Confia Sempre

Não percas a tua fé entre as sombras do mundo. 

Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo. 

Crê e batalha. 

Esforça-te no bem e espera com paciência. 

Tudo passa e tudo se renova na Terra, mas o que vem do céu permanecerá. 

De todos os infelizes, os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmos, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo. 

Eleva, pois, o teu olhar e caminha. 

Luta e serve. 

Aprende e adianta-te. 

Brilha a alvorada além da noite. 

Hoje é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com aflição ou ameaçando-te com a morte... 

Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia 


Autor: Meimei - Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

    História

    O seu nome de batismo, quando em vida, era Irma Castro.

    Nascida em Mateus Leme a 22 de outubro de 1922, era filha de Adolfo Castro e sua esposa, Mariana Castro. Aos dois anos de idade a família transferiu-se para Itaúna. Aos cinco anos de idade ficou órfã de pai.

    É referida como uma criança bonita e inteligente, alegre e espontânea. Cursou o ensino fundamental, matriculando-se na Escola Normal de Itaúna. Primeira aluna da classe, no segundo ano do curso foi obrigada a abandonar os estudos por força de uma nefrite.

    Posteriormente, melhor de saúde, transferiu-se para Belo Horizonte em companhia de uma das irmãs, Alaíde, a fim de arranjar um emprego. Nesse período conheceu Arnaldo Rocha, com quem se casou aos 22 anos de idade. O matrimônio durava há apenas dois anos, quando voltou a adoecer. Permaneceu acamada por três meses, vindo a falecer a 1 de outubro de 1946, na capital mineira.

    Cerca de cinqüenta dias após a morte da esposa, Arnaldo Rocha, acompanhado de seu irmão Orlando, que era espírita, descia a Av. Santos Dumont, em Belo Horizonte, quando avistou o médium Francisco Cândido Xavier. O próprio Arnaldo narra o ocorrido:

    "Chico olhou-me e disse: 'Ora gente, é o nosso Arnaldo, está triste, magro, cheio de saudades da querida Meimei…' Afagando-me, com a ternura que lhe é própria,  foi-me dizendo: 'Deixe-me ver, meu filho, o retrato de nossa Meimei que você guarda na carteira.' E, dessa forma, após olhar a foto que lhe apresentara, Chico lhe disse: '- Nossa querida princesa Meimei quer muito lhe falar!' "

    Naquela mesma noite, em reunião realizada em casa de amigos espíritas, o espírito Meimei deixou a sua primeira mensagem psicografada. Com o passar dos anos, o médium mineiro foi revelando aos amigos mais chegados que Meimei era a mesma Blandina, citada por André Luiz na obra "Entre a Terra e o Céu" (capítulos 9 e 10), que morava na cidade espiritual "Nosso Lar"; referiu ainda que ela é a mesma Blandina, filha de Taciano e Helena, que Emmanuel descreve no romance "Ave Cristo", e que viveu no terceiro século depois de Jesus.

    Os seus textos encontram-se em diversas obras mediúnicas, como "Pai Nosso", "Amizade", "Palavras do Coração", "Cartilha do Bem", "Evangelho em Casa", "Deus Aguarda" e "Mãe".

    É homenageada por dezenas de casas espíritas em todo o país, que adotam o seu nome.

    Referências

               O nome "Meimei" é uma expressão chinesa com o significado de "a noiva bem amada". Era um apelido que em vida dela, o casal passou a usar, após a leitura de um conto chamado "Um Momento em Pequim", de autor estadunidense.

    Bibliografia

    • XAVIER, Francisco Cândido. Mandato de Amor. Belo Horizonte: União Espírita Mineira, 1992.

    Fonte: Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 

    O TESOURO DIFÍCIL

    Estudando uma bela e instrutiva lição da Benfeitora Espiritual, Meimei:

    “Certo homem interessado no aprimoramento próprio, rogou a Deus lhe permitisse a busca das qualidades nobres que os sábios nomeiam como sendo as que fazem jorrar fontes de luz nas profundezas da lama e, aprovado na solicitação, iniciou o seu longo itinerário no Espaço e no Tempo.”

    1 - NA CONQUISTA DA BENEFICÊNCIA
    “De começo, pediu a compreensão da beneficência, nasceu abastado, e, sem dificuldade, repartiu bens e valores diversos, transformando-se em benfeitor da comunidade.”

    Observemos, portanto, que a fortuna, ou seja, os bens materiais funcionam como instrumento para a conquista da bondade. O candidato venceu sem dificuldades.

    2 - NA CONQUISTA DO DISCERNIMENTO

     “Regressou à Vida Maior e solicitou a luz do discernimento; corporificou-se em família generosa que lhe facultou as melhores oportunidades de estudo e adquiriu, sem sacrifício, a faculdade de penetrar o sentido das pessoas e das situações.”

    O estudo é que faculta à criatura a conquista do discernimento. E, aquele homem, adquiriu, sem sacrifício, o dom de discernir.

    3 - NA CONQUISTA DA ARTE

    “Em seguida, almejou a aquisição de poderes artísticos e, sem maiores esforços, converteu-se em artista famoso.”

    Vejamos que na vida bastou um bocado de disciplina e trabalhos sérios para o homem tornar-se possuidor dos dons da arte.

    4 - NA CONQUISTA DA SIMPLICIDADE

    “Logo após, quis o dom da simplicidade; retornou a experiência humana, num lar modesto e aprendeu facilmente a manter-se em paz e alegria com o mínimo de recursos.”

    Assim, estamos vendo que na vida humilde de um operário é que se conquista o valoroso dom da simplicidade. Na riqueza, conquista-se a bondade e na pobreza conquista-se a simplicidade. É a sabedoria das leis de Deus. O homem como pobre venceu mais uma etapa.

    5 - NA CONQUISTA DA AUTORIDADE

    “Sem delongas, pediu o carisma da autoridade e renasceu numa casa que lhe amparou o ideal, auxiliando-o a se fazer respeitável e atencioso juiz.”

    Um lar edificado no sagrado dever de amparar o ideal sadio de um filho, auxilia-o na conquista superior para tornar-se uma autoridade idônea. O candidato venceu novamente.

    6 - NA CONQUISTA DA SUBLIME ORATÓRIA

    “Desejou depois explicar as leis da vida e retornou ao Plano Físico nas condições necessárias e, em curta faixa de tempo, transfigurou-se em nobre orador, elucidando a indagações do mundo sobre as realidades do espírito.”

    Para adquirir o dom de explicar as leis da vida e tornar-se um exímio orador reencarna em condições necessárias que lhe facultam a oportunidade do estudo sério. O aspirante saiu-se mais uma vez vitorioso.

    7 - NA CONQUISTA DA PACIÊNCIA

    “Mas, realizadas tantas aspirações, rogou a Deus o tesouro da paciência e, com a Permissão Divina, segundo afirmam dedicados Instrutores Espirituais até hoje, esse mesmo homem já voltou à Terra através de reencarnação e reencarnação, durante oitocentos anos, e, quanto ao tesouro da paciência, nada conseguiu.”
    ESCULTORES DE ALMAS, CEU – Francisco C. Xavier

    Meus caros amigos, como vemos, aquele homem desejoso em tornar-se um santo, em seis encarnações, mais ou menos uns seiscentos anos, adquiriu valiosos predicados: bondade, discernimento, arte, simplicidade, autoridade e oratória sublime.

    Mas, para coroar a sua a conquista em tornar-se um espírito altamente virtuoso faltou-lhe o tesouro da paciência e em idas e vindas, nas reencarnações, em oitocentos anos ainda não conseguiu tornar-se um homem paciente.

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    Chico Xavier, em 1976, na varanda do Grupo Espírita da Prece, após os trabalhos normais, recebe a visita de queridas irmãs da cidade do Prata, aqui do Triângulo Mineiro, lideradas pela Nilda e Ana Augusta, falam com o inestimável médium: 

    ─ Chico!... As coisas lá pelo nosso lado não andam bem não. Ninguém se entende, por isso viemos aqui conversar com você e te perguntar como é que a gente faz para conquistar a paciência?
    Chico Xavier, irradiando intensa paz e com um leve sorriso respondeu: ─ Uai!... Quando vocês descobrirem, vocês corram aqui e contem prá nós...
    A alegria era intensa entre todos ali presentes. O querido médium se retirou deixando no ambiente uma psicosfera de esperança e serenidade.

    Cezar Carneiro. Uberaba, 25 de fevereiro de 2014. 

    UMA CARTA MATERNA

    Meu filho, se procuras a bênção da felicidade, não te esqueças de que o Reino do Céu começa em nosso próprio coração e de que o primeiro lugar onde devemos trabalhar por ele é na própria casa onde vivemos.

    A alegria verdadeira nem sempre é daqueles que dominam, mas nunca se aparta das almas generosas que aprendem a espalhar o bem.

    Se queres que a tranqüilidade te acompanhe, busca ser útil.

    Por que foges de teu pai, quando, cansado e abatido, mostra uma fisionomia preocupada?

    Por que te afastas da mãezinha, quando observas o orvalho das lágrimas em seus olhos?

    Aproxima-te deles e faze-lhes sentir que tens um coração compreensivo e amoroso.

    Um fio d’água transforma o deserto em oásis. Um gesto de carinho opera milagres. Quanta gente espera construir o Reino de Deus, acendendo fogueiras de entusiasmo na praça pública e esquecendo no frio da indiferença aqueles que o Céu lhes confiou! ...

    Guarda a paz contigo, a fim de que a possas distribuir.

    Entre as paredes do lar, Deus situou a nossa primeira escola.

    Se não sabemos exercer a tolerância e a bondade com cinco ou dez pessoas, que esperam pelo nosso entendimento e pelo nosso auxílio, debalde ensinaremos o caminho do bem-estar para os outros.

    O primeiro degrau do Paraíso chama-se Gentileza. Aprende a ajudar para que outros te ajudem e, onde estiveres, serás sempre um valoroso operário na edificação do Reino Divino.

    Pelo Espírito Meimei - Do livro: Pai Nosso, Médium: Francisco Cândido Xavier. 

    GRUPO ESPÍRITA FRANCISCO DE ASSIS – GEFA

    Aos participantes do DIJ.

     

    “O NINHO”

    Pássaros felizes voltam ao ninho,

    Após lá fora voejarem,

    Sobre as necessidades mundanas,

    E o repouso observarem.

     

    O ninho, a casa familiar,

    Os recebe com alegria,

    Novas metas, realizações,

    Francisco os aguarda com carinho.

    As avezitas, nossas crianças,

    Terão aconchego, carinho, amor.

    Conhecerão a Jesus com “Guia” maior,

    Na alegria e na dor!

     

    Avante aves que no evangelho,

    Encontram-se a caminho da luz,

    Distribuam as joias sagradas,

    Dos ensinamentos do mestre Jesus! 

    Com carinho Meimei.


    Mensagem psicografada pela médium Sonia Gonçalves, em 24/02/2007.
     

    Breve relato da perseguição aos Cristãos primitivos e a Igreja

    A primeira perseguição contra a Igreja deu-se no ano 67 d.C, sob o domínio de Nero, o sexto imperador de Roma.

    A Segunda Perseguição sob Domiciano, em 81 d.C.

    A Terceira Perseguição sob Trajano, em 108 d.C.

    A Quarta Perseguição sob Marco Aurélio, em 162 d.C. (Blandina entre os mártires)

    Eis os principais desses mártires: um jovem chamado Vetio Agato; Blandina, uma dama cristã de débil constituição; Sancto, diácono em Vienna — a este aplicaram pratos de bronze em brasas sobre as partes mais sensíveis do corpo; Bíblias, uma frágil mulher que fora apóstata anteriormente; Attalo, de Pérgamo, e Potino, o conceituado bispo de Lyon, que tinha noventa anos. No dia em que Blandina e outros três campeões da fé foram levados ao anfiteatro, penduraram-na em um lenho a fim de expô-la como alimento às feras. Entretanto, com suas fervorosas orações, ela alentava os companheiros. Nenhuma das feras a tocou, e ela foi levada de volta à masmorra. Ao ser retirada de lá pela terceira e última vez, saiu acompanhada por Pontico, um adolescente de quinze anos. A consistência da fé deles enfureceu de tal maneira a multidão, que não foram respeitados nem o sexo dela nem a juventude dele; ambos foram objeto de todo tipo de castigos e torturas. Fortalecido por Blandina, o menino perseverou até a morte; ela, depois de suportar os sofrimentos mencionados, foi finalmente morta à espada.

    Nessas ocasiões, os cristãos caminhavam para o martírio coroados com guirlandas de flores; por elas, recebiam no Céu imarcescíveis coroas de glória.

    A Quinta Perseguição sob Severo, em 192 d.C. A Sexta Perseguição sob Maino, em 235 d.C. A Sétima Perseguição sob Décio, em 249 d.C. A Oitava Perseguição sob Valeriano, em 257 d.C.

    Segue adiante - MEIMEI - Do livro “Amizade” - Edição FEB ->

    ->      Nos encargos a que te prendes, em muitas ocasiões,sentes a amplitude dos problemas a resolver e o coração se te transborda de lágrimas...

    A solidão aparente no íntimo como que exagera a extensão dos obstáculos a transpor.
    E meditas no preço alto da dedicação em família, mentalizando as horas gastas em construir e reconstruir afeições que fogem no carro do tempo, largando-te aos ideais que te acalentam os dias; refletes nas dificuldades que se renovam, no trabalho tantas vezes encharcado de pranto a que te entregas, atendendo aos deveres assumidos e nos planos alterados, em que sonhaste o melhor para alcançar tão-somente fracasso e recomeço...
    Entretanto, ergue-te do chão da tristeza, age no bem que possas fazer e caminha adiante.
    Deus em nós é a força da vida e a luz inextinguível.
    Corações difíceis a conduzir, calvários domésticos, searas de esperança, oficinas de beneficência e apostolado no bem são tarefas que a Sabedoria Divina poderia executar claramente sem ti, no entanto, quis Deus a tua
    cooperação nas obras da sublimação e do progresso, a fim de que venhas a desenvolver nesse esforço as tuas qualidades divinas.
    Por mais constrangedoras as circunstâncias, serve e segue adiante.
    Onde te encontres e como te encontres, recorda que Deus conta contigo, tanto quanto contas com Deus.

    Irma de Castro Rocha (MEIMEI)

    Irma de Castro Rocha, este encantador espírito, ficou conhecida na família espírita como Meimei.

    Trata-se de carinhosa expressão familiar adotada pelo casal Arnaldo Rocha (1) e Irma de Castro Rocha, a partir da leitura que fizeram do livro Momentos em Pequim, do filósofo chinês Lyn Yutang. Ao final do livro, no glossário, encontram o significado da palavra Meimei - "a noiva bem amada". Este apelido ficara em segredo entre o casal. Depois de desencarnada, Irma passa a tratar o seu ex-consorte por "Meu Meimei". Irma de Castro Rocha não foi espírita na acepção da palavra, pois foi criada na Religião Católica. Ela o era, porém, pela prática de alguns princípios da Doutrina Codificada por Allan Kardec, tais como caridade, benevolência, mediunidade (apesar de empírica), além de uma conduta moral ilibada.

    Nasceu na cidade de Mateus Leme, Minas Gerais, a 22 de outubro de 1922 e desencarnou em Belo Horizonte, em 1º de outubro de 1946. Filha de Adolfo Castro e Mariana Castro, teve quatro irmãos: Carmem, Ruth, Danilo e Alaíde. Aos dois anos de idade sua família transferiu-se para Itaúna - MG. Aos cinco anos ficou órfã de pai. Desde cedo se sobressaiu entre os irmãos por ser uma criança diferente, de beleza e inteligência notáveis. Cursou até o segundo ano normal, sendo destacada aluna.

    A infância de Meimei foi a de uma criança pobre. Era extremamente modesta e de espírito elevado. Pura e simples. Adorava crianças e tinha um forte desejo - o de ser mãe, não concretizado porque o casamento durou apenas dois anos e houve o agravamento da moléstia de que era portadora: nefrite crônica, acompanhada de pressão alta e necrose nos rins.

    Irma de Castro, na flor de seus 17 anos, tornou-se uma bela morena clara, alta, cabelos negros, ondulados e compridos, grandes olhos negros bastante expressivos e vivazes. Foi nessa época que se tornou grande amiga de Arnaldo Rocha, que viria a ser o seu esposo.

    Casaram-se na igreja de São José, matriz de Belo Horizonte. Na saída da igreja, o casal e os convidados viveram uma cena inesquecível. Depararam-se com um mendigo, arrastando-se pelo chão, de forma chocante, sujo, maltrapilho e malcheiroso. Meimei, inesperadamente, volta-se para o andarilho e, sensibilizada pela sua condição, inclina-se, entrega-lhe o buquê, beijando-lhe a testa. Os olhos da noiva ficaram marejados de lágrimas...

    Arnaldo Rocha afirma que toda criança que passava por Meimei recebia o cumprimento: "Deus te abençoe". Havia um filho imaginário. Acontecia vez por outra de Arnaldo chegar do trabalho, sentar-se ao lado de Meimei e ouvir dela a seguinte frase: "Meu bem, você está sentado em cima de meu principezinho". Meimei tinha a mediunidade muito aflorada, o que, para seu marido, à época, tratava-se de disfunção psíquica. Estes pontos na vida de Meimei retratam os compromissos adquiridos em existência anterior, na corte de Felipe II, ao lado do marido Fernando Álvares de Toledo - o Duque de Alba (Arnaldo Rocha). Nessa época seu nome teria sido Maria Henríquez.

    Apesar do pouco tempo de casados, o casal foi muito feliz. Ela tinha muito ciúme do seu "cigano". Arnaldo Rocha explica que esse cuidado por parte dela era devido ao passado complicado do marido. Chico Xavier explicara que Meimei vinha auxiliando Arnaldo Rocha na caminhada evolutiva há muitos séculos, por isso a sua acuidade em adocicar os momentos mais difíceis e alegrar ainda mais os instantes de ventura.

    Na noite da sua desencarnação, Arnaldo Rocha acorda, por volta de duas horas da madrugada, com sua princesa rasgando a camisola e vomitando sangue, devido a um edema agudo de pulmão. O marido sai desesperado em busca de médico, pois não tinham telefone. Ao voltar, encontra-a morta.

    A amizade entre o casal, projetando juras de eterno amor, teve início por volta do século VIII a.C. Um general do império Assírio e Babilônico, de nome Beb Alib, ficou conhecendo Mabi, bela princesa, salvando-a da perseguição de um leão faminto. Foi Meimei quem relatou a história, confirmada depois por Chico Xavier e traduzida inconscientemente pelo escritor e ex-presidente da União Espírita Mineira, Camilo Rodrigues Chaves, no livro Semíramis, romance histórico publicado pela editora LAKE, de São Paulo.

    Essas reminiscências de Meimei eram tão comuns que, além desse fato contido no livro citado, há, também, uma referência à personagem Blandina (Meimei), no livro Ave, Cristo! Aconteceu da seguinte forma: Chico passou um determinado capítulo do livro para Arnaldo Rocha avaliar. À medida que lia, lágrimas escorriam por suas faces, aos borbotões. Ao final da leitura, Arnaldo disse para Chico: "Já conheço esse trecho!" Chico arrematou: "Meimei lhe contou, né?" Nesse romance de Emmanuel, Blandina teria sido filha de Taciano Varro (Arnaldo Rocha), definindo a necessidade do reencontro de corações com vista à evolução espiritual.

    Através da mediunidade de Chico Xavier, muitas outras informações chegaram ao coração de Arnaldo sobre a trajetória espiritual de Meimei. À guisa de aprendizado, Arnaldo foi anotando essas informações e trabalhando, em foro de imortalidade, aspectos de seu burilamento.

    Meimei tinha a mediunidade clarividente, conversava com os espíritos e relembrava cenas do passado. Era comum ver Meimei, por exemplo, lendo um livro e, de repente, ficar com o olhar perdido no tempo. Nesses instantes, Arnaldo olhava de soslaio e pensava: "Está delirando". Algumas vezes ela afirmava: "Naldinho, vejo cenas, e nós estamos dentro delas; aconteceu em determinada época na cidade...". Arnaldo, à época materialista, não sabendo como lidar com esses assuntos, cortava o diálogo, afirmando: "Deixa isso de lado, pois quem morre deixa de existir".

    Em seus últimos dias terrenos, nos momentos de ternura entre o casal apaixonado, apesar do sofrimento decorrente da doença, Meimei tratava Arnaldo como "Sr. Duque" e pedia que ele a chamasse de "minha Pilarzinha". Achando curioso o pedido, Arnaldo perguntou o motivo e recebeu uma resposta que, para ele, era mais uma de suas fantasias: "Naldinho, esse era o modo de tratamento de um casal que viveu na Espanha no século XVI. O esposo chamava-se Duque de Alba e a sua esposa, Maria Henríquez". Embevecido com a mente criativa na arte de teatralizar da querida esposa, entrava na brincadeira deixando de lado as excessivas perquirições.

    Apresentamos esse ângulo da vida de Meimei para suscitar reflexões acerca do progresso espiritual por ela engendrado em suas diversas reencarnações - das quais citamos apenas algumas -, e que conduziram nossa querida amiga Meimei ao belo trabalho realizado em prol da divulgação da Doutrina Espírita, no Mundo Espiritual, aproveitando as vinculações afetivas com aqueles corações que permaneceram no plano terreno.

    Em seus derradeiros dias de vida terrena, Meimei começou a ter visões. Ela falava da avó Mariana, que vinha visitá-la e que em breve iria levá-la para viajar pela Alba dos céus. Depois de muitos anos veio a confirmação através de Chico Xavier. Arnaldo recebe do médium amigo, em primeira mão, o livro Entre a Terra e o Céu, ditado por André Luiz, no qual encontra uma trabalhadora do Mundo Espiritual - Blandina - vivendo no Lar da Bênção, junto com sua Vovó Mariana, cuidando de crianças. Em determinado trecho, Blandina revela um pouco da sua vida terrena junto ao consorte amado.

    Arnaldo Rocha narra um fato muito importante no redirecionamento de sua vida. No romance "Ave, Cristo!", que se desenvolve na antiga Gália Lugdunense, encontra-se um diálogo entre os personagens Taciano Varro (Arnaldo Rocha) e Lívia (Chico Xavier), no qual as notas do Evangelho sublimam as aspirações humanas. Lívia consola Taciano, afirmando que "no futuro encontrar-nos-emos em Blandina". Essa profecia realizou-se mais ou menos 1600 anos depois, na Avenida Santos Dumont, em Belo Horizonte, no encontro "casual" entre Arnaldo Rocha e Chico Xavier, após o qual Arnaldo Rocha, materialista convicto, deixa cair as escamas que lhe toldavam a visão espiritual.

    Graças à amizade fraterna entre Arnaldo Rocha e Francisco Cândido Xavier, reconstituída pelo encontro "acidental" na Av. Santos Dumont, a história de amor entre Meimei e Arnaldo manteve-se como farol a iluminar a vida dele, agora em bases do Evangelho, que é o roteiro revelador do Amor Eterno.

    Depois daquele encontro, que marcou o cumprimento da profecia de Lívia e Taciano Varro, Arnaldo, o jovem incauto e materialista, recebeu consolo para suas dores; presentes do céu foram materializados para dirimir sua solidão; pelas evidências do sobrenatural, incentivos nasceram para o estudo da Doutrina Espírita, surgindo, por conseqüência, novos amigos que indicaram ao jovem viúvo um caminho diferente das conquistas na Terra.

    Passando a viajar permanentemente a Pedro Leopoldo, berço da simplicidade da família Xavier, recebeu de Meimei, sua querida esposa, as mais belas missivas através da psicografia e da clarividência de Chico Xavier.

    Faltam-nos palavras para expressar nossa ternura e respeito ao espírito Meimei que, por mais de seis décadas, tem inspirado os espíritas a seguir o Caminho, a Verdade e a Vida Eterna.

    Ao finalizar este singelo preito de gratidão a Irma de Castro Rocha, a doce Meimei das criancinhas, lembramos o pensamento do Benfeitor Emmanuel, que sintetiza a amizade dos trabalhadores do Espiritismo Evangélico em todo o Brasil com o Espírito Meimei: um verdadeiro "sol que ilumina os tristes na senda da dor. Meimei, amor...".

    (1) Arnaldo Rocha, ex-consorte de Meimei, é trabalhador e conselheiro da União Espírita Mineira desde 1946. Amigo inseparável de Chico Xavier. Organizador dos livros Instruções Psicofônicas e Vozes do Grande Além, FEB. Co-autor do livro "Chico, Diálogos e Recordações", UEM. Carlos Alberto Braga Costa.

    Fonte: O Espírita Mineiro, nº 295 - http://www.uemmg.org.br/pioneiros/irma-de-castro-rocha-%28meimei%29/ 

     ORAÇÃO POR HUMILDADE

    Deus de Misericórdia!...

    Auxilia-me a conservar o anseio de encontrar-te.

    Quando haja tumulto, ao redor de mim, guarda-me o silêncio interior em que procure ouvir-te a voz.

    Se algum êxito me busca, deixa-me perceber a tua bondade sobre a fraqueza que ainda sou.

    Diante dos outros, consente, oh! Pai, que te assinale o infinito amor, valorizando-me a insignificância, através daqueles que me concedam afeto.

    Se aparecerem adversários em meu caminho, faze-me vê-los como sendo instrumentos de trabalho, dentre aqueles com que me aperfeiçoas.

    Na alegria, induze-me a descobrir-te a proteção paternal, estimulando-me a seguir para a frente.

    Na dor, fortalece-me os ouvidos para que te escutem os chamamentos de paz.

    E, quanto mais possa conhecer, em minha desvalia, os recursos iluminados do oceano de mundos e de seres que construístes no Universo, concede-me, oh! Deus de Misericórdia, que eu tenha a simplicidade da gota


    d’água que, embora unicamente anônima gota d’água, se sente tranquila e feliz porque se vê capaz de refletir-te a luz no brilho eterno da Criação.

    Espírito Meimei - Do livro: Amizade. Médium: Francisco Cândido Xavier.   

    ARNALDO ROCHA FALA SOBRE CHICO XAVIER E MEIMEI

    Em uma noite inesquecível, o ilustre conselheiro da União Espírita Mineira e amigo de Chico Xavier, Arnaldo Rocha, proferiu uma palestra na abertura da Semana Chico Xavier no Grupo da Fraternidade Irmã Scheilla, na capital mineira.

    O ex-consorte de Irma de Castro Rocha, o encantador espírito de Meimei, atendendo prestimosamente ao convite da direção desse tradicional Centro Espírita, brindou o público com belas histórias inéditas do nosso querido médium de Pedro Leopoldo, Chico Xavier.
    O Espírita Mineiro esteve presente para registrar o evento, reproduzindo resumidamente o inesquecível momento.

    ***
    Uma cena significativa. Arnaldo abre a sua sacolinha de plástico, retirando dela alguns livros, papéis e os distribuiu sobre a bancada, pediu para afastar o microfone, agradeceu por estar lá e começou a sua exposição.
    ***
    Inicia palestra falando o quê ele era: de 10 a 24 anos de idade era lutador de jiu-jitsu, campeão de natação e pesava 80 quilos de massa musculosa. Materialista: toma lá, dá cá; um homem não leva desaforo para casa.
    Contou como conheceu Irma de Castro. Sua irmã a levou à sua casa. O apelido dela em casa era Naná. Foi o início de uma grande amizade. Ele fez questão de dizer que no começo era só amizade. Tinham muito em comum, ambos gostavam muito de ler. Quando não podiam comprar livros, iam à biblioteca pública para ler. Conta o primeiro dia em que se beijaram.
    Seu modo simples vai despertando alegria no público.
    Explicou o apelido de Meimei: liam um livro “Momento em Pequim” de um filósofo chinês, Lyn Yutang, que havia fugido do domínio de Mao Tsé Tung; no final, no glossário, o significado da palavra Meimei – “a noiva bem-amada”.
    Contou sobre a visita à Igreja São José e da oração de Meimei junto à imagem de Jesus carregando a cruz, suplicando que Arnaldo deixasse de ser fanático e autoritário. Lembra-se que, naquela época, já havia se acostumado com as “esquisitices” da amada: pensava que ela era muito imaginativa e meio maluca!
    Falou de sua própria família: a mãe, Maria José de São Domingos Ramalho Rocha, católica, mas que via espíritos; o irmão, Geraldo, era espírita. Conta que, quando foi à Igreja marcar o casamento, o padre quis saber se ele era católico. Ele disse que não e o padre se negou a casá-lo. Ele abriu o talão de cheques e o padre resolveu aceitar. Depois do casamento, ao entrarem na casa nova, Meimei prosseguiu de joelhos. Ele perguntou por que ela estava fazendo aquilo e ela respondeu que era para agradecer a Deus pela casa. Ele rebate: “O que é isso! Foi muito suor no trabalho para conseguir essa casa! Eu trabalhei muito pra isso!”
    Sua franqueza despertou muitos sorrisos na assistência.
    ***
    Arnaldo Rocha, com a voz embargada pela emoção, discorreu sobre o final de seu casamento, com a partida de Meimei para o plano espiritual. Suas expressões revelavam sinceridade e ternura que a cada instante cativavam o público atento.

    ***

    “Amigos, falou pausadamente, não fui ao enterro de minha querida esposa, e nem me preocupei com o local. Conheci a placa que sua mãe e irmãs mandaram fazer para ela, no Cemitério do Bonfim, 44 anos depois! Essa foi a maneira de viver minha dor. Eu era materialista e nada me importava. Não culpava a ninguém, pois na visão materialista a fatalidade vem para todos: plantas, animais… por que não para os homens?
    A depressão não tardou e cheguei a pesar 54 quilos; falavam que eu estava com tuberculose. Confesso não foi fácil, entrar em nossa casa “sozinho”. Fui recordando das maluquices de Meimei, antevendo aquela situação de profunda melancolia e de solidão inarredável que passou a fazer parte dos meus dias.
    Então o mundo espiritual iniciou uma intervenção maravilhosa em minha vida.
    Um temporal levou-me à casa do mano, no 11º dia do desencarne de Meimei. Quando entrei, ensopado, deparei com um grupo de pessoas à mesa, então pensei: “Ih! Eles vão fazer uma sessão espírita!”. Entre os participantes, uma velha amiga da família, Eny Fassanelo. Costumo brincar: Era uma senhora italiana “mais enrugada que um maracujá”. Pronunciava um português “macarrônico”.
    Então apagaram a luz. Eram quatro pessoas de um lado, quatro do outro, o mano em uma cabeceira e D. Eny na outra. Então fiquei sem ter como sair. Colocaram-me na ponta da mesa, perto da médium.
    Após alguns minutos teve início o transe mediúnico, através de D. Eny. Confesso que nos 50 anos de espiritismo e de reuniões mediúnicas, nem com o Chico presenciei um fenômeno de transfiguração tão exuberante como o dessa noite! O rosto enrugado aos poucos foi ficando lisinho, com aparência de 20 anos de idade, um maracujá verdinho. O Espírito tira o casaquinho da mesma maneira que Meimei fazia. Depois inicia a fala pronunciando ‘rialmente’, palavra que Meimei dizia com dificuldade. A frase dita foi: ‘rialmente o meu Sozinho não vai entender’.
    ***
    Neste ponto Arnaldo, pausadamente, explica o porquê do apelido de Sozinho: como ela dizia que a avó viria buscá-la, sabia que ele iria ficar “sozinho”. Relata, muito rapidamente, os outros fatos da reunião desse dia e de uma outra reunião que aconteceu no mesmo horário com a coordenação do Dr. Camilo Chaves, relatos que vieram corroborar a autenticidade do fenômeno e o início da sua conversão ao Espiritismo.
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    Com um cativante sorriso, ele conta o seu inesquecível encontro com Chico Xavier.

    “Subia a Avenida Santos Dumont, em Belo Horizonte e, para desviar de duas senhoras, esbarrei no Chico. Quase joguei o jovem médium e os seus pertences no chão. Ao desculpar-me entregando a pasta para Chico, este passa a mão em meu rosto, em minha cabeça (aí eu pensei: “Mas que intimidade é esta? Ele nem me conhece!” – e a platéia ri). Chico coloca a mão no meu ombro, aperta-o (um gesto comum do futuro amigo) e pediu a foto ‘da nossa princesa’ que eu guardava na carteira. Chico disse: ‘Naldinho, não é assim que Meimei lhe chamava? Ela está aqui.’ Amigos, eu fiquei estuporado, diante do inexplicável, por não conhecer a mediunidade da clarividência.”
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    O contador de Histórias dá uma parada, bebe um pouco de água. Reinicia as recordações, inserindo o seu grande amigo Francisco Cândido Xavier, em suas narrativas.
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    “O silencioso apóstolo do bem, que viveu possivelmente os momentos mais grandiosos da mediunidade apostolar do venerando missionário 1”
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    Arnaldo projeta a alma dos espectadores para a antiga estrada que ligava Belo Horizonte aos rincões de Pedro Leopoldo.

    “Em 1946 gastávamos, afirmou, duas longas e empoeiradas horas para alcançar o destino. Foram momentos de rara beleza em minha vida. Conhecer a família Xavier e os companheiros da cidade. Conviver com o grupo, que hoje sinto ser dos eternos amigos! Quantas saudades! Estudávamos Doutrina Espírita até nos momentos de descontração.
    Jamais me esquecerei do Chico, desfraldando-nos a bandeira do conhecimento, com a sabedoria e a alegria dos verdadeiros discípulos do Cristo.
    Com Chico, aprendi a ser uma pessoa melhor. Eu fumava muito: dois maços de cigarro por dia e também cachimbo; tinha 23 unidades! Era uma dificuldade limpar aquilo tudo! Por respeito, saía de perto do Chico para fumar. O Chico dizia: “Pode entrar, Naldinho. O fumo até que cheira bem.” E cheirava bem, mesmo!
    Foi muito difícil lidar com algumas questões pessoais. Certa feita, trabalhando como passista, junto ao Jair Soares, pelo fenômeno de voz direta o José Grosso veio falar comigo. Imaginem, aquela voz de trovão do Zé! “Arnaldo, você está dispensado de dar passes. É muito difícil tirar essa nicotina sua!” E, assim,fui “excluído” da tarefa de passista.”

    ***
    Como se estivesse em um templo de Delfos, na Grécia Antiga, Arnaldo fala sob a inspiração dos deuses sobre a lealdade de Chico aos Espíritos, seu comprometimento com o estudo das obras de Allan Kardec e a sua veneração a Emmanuel, seu pai espiritual de muitas encarnações.
    Conta que sua conversão ao Espiritismo, já que antes de se deparar com o mundo espiritual era ateu e materialista, não se deu pela fenomenologia autêntica de Chico Xavier, mas pelo caráter moral e a seriedade com que o médium abrilhantava a própria vida, pacata e rica de fraternidade.
    Alegra o público apresentando situações inusitadas da intimidade da família do Sr. João Cândido Xavier, as tiradas engraçadas de Chico e as brincadeiras na cozinha com Dorinha, Cidália e Lucila, irmãs do seu querido amigo.
    Concluiu essas lembranças, divulgando o seu apelido na família Xavier: “arroz doce”. Explicou que essa modalidade de sobremesa é comum no interior de Minas Gerais. Tendo se tornado assíduo freqüentador da casa da família, ganhou esse apelido das irmãs de Chico.
    Citou nomes e casos dos amigos da primeira hora: Clovis Tavares, Enio Santos, Professor Cícero Pereira, Wallace Leal Rodrigues, Newton Boechat, Joffre Lellis, Lindolfo Ferreira, Zeca Machado, Efigênio Vítor, Dr. Camilo Chaves e outros que o tempo não permitiu enfileirar. Afirmou: “Era uma chuva de bênçãos em nossos encontros”.
    Em uma das partes mais ricas em emoções, citou as reuniões de materialização. Falou da visita do Alferes Xavier, da sua mãe Maria José Ramalho, de Scheilla, de Zé Grosso, de Joseph Gleber, de Emmanuel, de Nina Arueira e de outros. Mas ao se lembrar da materialização de Meimei, as lágrimas do contador de histórias deslizaram pela sua face num misto de saudade e agradecimento.
    Ele discorreu sobre a marcante presença da ex-esposa que, em parceria com Chico Xavier, formou uma verdadeira ponte de luz que soergueu um Lázaro inconformado, amotinado, em um jazigo sem esperança. Essa foi a época das missivas que ligavam os céus dos vivos à terra apaixonada dos mortos.

    ***

    No futuro, encontrar-nos-emos em Blandina!

    ‘Arnaldo disse, ainda, que a narrativa dos capítulos 60 e 61 de “Entre a Terra e o Céu” é o relato de André Luiz sobre uma escola de evangelização e que a Blandina citada é a própria Meimei, que o autor espiritual preferiu nominar por uma de suas anteriores reencarnações, na antiga Gália Lugdunense. Ela é personagem do romance de Emmanuel, “Ave, Cristo!”
    Na referida obra, comentou: “Há um diálogo entre os personagens Taciano Varro (Arnaldo Rocha) e Lívia (Chico Xavier), onde as notas do Evangelho sublimam as aspirações humanas. Lívia consola Taciano, afirmando “no futuro encontrar-nos-emos em Blandina 2 ”. Essa profecia se realizou mais ou menos 1600 anos depois, na Avenida Santos Dumont, em Belo Horizonte, no esbarrão em Chico Xavier, anteriormente narrado.
    ***
    Quando o tempo indicava a necessidade do término, nosso companheiro concluiu a narrativa mais ou menos nesses termos:

    “Meus amigos: foram 59 anos de muitas lutas pela Doutrina e comigo mesmo, pois o meu passado foi colocado na mesa pelos Benfeitores Espirituais para que eu pudesse realizar algo de concreto. Por isso evitei o púlpito, os retratos e a fama, apoiado em uma obra que não foi edificada por mim. Já errei demais para recalcitrar nos aguilhões que maceram minh’alma.
    Ter convivido na intimidade de Chico Xavier, com as revelações do passado, tendo em Emmanuel o nosso orientador, muito me ajudou, por isso, sinto-me na responsabilidade de alertar os mais jovens, e os demais confrades do Movimento Espírita, para evitarmos as ervas daninhas que amotinam contra o trigo das virtudes que ansiamos.
    Sempre evitei falar do convívio com Chico, para não ficar parecendo que eu era mais importante do que os corações que sonhavam e não podiam, por força das circunstâncias, estar ao seu lado, dormir em sua casa, tomar lanches na madrugada, após as reuniões no Grupo Meimei, e amanhecer aprendendo Doutrina Espírita.
    Quando falo em circunstâncias, expresso um pensamento muito diferente das falas vaidosas que sublinham a palavra, que não sei ao certo o seu significado, ´merecimento`.
    Nossa alma querida foi escolhida e preparada para exercer o trabalho na Doutrina por suas vastas aquisições espirituais, resultando em um verdadeiro mandato com Jesus. De nossa parte, apenas seguíamos, timidamente, os seus passos.
    Nas conversas com o Chico e através da psicofonia, passamos a ter notícias das reencarnações de Chico, desde os tempos de Hatshepsut, farani ou faraó, no Egito, até o século XIX em Barcelona. Em todos os seus passos, Chico perpassou pelas veredas em corpos femininos e as diversas fases reveladas nos autorizam a afirmar que o preparo da sua atual reencarnação foi muito longo.
    Enfim, esse é o momento, para a comunidade espírita analisar, profundamente, à luz do Consolador Prometido, o seu mandato e o perfil psicológico de trabalhador, para transcender a periferia da sua esplêndida mediunidade, e adentrar na essência do Evangelho que ele viveu.
    O ser humano, Chico Xavier, a misericórdia de Deus me apresentou. Seus conflitos de jovem, suas dúvidas como médium; seus martírios para vencer a própria vaidade. Presenciei suas dores físicas e espirituais. Alertei-o nos momentos em que ele esteve para ser passado para traz. Presenciei seus êxtases e o seu silêncio. Carreguei Chico, pálido e suado após reuniões de materialização. Cantei com ele. Chorei ao seu lado. Brincamos junto de tantos amigos. Aprendi a orar com ele e hoje não esqueço de orar por ele, como sei que ele o faz por mim, que sou mais necessitado.
    Chico apresentava tanta humilde que me surpreendia. Mesmo quando estávamos a sós, ele vez por outra afirmava: ‘O Espírito de fulano está alertando…’ Ele poderia assumir, como suas, observações que eram de outros. Mas não abria mão de declinar o nome do verdadeiro autor.
    Ele nos mostrou que a Doutrina necessita ser dignificada por todos nós, os médiuns e os dirigentes. Essa é a missão. A tarefa é difícil, sabemos, mas não impossível. Confiemos.”
    ***
    O coordenador dos livros “Instruções Psicofônicas” e “Vozes do Grande Além” despede-se com uma mensagem de esperança.
    ***
    “Se Deus permitir, antes de partir para o mundo espiritual deixarei para a família espírita mais alguns aspectos da trajetória espiritual de Francisco Cândido Xavier, que ficaram guardados sob os escombros do tempo, na estante empoeirada da vida.”
    ***
    Agradeceu, pediu desculpas pela demora, desejou bênçãos a todos, pegou seus livros e guardou-os em sua sacolinha de plástico.
    Assentou-se, humildemente, e abaixou a cabeça para orar, como Chico lhe ensinara.

    Colaboração: Carlos Alberto Braga Costa

    1 – Jornal Espírita Mineiro – Maio/Junho 2005 – Nº 295 – Trecho da Exposição de Divaldo P Franco

    2 – EMMANUEL (Espírito). Ave, Cristo!. In: capítulo Sonhos e Aflições. (psicografia de Francisco Cândido Xavier), pelo espírito de Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB. 

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