar o trabalho doméstico, visando conceder a essa categoria, inclusive, o aviso prévio de 30 dias; denunciou os perigos da poluição que já naquela época afetava a população do Rio de Janeiro, promovendo providências para combatê-la.[13] Foi membro, a partir de 1882, das Comissões de Obras Públicas, Redação e Orçamento.

Vida empresarial

Foi sócio fundador da Companhia Estrada de Ferro Macaé e Campos (1870).[11][14] Empenhou-se na construção da Estrada de Ferro Santo Antônio de Pádua, pretendendo estendê-la até ao rio Doce, projeto que não conseguiu concretizar (c. 1872).[15] Foi um dos diretores da Companhia Arquitetônica de Vila Isabel, fundada em Outubro de 1873 por João Batista Viana Drummond (depois barão de Drummond) para empreender a urbanização do bairro de Vila Isabel.[16] Em 1875, foi presidente da Companhia Ferro-Carril de São Cristóvão, período em que os trilhos da empresa alcançavam os bairros do Caju e da Tijuca.[17]

Militância intelectual

Durante a campanha abolicionista publicou o ensaio "A escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação" (1869), onde não só defende a liberdade aos escravos, mas também a inserção e adaptação dos mesmos na sociedade por meio da educação. Nesta obra, Bezerra se auto-intitula um liberal, e propõe que se imitasse os ingleses, que na época já haviam abolido a escravidão de seus domínios.[5]

Expôs os problemas de sua região natal em outro ensaio publicado, "Breves considerações sobre as secas do Norte" (1877). Alguns indicam que foi autor de biografias sobre o visconde do Uruguai e o visconde de Caravelas, personalidades ilustres do Império do Brasil. Foi redactor d'A Reforma, órgão liberal no Município Neutro, e, de 1869 a 1870, redator do jornal Sentinela da Liberdade.[18] Escreveu também outras obras, como "A Casa Assombrada", "A Loucura sob Novo Prisma", "A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica", "Casamento e Mortalha", "Pérola Negra", "Lázaro, o Leproso", "Os Carneiros de Panúrgio", "História de um Sonho" e "Evangelho do Futuro".[5][19]

Sabe-se que Bezerra de Menezes era fluente em pelo menos três línguas além do português: latim, espanhol e francês.[5]

Militância espírita

Conheceu a Doutrina Espírita quando do lançamento da tradução em língua portuguesa de O Livro dos Espíritos (sem data, em 1875), através de um exemplar que lhe foi oferecido com dedicatória pelo seu tradutor, o também médico Dr. Joaquim Carlos Travassos.[20] Sobre o contato com a obra, o próprio Bezerra registrou posteriormente:

"Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, Deus! Não hei de ir para o inferno por ler isto… Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!… Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no 'O Livro dos Espíritos'. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença."[21]

Contribuiu para a sua adesão o contato com as "curas extraordinárias" obtidas pelo médium João Gonçalves do Nascimento (1844-1916),[22] em 1882.

Com o lançamento do periódico Reformador, por Augusto Elias da Silva em 1883, passou a colaborar com a redação de artigos doutrinários.

Após estudar por alguns anos as obras de Allan Kardec, em 16 de agosto de 1886, aos cinquenta e cinco anos de idade, perante grande público (estimado, conforme os seus biógrafos, entre mil e quinhentas e duas mil pessoas) no salão de conferências da Guarda Velha, no Rio de Janeiro, em longa alocução, justificou a sua opção em abraçar o Espiritismo.[19][23][24] O evento chegou a ser referido em nota publicada pelo "O Paiz".

No ano seguinte, a pedido da Comissão de Propaganda do Centro da União Espírita do Brasil, inicia a publicação de uma série de artigos sobre a Doutrina em O Paiz,[25] periódico de maior circulação da época.[nb 1] Na seção intitulada "Spiritismo - Estudos Philosophicos", os artigos saíram regularmente aos domingos, no período de 23 de outubro de 1887 a dezembro de 1893, assinados sob o pseudônimo "Max".[nb 2][23]

Na década de 1880 o incipiente movimento espírita na capital (e no país) estava marcado pela dispersão de seus adeptos e das entidades em que se reuniam.[nb 3] Já havia também uma clara divisão entre dois "grupos" de espíritas: os que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso (maior grupo, o qual se incluía Bezerra) e os que não aceitavam o Espiritismo nesse aspecto.[23]

Em 1889, Bezerra foi percebido como o único capaz de superar as divisões, vindo a ser eleito presidente da Federação Espírita Brasileira. Nesse período, iniciou o estudo sistemático de "O Livro dos Espíritos" nas reuniões públicas das sextas-feiras, passando a redigir o Reformador; exerceu ainda a tarefa de doutrinador de espíritos obsessores. Organizou e presidiu um Congresso Espírita Nacional (Rio de Janeiro, 14 de abril), com a presença de 34 delegações de instituições de diversos estados.[nb 4] Assumiu a presidência do Centro da União Espírita do Brasil a 21 de abril e, a 22 de dezembro de 1890, oficiou ao então presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, em defesa dos direitos e da liberdade dos espíritas contra certos artigos do Código Penal Brasileiro de 1890.[nb 5]

De 1890 a 1891 foi vice-presidente da FEB na gestão de Francisco de Menezes Dias da Cruz, época em que traduziu o livro "Obras Póstumas" de Allan Kardec, publicado em 1892. Em fins de 1891, registravam-se importantes divergências internas entre os espíritas e fortes ataques exteriores ao movimento. Bezerra de Menezes afastou-se por algum tempo, continuando a frequentar as reuniões do Grupo Ismael e a redação dos artigos semanais em "O Paiz", que encerrou ao final de 1893.[26] Aprofundando-se as discórdias na instituição, foi convidado em 1895 a reassumir a presidência da FEB (eleito em 3 de Agosto desse ano), função que exerceu até à data de seu falecimento. Nesta gestão iniciou o estudo semanal de "O Evangelho segundo o Espiritismo", fundou a primeira livraria espírita no país e ocorreu a vinculação da instituição ao Grupo Ismael e à Assistência aos Necessitados.

Foi em meio a grandes dificuldades financeiras que um acidente vascular cerebral o acometeu, na manhã de 11 de abril de 1900.[19] Não faltaram aqueles, pobres e ricos, que socorreram a família, liderados pelo Senador Quintino Bocaiúva. No dia seguinte, na primeira página de "O Paiz", foi lhe dedicado um longo necrológio, chamando-o de "eminente brasileiro".[27] Recebeu ainda homenagem da Câmara Municipal do então Distrito Federal pela conduta e pelos serviços dignos.

Ao longo da vida acumulou inúmeros títulos de cidadania.

Legado

Bezerra de Menezes deu o nome a uma das embarcações a vapor da Estrada de Ferro Macaé e Campos que, fretado à Companhia Terrestre e Marítima do Rio de Janeiro, naufragou em Angra dos Reis a 29 de Janeiro de 1891.[28] Não houve vítimas fatais.

Com relação ao aspecto missionário da vida de Bezerra de Menezes, a obra Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, de Chico Xavier, atribuído ao espírito de Humberto de Campos, afirma:

"Descerás às lutas terrestres com o objetivo de concentrar as nossas energias no país do Cruzeiro, dirigindo-as para o alvo sagrado dos nossos esforços. Arregimentarás todos os elementos dispersos, com as dedicações do teu espírito, a fim de que possamos criar o nosso núcleo de atividades espirituais, dentro dos elevados propósitos de reforma e regeneração."[29]

Bezerra foi também homenageado em Anápolis, Goiás, em 1982, com o nome de uma escola de ensino fundamental - Escola de 1º Grau Bezerra de Menezes -, que atende a 200 alunos conveniados com a rede estadual de Goiás.[30] Em Fortaleza, capital do estado do Ceará, sua terra natal, há uma avenida com o seu nome, situada no então distrito que levava o nome de seu pai, Antônio Bezerra, atualmente desmembrado em vários bairros, sendo a mencionada avenida situada entre os bairros Parquelândia, São Gerardo e Otávio Bonfim.

Em São José do Rio Preto, SP, o maior Hospital Psiquiátrico, que atende a toda a região, também leva o nome de Bezerra de Menezes.

O "Kardec Brasileiro"

Pela atuação destacada no movimento espírita da capital brasileira no último quartel do século XIX, Bezerra de Menezes foi considerado um modelo para muitos adeptos da Doutrina. Destacam-lhe a índole caridosa, a perseverança, e a disposição amorosa para superar os desafios. Essas características, somadas à sua militância na divulgação e na reestruturação do movimento espírita no país, fizeram com que fosse considerado o "Kardec Brasileiro", numa homenagem devida ao papel de relevância que desempenhou. Muitos seguidores acreditam, ainda, que Bezerra de Menezes continua, em espírito, a orientar e influenciar o movimento espírita. É considerado patrono de centenas de instituições espíritas em todo o mundo.[31]

Filme

A vida de Bezerra de Menezes foi transposta para o cinema, na película Bezerra de Menezes - O Diário de Um Espírito, com direção de Glauber Santos Paiva Filho e Joel Pimentel. O elenco é integrado por Carlos Vereza no papel título, Caio Blat e Paulo Goulart Filho, e com a participação especial de Lúcio Mauro. A produção foi orçada aproximadamente em R$ 2,7 milhões, a cargo da Trio Filmes e Estação da Luz, com locações no Ceará, Pernambuco, Distrito Federal e Rio de Janeiro, tendo envolvido a mão-de-obra de uma equipe de cento e cinquenta pessoas. O lançamento do filme deu-se em 29 de agosto de 2008.[32][33]

Instituições de que foi membro

Artigos e obras publicadas

  • 1856 - "Diagnóstico do cancro"

  • 1857 - "Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento"

  • 1859 - "Curare". (Anais Bras. de Medicina v. 1859-1860 p.121-129)

  • 1869 - "A Escravidão no Brasil, e medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação"

  • 1877 - "Breves considerações sobre as secas do Norte"

- "Das operações reclamadas pelo estreitamento da uretra"

Biografia de Manuel Alves Branco, visconde de Caravelas

Biografia de Paulino José Soares de Sousa, visconde do Uruguai

  • 1892 - publicação da sua tradução de Obras Póstumas, de Allan Kardec

  • 1902 - "A Casa Assombrada" (romance originalmente publicado no Reformador e, postumamente, em livro, pela FEB)

  • 1907 - "Espiritismo (Estudos Filosóficos)" (coletânea dos artigos publicados em O Paiz no período de 1877 a 1894, publicada pela FEB em três volumes)

  • 1983 - "Os Carneiros de Panúrgio" (romance originalmente publicado no Reformador e, postumamente, em livro, pela FEESP)

  • 1946 - "A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica" ou "Uma carta de Bezerra de Menezes" (réplica a seu irmão que lhe exprobrava a conversão ao Espiritismo, publicada postumamente, em livro, pela FEB)

  • 1920 - "A Loucura sob novo prisma" (estudo etiológico sobre as perturbações mentais, publicado pela FEB)

  • "Casamento e mortalha" (romance, incompleto)

  • "Evangelho do Futuro"

  • "História de um Sonho"

  • "Lázaro, o Leproso"

  • "O Bandido"

  • "Os Mortos que Vivem"

  • "Pérola Negra"

  • "Segredos da Natura"

  • "Viagem através dos Séculos"

Principais obras e mensagens mediúnicas atribuídas a Bezerra de Menezes

Através de Divaldo Pereira Franco, comunicações nas seguintes obras

  • 1991 – "Compromissos Iluminativos" (coletânea de mensagens, ed. LEAL)

Através de Francisco Cândido Xavier, comunicações nas seguintes obras

  • 1973 - "Bezerra, Chico e Você" (coletânea de mensagens, ed. GEEM)

  • 1986 - "Apelos Cristãos" (coletânea de mensagens, ed. UEM)

  • "Nosso Livro"

  • "Cartas do Coração"

  • "Instruções Psicofônicas"

  • "O Espírito da Verdade"

  • "Relicário de Luz"

  • "Dicionário d'Alma"

  • "Antologia Mediúnica do Natal"

  • "Caminho Espírita"

  • "Luz no Lar"

Através de Francisco de Assis Periotto, comunicações nas seguintes obras

  • 2001 - "Fluidos de Luz: ensinamentos de Bezerra de Menezes" (Ed. Elevação)

  • 2002 - "Fluidos de Paz: ensinamentos de Bezerra de Menezes" (Ed. Elevação)

  • 2006 - "Conversando com seu Anjo da Guarda - ensinamentos de Bezerra de Menezes sobre a Agenda Espiritual " (Ed. Elevação)

Através de Maria Cecília Paiva, comunicações nas seguintes obras

  • "Garimpos do Além" (coletânea de mensagens, ed. Instituto Maria).

Através de Waldo Vieira, comunicações nas seguintes obra

  • "Entre Irmãos de Outras Terras"

  • "Seareiros de Volta"

Através de Yvonne do Amaral Pereira, comunicações nas seguintes obras

  • 1955 – "Nas Telas do Infinito" (1ª. Parte, romance, ed. FEB)

  • 1957 – "A Tragédia de Santa Maria" (romance, ed. FEB)

  • 1964 – "Dramas da Obsessão" (romance, ed. FEB)

  • 1968 – "Recordações da Mediunidade" (relatos e orientações, ed. FEB)

Notas

  1. Conforme o historiador espírita Silvino Canuto de Abreu. O cabeçalho do periódico, dirigido por Quintino Bocaiuva, afirmava textualmente: "O PAIZ é a folha de maior tiragem e de maior circulação na América do Sul".

  2. A série foi interrompida no Natal de 1893, ano de profunda convulsão na então Capital, devido à Revolta da Armada, momento em que foram encerradas todas as sociedades, espíritas ou não. De acordo com Canuto de Abreu, o conjunto desses artigos constitui-se no maior repertório da doutrina de Allan Kardec em língua portuguesa. A série não se iniciou com o material de Bezerra de Menezes, mas com dois artigos assinados por "Sedório", na Secção Livre do periódico: "A Doutrina Espírita", na edição de 9 de outubro e "Os Fatos Espiríticos", a de 16 de outubro. Em 1889 foi editada pelo Centro da União Espírita do Brasil uma série com 69 artigos publicados em "O Paiz". Posteriormente, a FEB publicou uma série com 316 artigos, de 1887 até 1893, em livro (três volumes), sob o título "Espiritismo: estudos philosophicos", publicados na cidade do Porto, em Portugal, em 1907. Mais recentemente, o jornalista e político espírita José de Freitas Nobre reuniu os artigos de Bezerra de Menezes na grande imprensa, publicando-os pela EDICEL em três volumes, de 1977 a 1985, com o título de "Estudos Filosóficos".

  3. Entre eles, destacavam-se na Corte, à época, a Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade (antiga Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade), o Grupo Espírita Fraternidade e o Centro da União Espírita do Brasil, além da própria Federação Espírita Brasileira.

  4. Embora com participação relativamente reduzida, o encontro teve o mérito de reconhecer o sistema federativo, por preservar a autonomia das instituições que o integram, como o mais adequado à estruturação do movimento espírita no país.

  5. O Código Penal de 1890 foi promulgado pelo Decreto nº 22.213, de 14 de dezembro do mesmo ano, mas só entrou em vigor seis meses após a sua publicação. Os seus artigos nºs. 157 e 158 proibiam expressamente "praticar o Espiritismo" e "inculcar curas de moléstias curáveis ou incuráveis", o que afetava diretamente as atividades das sociedades espíritas, cuja prática de receituário mediúnico homeopático era muito difundida à época.

Bibliografia

  • ABREU, Canuto. Bezerra de Menezes: subsídios para a História do Espiritismo no Brasil até o ano de 1895. São Paulo: FEESP, s.d.. 96p. ISBN 85-7366-086-4

  • ACQUARONE, Francisco. Bezerra de Menezes: o médico dos pobres (3a. ed.). São Paulo: Editora Aliança, 1979. 152p. ISBN 85-7008-001-8

  • CURY, Aziz. Legado de Bezerra de Menezes São Paulo: Elevação, 2008. ISBN 978-85-7513-091-9

  • GAMA, Ramiro. Lindos casos de Bezerra de Menezes (2a. ed.). Rio de Janeiro: Editora Espiritualista, 1964. 182p. il.

  • GODOY, Paulo Alves; LUCENA, Antônio. Personagens do Espiritismo (2ª ed.). São Paulo: Edições FEESP, 1990.

  • KLEIN FILHO, Luciano. Bezerra de Menezes, fatos e documentos. Niterói (RJ): Lachâtre, 2000. 224p. ISBN 85-7477-024-8

  • MENEZES, Bezerra de. Uma carta de Bezerra de Menezes (4a. ed.). Rio de Janeiro: FEB, 1984. 100p.

  • MENEZES, Bezerra de. A loucura sob novo prisma: estudo psíquico-fisiológico (2a. ed.). São Paulo: FEESP, 1982. 166p.

  • MENEZES, Adolfo Bezerra de. Os carneiros de Panúrgio: romance filosófico-político (4a. ed.). São Paulo: FEESP, 1988. 188p.

  • SANTOS, Dalmo Duque dos. Nova História do Espiritismo. Rio de Janeiro: Corifeu, 2007. ISBN 978-85-99287-70-5

  • SANTOS, Prezalindo Levy. Pantheon Fluminense, Esboços Biográficos. Rio de Janeiro: 1880.

  • SOARES, Sylvio Brito. Vida e Obra de Bezerra de Menezes. Rio de Janeiro: FEB, 1963. 152p. il.

  • SOUSA, Juvanir Borges de (coord.). Bezerra de Menezes, Ontem e Hoje. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2000. 236p. ISBN 85-7328-226-6

  • STUDART, Guilherme (barão). Dicionário Bio-Bibliográfico Cearense. Fortaleza: 1910.

  • VELHO SOBRINHO, J. F.. Dicionário Bio-Bibliográfico Brasileiro (v. II). Rio de Janeiro: 1940. p. 335-336.

  • WANTUIL, Zêus. Grandes Espíritas do Brasil. Rio de Janeiro: FEB, 1990.

  • XAVIER, Francisco Cândido. Bezerra, Chico e Você (4a. ed.). São Bernardo do Campo (SP): Grupo Espírita Emmanuel, 1976. 140p. il.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Detalhe de um retrato pintado a óleo de Bezerra de Menezes, por Augusto Rodrigues Duarte, ofertado como homenagem dos súditos portugueses residentes na Corte. 

 Bezerra de Menezes, por André Koehne.

Capa do livreto "A escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação", de 1869. A obra foi distribuída gratuitamente à população.[5]

Crie um site gratuito com o Yola